OPINIÃO: Meta, de Mark Zuckerberg, é a nova cara da extrema-direita?

Meta recua em programas de promoção de diversidade e abandona checagem independente de fatos antes da posse de Trump

Henrique Vasconcellos 11/01/2025 09:09 4 min
OPINIÃO: Meta, de Mark Zuckerberg, é a nova cara da extrema-direita?

Da mesma forma que a plataforma X (antigo Twitter) fez desde a sua compra pelo empresário Elon Musk, estaria a Meta, de Mark Zuckerberg, caminhando para se tornar mais uma plataforma da “ultra-radical-extrema direita”?

No auge da pandemia, a Meta passou por momentos em que sofreu críticas por moderar conteúdos, chegando a ser acusada de censura. Isso fez com que o presidente, Mark Zuckerberg, fosse ao congresso testemunhar sobre as políticas de moderação de conteúdos da companhia e a interferência do governo Biden nessas políticas. 

Agora, na virada do ano para 2025, Zuckerberg anunciou mudanças drásticas nas políticas internas de moderação de conteúdos.  

Meta, dona de Instagram e Facebook, encerra checagem de fatos

 Anúncio de Zuckerberg sobre fim da checagem. Fonte: Meta

“More speech and fewer mistakes” (Joel Kaplan, diretor de assuntos globais da Meta).

A Meta anunciou que, começando pelos EUA, irá encerrar a moderação e a vistoria de conteúdos por meio de terceiros (empresas contratadas).

Esse sistema de validação será substituído por um mecanismo de verificação no qual a própria comunidade fará a validação — como funciona no X.

Por que isso importa? Os aplicativos da Meta que serão afetados por essa nova política são o Instagram, o Facebook e o Threads. Apps que possuem bilhões de usuários mundialmente. Uma mudança nessa política de moderação terá um impacto relevante no conteúdo disponível nessas plataformas da seguinte maneira:

  • Atualmente, a Meta age como uma árbitra da “verdade”. De acordo com o próprio Zuck, e outros diretores, essa política resultou em censura de opiniões políticas e sociais que divergiam daquelas dos moderadores.
  • Com essa nova política, e bilhões de publicações sendo feitas semanalmente em suas plataformas, a Meta visa reduzir/afrouxar a censura que ela mesma diz estar ocorrendo dentro dos seus apps. 

Apesar da mudança ter causado o “chilique” de personalidades famosas no Brasil (como a Gleisi Hoffmann), pela ótica de nós investidores, o importante é determinar os impactos disso nos resultados da companhia.

O que pode estar por trás de decisão da Meta de abandonar checagem de fatos

A Meta, apesar de ser uma das maiores companhias do mundo, é uma empresa de dono. O fundador segue sendo a cara da organização para investidores e é quem dita os rumos tomados por ela.

Se você acompanha, mesmo superficialmente, deve ter reparado na drástica transformação que Zuckerberg passou, pessoalmente, nos últimos anos. 

Desde o envolvimento em artes marciais (Brazilian Jiu-Jitsu), à compra de uma fazenda enorme no Havaí para criação de gado (da mais alta qualidade), até mesmo a mudança no visual (roupas largas, pele bronzeada e um corte de cabelo mais “descolado”). 

 Zuckerberg em 2022 e em 2024. Fonte: People.com

Convenhamos, um excelente trabalho de quem faz a assessoria pública do diretor executivo (obviamente essa imagem é construída). 

Ações da Meta voltam a crescer; veja recomendação de investimento

Essa nova aparência, hábitos “saudáveis” e um comportamento mais bem-humorado, se reflete também no desempenho da Meta Platforms (B3: M1TA34; Nasdaq: META) como empresa. 

Desde 2022, quando começou essa transformação, a companhia voltou a entregar crescimento em seus resultados e as suas ações acompanharam. 

 Fluxo de caixa, preço e múltiplos projetados da Meta. Fonte: Bloomberg

Meta é compra?

Na nossa avaliação, a vantagem competitiva da detentora do Facebook, Instagram e WhatsApp como rede social é enorme pelo “poder gravitacional” que as pessoas presentes na rede têm com todos os usuários. Nossas “identidades virtuais” estão nessa plataforma. 

Mesmo os mais descontentes com essa nova política de conteúdos, na grande maioria, não irão abandonar a plataforma. Mas, mais importante: empresas seguirão pagando à Meta para terem suas publicidades expostas aos usuários. 

Diante disso, a Meta segue sendo uma empresa que deve negociar a 24x lucro estimado para 2025 e que deve seguir crescendo seus resultados (lucros) a uma faixa entre 12-16% nos próximos anos. 

Não é uma barganha, mas é uma empresa de altíssima qualidade, com um excelente histórico de alocação de capital e geração de caixa. 

Mantemos recomendação de COMPRA para Meta no Nord Global, sendo uma das principais posições da carteira. 

Se você busca os maiores lucros possíveis sem abrir mão da segurança, acesse o portfólio completo de ações internacionais para 2025.

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