Entenda por que a Moody's elevou nota de crédito do Brasil
A agência de rating Moody’s elevou a nota de crédito soberano no Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva.
Embora a nota Ba1 ainda faça parte da categoria especulativa na escala da Moody's, o Brasil está agora a apenas um passo de alcançar o grau de investimento (selo de bom pagador), o que sinaliza um menor risco de calote aos investidores.
As classificações das agências de risco
Grau de Investimento
Aaa – “gilt edged” – O mais alto grau
Aa1, Aa2, Aa3 – grau alto
A1, A2, A3 – grau médio-alto
Baa1, Baa2, Baa3 – grau médio
Grau Especulativo
Ba1, Ba2, Ba2 – elementos especulativos
B1, B2, B3 – carece de características de um investimento desejável
Caa1, Caa2, Caa3 – papéis de fraca condição
Ca – altamente especulativo
C – o mais baixo rating, perspectivas extremamente fracas de atingir qualquer condição real de investimento
Fonte: Reuters
O upgrade teve como argumentos o desempenho robusto do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e as recentes reformas econômicas e fiscais (independência do Banco Central e reforma trabalhista).
A perspectiva positiva reflete a possibilidade de que o compromisso com as metas fiscais e a estabilização da relação dívida/PIB ajudem a reduzir a incerteza em relação à dívida do Brasil.
Além disso, a reforma tributária, que visa melhorar o ambiente de negócios, e a agenda de transição climática do governo, que visa reduzir os riscos de choques climáticos, reforçam essa perspectiva.
Perspectiva positiva
A Moody’s espera uma melhora gradual nos resultados primários devido aos esforços de aumento de receitas e iniciativas de cortes de gastos. Apesar de o Brasil ainda enfrente altos níveis de dívida e despesas com juros, o país possui ativos líquidos expressivos e se financia majoritariamente em moeda local. Além disso, a agência prevê que o crescimento econômico continuará abrangente, apoiado por um mercado de trabalho relativamente forte.
A um passo do grau de investimento
A elevação do rating soberano tende a impactar positivamente o mercado brasileiro, aumentando a confiança de investidores estrangeiros na renda fixa e na bolsa de valores. O compromisso do governo com a responsabilidade fiscal será essencial para dar fôlego a este processo.