Não compre OIBR3
Só em fevereiro, a ação da Oi (OIBR3) disparou 129% na Bolsa. A valorização da empresa chama a atenção dos investidores, mas não se engane.
A alta recente não é nada perto da queda de 38,9% acumulada desde o pedido para a sua segunda recuperação judicial, em 1º de fevereiro de 2023.
Mesmo disparando mais de 120%, as ações da companhia ainda precisam subir mais 63,7% para apagar as perdas.
A situação fica pior para as ações da Oi quando aumentamos a janela de tempo.
Nos últimos dois anos, os papéis da companhia acumulam uma queda significativa de 85,1%, sendo necessária uma alta de 569,4% para recuperar as perdas.
Não parece ser um bom negócio. Na verdade, essa é uma das piores decisões do que fazer com o seu dinheiro.
Mas teve gente acreditou que ficaria rico com o investimento em Oi — vendeu o carro e a até casa para aplicar tudo na companhia.
Até hoje as ações da Oi não se recuperaram e, pior, dilapidaram o patrimônio dessas pessoas.
Pode ser que existam casos de pessoas que fizeram dinheiro com OIBR, mas a maioria teve prejuízo.
Falta de estratégia de investimento
Quando vejo alguém colocando grande parte do seu patrimônio em uma única ação, seja ela a própria Oi (OIBR3), Magazine Luiza (MGLU3) ou Americanas (AMER3), essa pessoa se torna um apostador e, infelizmente, se expõe ao risco de perder tudo em uma tacada só.
Cenário da Oi em 2024
Em seu segundo processo de recuperação judicial, as perspectivas para a telecom não são positivas. O ponto crucial da Oi é a sua grande dificuldade em conciliar a manutenção das suas operações, investimentos na expansão da fibra e o pagamento dos juros e das dívidas.
Queimando caixa, a perspectiva é de que a Oi venda o restante da sua participação de 35% na V.tal, empresa de estrutura de fibra que além de ser rentável e lucrativa proporciona algumas vantagens competitivas para o core business (fibra óptica).
O que acontece se a Oi falir?
Se você, que é investidor da Oi, jamais pensou nessa possibilidade, saiba que isso pode acontecer.
A recuperação judicial (RJ) é um instrumento jurídico por meio do qual empresas podem evitar a falência.
Durante a RJ, a companhia entra em “prazo de blindagem” e tem dívidas suspensas por 180 dias para que consiga negociar com credores — esse intervalo pode ser prorrogado por mais 180 dias.
Nesse período, a empresa também é obrigada a apresentar um plano de reestruturação para o balanceamento de sua estrutura de capital.
No entanto, ela pode não conseguir sair da RJ e ser obrigada a decretar falência e seus ativos "viram pó".Em alguns casos de falência, o investidor precisa ir à corretora e zerar seus investimentos na companhia.
Não monte posição em Oi
A diferença da primeira RJ para a segunda RJ é que, agora, a Oi precisa vender ativos que fazem parte do “novo” core (fibra) — uma fatia da operação relevante para a Nova Oi.
Com isso, mesmo dando tudo certo na segunda recuperação judicial da Oi, não temos visibilidade em relação aos resultados da nova empresa.
Diante dos riscos elevados da tese na Oi, acreditamos que existem oportunidades melhores de compra na bolsa brasileira.
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