Meta fiscal 2024 deve ter só metade das receitas necessárias para zerar déficit, precifica mercado
Um dos pontos fundamentais para a viabilização dos cortes da Selic é o fiscal brasileiro. Atualmente, o mercado espera apenas metade das receitas necessárias para zerar o déficit em 2024, promessa feita pelo governo na apresentação do arcabouço fiscal.
Meta fiscal em 2024
O questionário foi enviado pelo Banco Central em setembro e os economistas disseram ter incorporado R$ 80 bilhões relativos às medidas de aumento da arrecadação apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que totalizam R$ 168,5 bilhões.
Do total do pacote de medidas, cerca de R$ 70 bilhões ainda precisam da aprovação do Legislativo. Os outros R$ 98 bilhões já foram validados, mas as estimativas feitas pelo Executivo são vistas com ceticismo pelo mercado financeiro.
Apesar da desconfiança, os números mostram que o otimismo vem crescendo nos últimos meses. Em agosto, as estimativas eram de R$ 65 bilhões e, em junho, quando a pergunta foi enviada pela primeira vez, eram de R$ 60 bilhões.
O mercado acredita que o governo vai ter vitórias parciais, que vai melhorar a arrecadação, mas não o suficiente para zerar o déficit em 2024. Quanto mais a agenda do governo avançar, maior será o otimismo.
A parte positiva é que as expectativas não são muito altas, os números esperados atualmente representam um déficit de -0,8% do PIB em 2024.
Qualquer coisa melhor do que isso poderá ajudar na velocidade e na magnitude dos cortes de juros, além de causar um impacto positivo na precificação dos ativos de risco.