Microsoft (MSFT34) anuncia Majorana 1 e avança décadas na computação quântica
Microsoft pode redefinir a tecnologia moderna com Majorana 1. A oportunidade da década? Veja a nossa recomendação
A Microsoft (NASDAQ: MSFT; B3: MSFT34) apresentou seu novo chip quântico que tem o potencial de superar todos os computadores do mundo, juntos.
Na última quarta-feira, 19, a empresa anunciou uma das descobertas mais fantásticas e inovadoras do século. Uma inovação que não apenas nos leva mais à frente em poder computacional, mas que também desafia as preconcepções físicas que tínhamos sobre o mundo.
Eles construíram um chip, do tamanho de uma unha, que pode destravar o potencial para superarmos a capacidade de todos os computadores do mundo.
Se a DeepSeek deixou o mundo receoso a respeito dos EUA ficar para trás da China em inteligência artificial (IA), a nova tecnologia da Microsoft deveria deixar todos no mundo de olhos esbugalhados.
Majorana 1: o salto quântico da Microsoft
A Microsoft apresentou o Majorana 1, o primeiro chip quântico do mundo a utilizar um núcleo topológico. A empresa aproveitou o anúncio não apenas para divulgar mais detalhes a respeito desse chip inovador, mas também para alfinetar a Alphabet, controladora do Google, e também o presidente da Nvidia.
Em janeiro, a Alphabet revelou seu chip quântico, o Willow, afirmando que ainda levaria décadas para alcançar um uso comercial. Da mesma forma, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, estimou que esse avanço ainda estaria a 20 anos de distância.
Diante dessas declarações, a Microsoft ressaltou que esse salto computacional não está a décadas de distância, mas sim a apenas alguns anos. Isso se deve à criação dos topocondutores — um material criado pela Microsoft que se comporta como um supercondutor, que possui estabilidade quântica.
O potencial dessa inovação é algo que desafia a própria criatividade humana. A Microsoft parece ter dado um passo (largo) à frente das demais empresas nessa corrida.
Mas antes de entender se é a oportunidade de uma década, é preciso entender o que é esse chip e o que ele faz de diferente dos demais.
Chip de computação quântica utiliza topocondutores
A computação que nós meros mortais estamos acostumados a usar, seja no computador, celular ou relógio, é baseada em um sistema de cálculos binominais (aquele zero e um do filme Matrix). Esses zeros e uns são chamados de bits.
Para esses cálculos em bits funcionarem, usamos chips que possuem semicondutores — materiais que conduzem eletricidade de forma que o “zero” representa uma “corrente desligada”, enquanto o “um” seria “ligada”. Esse modelo permite que nossos processadores façam contas por um caminho linear.
A teoria da computação quântica não se baseia em bits, mas em qubits. A diferença entre ambos é que, enquanto os bits estão ou ligados ou desligados, os qubits podem estar ligados, desligados ou ambos ao mesmo tempo.
Por conta dessa propriedade, a capacidade de fazer cálculos não é linear como na computação tradicional, mas sim exponencial conforme a quantidade de qubits.
O grande empecilho que empresas como IBM e Alphabet têm no desenvolvimento de seus computadores quânticos é a instabilidade dos seus qubits. Isso porque seus qubits são frágeis e acabam perdendo a característica de um qubit e se tornam bits normais.
Para ter sucesso, é necessário que eles se mantenham em um estado de sobreposição (imagem acima). Qualquer mero distúrbio ao sistema (seja calor, radiação ou até mesmo barulho) causa erros, levando a uma “incoerência quântica” — e a informação sobre os cálculos anteriores é perdida.
Microsoft avança décadas na computação quântica
A solução que a Microsoft trouxe para resolver este problema foi a introdução de qubits topológicos. Eles criaram uma nova classe de material chamada topocondutores — usando arseneto de índio e alumínio.
Esses topocondutores se comportam como supercondutores, mas que preservam a estabilidade quântica dos qubits. Assim, possibilitando a criação de um novo estado da matéria, uma partícula de Majorana (nome do chip em homenagem a Ettore Majorana que teorizou esse tipo de partícula em 1937).
Grego? Em outras palavras, a Microsoft criou um novo tipo de matéria que permite partículas funcionarem em um estado indefinido (sendo zero, um, ou ambos ao mesmo tempo) preservando as informações através da corrente de qubits. Dessa maneira, ela poderá dar uma escala muito maior que seus competidores.
Microsoft pode mudar a computação para sempre
A Microsoft, literalmente, não consegue melhorar o Teams ou lançar uma versão superior do Outlook, mas é capaz de criar um novo estado para a matéria, desafiando nosso conhecimento estabelecido sobre o mundo.
O lançamento do Majorana 1 e dos topocondutores é, de fato, revolucionário. Ele pavimenta o caminho para que a Microsoft consiga no futuro ter chips com milhões de qubits. Isso permitirá que chips que cabem nas palmas das nossas mãos resolvam problemas que nem mesmo a soma de todos os computadores do mundo conseguiria solucionar.
As aplicações dessa tecnologia ainda desafiam a criatividade da mente humana. Mas ela permitirá o descobrimento de novos medicamentos e de tratamentos personalizados com muito mais assertividade e agilidade.
Além disso, pode ser capaz de desenvolver materiais novos, com propriedades sem precedentes, e introduzir novos protocolos de criptografia e segurança, entre tantas outras possibilidades.
Mas, como gosto de dizer, inovações são avenidas de mão única. O salto à frente que a Microsoft deu deve abrir os olhos de outras empresas para novas possibilidades e formas de seguirem com o desenvolvimento da computação quântica.
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Apesar da descoberta brilhante, o Majorana 1 ainda possui apenas 8 qubits. Essa é uma corrida para chegar na casa do milhão. Ainda temos um longo percurso pela frente até termos um claro vencedor da computação quântica. Pode ser que seja a Microsoft. É muito cedo para cravar.
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