Mills (MILS3) registra receita recorde e mantém trajetória sólida
Mesmo com a pressão nas margens, a rentabilidade da Mills segue em um nível elevado; veja a análise do 4T24
A Mills (MILS3) reportou resultados um pouco acima da nossa expectativa, com uma receita líquida de R$ 433 milhões no 4T24, um crescimento de +17,8%, um Ebitda ajustado de R$ 210 milhões, alta de +10,1%, e um lucro líquido de R$ 76 milhões, queda de -6,5%, com todos os resultados comparados com o mesmo período do ano anterior.
Mills fecha 2024 com receita histórica
A receita do quarto trimestre de 2024 foi recorde, impulsionado pelo crescimento dos segmentos de Pesados e Empilhadeiras.
Na divisão Rental, que podemos dividir em Leves (plataformas elevatórias), Pesados (máquinas e equipamentos da linha amarela) e Intralogística (empilhadeiras), a companhia reportou um crescimento de +18% da receita, reflexo do crescimento dos resultados dos negócios de Pesados e Empilhadeiras.
Entretanto, as margens da divisão foram pressionadas pelos maiores custos, impulsionados pela expansão de Pesados e Empilhadeiras e pelo aumento da concorrência em Plataformas, refletindo a entrada de equipamentos chineses baratos no mercado.
Já em Formas e Escoramentos (grandes projetos de engenharia), que representou cerca de 15% da receita total, a receita no 4T24 cresceu +15% a/a. O desempenho foi resultado da combinação da demanda resiliente e o maior preço médio praticado.
Com o bom desempenho operacional das duas divisões, a receita líquida da Mills foi recorde totalizando R$ 433 milhões, uma expansão de +22% a/a.
O Ebitda ficou em R$ 210 milhões (+10% a/a), diante da maior pressão de custos e despesas da divisão Rental. Deste modo, a margem Ebitda ficou em 48,6%, ante 52% no 4T23.
O lucro líquido da Mills totalizou R$ 76 milhões, reportando um recuo de -6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (4T23), devido ao aumento de +126% do resultado financeiro negativo.
ROE de 19,4% e alavancagem em 1,4x Ebitda
A companhia encerrou 2024 com uma dívida líquida de R$ 987 milhões, um aumento de +13% na comparação com o 3T24. Já a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) encerrou em 1,4x Ebitda no trimestre, mantendo um patamar confortável para a companhia.
Mesmo com a pressão nas margens, a rentabilidade da Mills segue em um nível elevado, com o ROIC (retorno sobre o capital investido) de 20,3% e o ROE (retorno sobre o patrimônio) de 19,4%.
Por fim, a Mills não anunciou proventos. O dividend yield de Mills (MILS3) dos últimos 12 meses é de 6,5%.
O que esperar de Mills (MILS3) em 2025?
Após um início de ano mais desafiador, a Mills recuperou um ritmo mais forte de crescimento, focada na expansão do negócio de Pesados e a entrada em Intralogística com a aquisição da JM Empilhadeira.
A maior competição em plataformas é um dos nossos pontos de atenção, mas são temas comuns em mercados em consolidação como o da Mills.
Além disso, a companhia segue empenhada no crescimento das linhas de Pesados/Empilhadeiras, que possuem contratos longos com seus clientes, o que proporciona mais previsibilidade para a receita e reduz a exposição em Plataformas.
Apesar do cenário macroeconômico desafiador, a expectativa é de crescimento, mantendo a rentabilidade e a sólida estrutura de capital.
Vale a pena comprar Mills (MILS3) após resultados do 4T24?
Mantendo a sua liderança em plataformas elevatórias e formas e escoramentos, o foco da Mills é impulsionar o crescimento com as novas linhas de negócios de Pesados (linha amarela) e empilhadeiras.
O objetivo é aproveitar o grande potencial de mercado para impulsionar seus resultados nos próximos anos, mas sem comprometer o seu balanço. A Mills possui uma postura mais conservadora, como podemos observar pela sua alavancagem quando comparamos com os pares do setor.
Negociando a 7x lucros e 3,5x Ebitda 2025 (8x lucros e 4,5x Ebitda histórico), mantemos a nossa recomendação de COMPRA para Mills (MILS3) na carteira Nord Deep Value.