Nissan está próxima da falência? Entenda a crise na fabricante
A Nissan passa por uma crise semelhante ao que foi no começo dos anos 2000, onde esteve à beira da falência
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A situação da Nissan não anda muito fácil. A montadora enfrenta uma grave crise financeira, com relatos indicando que a empresa tem um prazo de 12 a 14 meses para assegurar sua sobrevivência sem um novo investidor.
Essa situação se agravou após o enfraquecimento da aliança com a Renault, que reduziu sua participação na Nissan para menos de 40%.
Nissan está próxima da falência?
A Nissan, uma das marcas mais icônicas do setor automotivo japonês, enfrenta uma das maiores crises de sua história devido a queda nas vendas globais em mercados-chave, como China e Estados Unidos, e a crescente demanda por veículos híbridos e elétricos, especialmente nos EUA, onde sua linha de produtos é limitada.
A montadora também foi impactada pelo aumento dos custos de matérias-primas, o que elevou os custos de produção, pressionando as margens de lucro da empresa.
Para piorar, a aliança com a Renault e a Mitsubishi sofreu abalos, com a Renault reduzindo sua participação na Nissan para menos de 40%. Essa mudança aumentou a necessidade de a Nissan buscar novos parceiros ou investidores para estabilizar suas operações.
Medidas da Nissan para evitar a falência
Em resposta à crise, a Nissan anunciou medidas drásticas, incluindo a demissão de 9.000 funcionários e a redução de 20% de sua capacidade de produção global. Essas ações visam economizar cerca de US$ 2,6 bilhões no ano fiscal corrente.
Além disso, o Diretor Financeiro da Nissan, Stephen Ma, está prestes a deixar o cargo, aumentando a instabilidade na liderança da empresa.
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Montadora pode encerrar operações em até dois anos
Segundo um executivo de alto escalão, a Nissan tem no máximo 14 meses de operação caso não consiga um investidor-âncora nesse período. A informações foi divulgada pelo periódico Financial Times.
O cancelamento de um acordo de fusão com a Honda, com quem a Nissan colabora no desenvolvimento de veículos elétricos, jogou um balde de água fria no mercado.
Honda e Nissan desistem fusão de operações
Nos últimos meses, o mercado automotivo acompanhou atentamente as especulações sobre uma possível fusão entre Honda e Nissan. No entanto, as montadoras japonesas anunciaram oficialmente o fim das negociações, encerrando as expectativas de uma parceria que poderia transformar o cenário global do setor.
O fim das conversas entre Honda e Nissan ocorreu devido a divergências estratégicas e à falta de consenso sobre os termos da possível fusão.
A união entre as duas empresas teria criado a terceira maior montadora de veículos do mundo, com valor de mercado de mais de US$ 60 bilhões. Além disso, o acordo era vista como uma forma de fortalecer a competitividade no mercado global, especialmente diante dos avanços tecnológicos e da crescente demanda por veículos elétricos.
O que muda para as montadoras após o fim das negociações?
Com o encerramento das negociações, Honda e Nissan seguirão estratégias independentes para enfrentar os desafios do setor. A Honda continuará investindo no desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos, enquanto a Nissan manterá sua busca por inovação e expansão global.
Crise na Nissan e saída de CFO
A Nissan passa por uma crise semelhante ao que foi no começo dos anos 2000, quando esteve à beira da falência.
Atualmente, as coisas não vão nada bem. Lojas de carros estão vendendo com prejuízo, a companhia anunciou cortes na produção, venderam boa parte de sua participação na Mitsubishi e ainda demitiram milhares de funcionários neste ano.
Essa recente crise vem desde que a empresa apresentou seus resultados para seu 1T25 (equivalente ao 2T24 em um calendário normal), onde apresentaram receitas desacelerando e margens colapsando.
Os últimos resultados apresentados pela Nissan (de seu 2T25, mas do 3T24 do calendário) apenas acentuaram o cenário de crise para a empresa. Seu lucro operacional teve uma queda de -85%, e sua alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) disparou para 6,4x.
Essa combinação de receitas decrescentes, com margens menores e uma alavancagem alta coloca a empresa em um cenário de estresse que demandaria caixa (sem ser de dívidas por conta da alta alavancagem). Ou seja, o mercado olha esses números e vê que será necessário ou uma captação nova, ou uma venda da empresa. Consequentemente, isso desvaloriza o equity à medida que o investidor fica receoso de ser diluído no futuro.
Qual a situação da Nissan no Brasil?
No Brasil, a Nissan mantém uma fábrica em Resende, Rio de Janeiro, com capacidade para produzir 200 mil veículos por ano, incluindo modelos como Kicks, March e Versa. Apesar da crise global, a empresa registrou um crescimento de 35% nas vendas no mercado brasileiro em 2023.
A situação da Nissan destaca a importância de adaptação e inovação no setor automotivo, especialmente diante da crescente concorrência de fabricantes chineses e da rápida evolução tecnológica. A empresa precisa agir rapidamente para reverter sua trajetória financeira e garantir sua posição no mercado global.
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