6 melhores bancos americanos. Saiba onde investir
Bank of America (BofA) e Morgan Stanley registraram lucro acima do esperado no 2º trimestre de 2024. Veja a nossa opinião sobre os bancos americanos.
O Brasil é um país muito rico em tradições e práticas socioculturais. Temos o carnaval, a festa junina, o melhor réveillon do mundo e a famosa ida em família ao shopping no final de semana. No entanto, o que brasileiro gosta mesmo é de investir em bancos.
O rentismo da renda fixa é tão enraizado na nossa cultura de investimentos que os ativos de risco que os investidores mais procuram são empresas quase que “bond-likes”, ou que se assemelham ao retorno obtido em renda fixa.
Nesse sentido, nada mais “seguro” do que comprar ações de bancos no Brasil. Afinal, temos taxas de juros altíssimas e uma regulação que protege uma estrutura quase que russa dos bancos como oligopólios em nosso país.
Bancos no Brasil x bancos americanos
Nos últimos cinco anos, se tivesse investido em ações do Itaú (ITUB4), teria tido um retorno de +42%. Ações do Banco do Brasil (BBAS3) teriam dado um retorno de +60%. O BTG (BPAC11) teria entregue um retorno impressionante de +160%. Apenas o Bradesco (BBDC4), te daria um retorno negativo de -40%. Na média, nada mal, apesar de ainda perder para o quase imbatível “CDIzão”, que temos aqui.
Mas se o investidor tivesse não apenas investido em bancos no Brasil, mas também tivesse estendido o horizonte de investimentos para um pouco além das nossas fronteiras e investido em bancos americanos, o retorno seria muito melhor.
Olhando em reais (R$), o Morgan Stanley (MS) teve um retorno de +308% nos últimos cinco anos, seguido pelo Goldman Sachs (GS) em +284%, o JP Morgan (JPM) em +217%, o Bank of America (BAC) em +131%, o Wells Fargo (WFC) em +114% e o Citigroug (C) em +64%.
6 melhores bancos americanos
1. JP Morgan (NYSE: JPM)
O JP Morgan é o maior banco nos EUA em termos de ativos e, consequentemente, está entre os maiores entre todas as suas áreas de atuação. É um dos maiores bancos de investimento do mundo, com uma das maiores franquias de emissão de cartões, pagamentos comerciais, uma das maiores mesas de operação do mundo, uma das maiores redes de banco de varejo do mundo, inúmeros serviços financeiros e, também, um dos bancos com o balanço mais robusto, com aproximadamente U$ 4 trilhões em ativos.
No segundo trimestre de 2024, a empresa apresentou novamente resultados sólidos, com um balanço posicionado favoravelmente para um ambiente de juros mais altos.
A empresa apresentou uma receita líquida de U$ 50 bilhões, um crescimento de +22% na comparação anual. Já o lucro líquido da empresa foi de U$ 18 bilhões, um crescimento de +25% na comparação anual. Superficialmente, aparenta ser o resultado de uma empresa de crescimento. Mas não é o caso.
A empresa teve um ganho não recorrente que deu uma “turbinada” nos números no trimestre de U$ 7,9 bilhões com ações da Visa. Foi apenas um ganho contábil na conversão de ações de classe B-1 para classe C.
Com os ajustes necessários, a empresa teve um crescimento de +0,7% no seu lucro por ação na comparação anual. Apesar de um crescimento menor, o nível de lucratividade do JP Morgan segue ótimo, com um retorno sobre o patrimônio de 20%.
Dentre os bancos americanos, é, sem dúvidas, um dos com os melhores fundamentos e um dos mais bem posicionados para navegar turbulências dentro do setor.
2. Bank of America (NYSE: BAC)
O Bank of America, uma das ações queridas pelo megainvestidor Warren Buffett, tem se recuperado muito bem da crise financeira de 2008 e, atualmente, é um dos principais bancos nos EUA. O banco possui uma das melhores redes de varejo e franquia de banco nos EUA.
É um dos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos, um dos quatro maiores emissores de cartões e possui a franquia Merril Lynch, que se tornou uma das maiores corretoras nos Estados Unidos.
Contudo, a empresa apresentou resultados um pouco abaixo no 2T24, com uma queda de -5,7% no lucro por ação. Apesar dos números mais fracos no trimestre, a empresa prometeu ao mercado que as receitas com os juros devem atingir U$ 14,5 bi até o 4T24, quantia 4% maior que os U$ 13,9 do 2T24.
A lucratividade da empresa também deve melhorar no segundo semestre devido ao controle melhor de gastos e às receitas maiores com taxas cobradas nos segmentos de gestão de recursos e operações de banco de investimento.
Um ponto de atenção que os investidores devem ter com a empresa é o seu portfólio de ativos de mais longa duração que a média dos demais bancos, que rendem taxas de juros menores do que as praticadas no mercado atualmente. Isso deve afetar os resultados do banco negativamente ainda por um tempo.
3. Wells Fargo (NYSE: WFC)
O Wells Fargo é um dos maiores bancos dos EUA, com aproximadamente U$ 1,9 trilhões de ativos em seu balanço. A empresa tem quatro principais vertentes de atuação: banco de varejo, banco comercial, banco de investimento e empréstimos empresariais e, por fim, a gestão de ativos e de fortunas. O banco atua praticamente 100% nos EUA.
No 2T24, a empresa apresentou um trimestre com receitas praticamente estáveis na comparação anual — crescimento de apenas +0,7%. Já o lucro por ação apresentou um crescimento de +6,4%. Mesmo diante dos resultados amenos, a reação do mercado foi bastante negativa por conta da expectativa de gastos mais altos na segunda metade do ano.
Apesar da solidez financeira, as expectativas de crescimento de despesas não são boas para os bancos. Afinal, o negócio de crédito é praticamente commoditizado e a maior diferenciação entre os participantes de mercado é a eficiência nos custos.
4. Morgan Stanley (NYSE: MS)
O Morgan Stanley é um dos mais tradicionais bancos de investimento dos EUA. A empresa possui forte atuação no segmento de crédito corporativo, operações de banco de investimento, corretora de ativos e gestão de ativos de clientes.
O Morgan não atua apenas nos EUA. Aproximadamente 30% das suas receitas vêm de mercados no exterior. Hoje, o banco conta com quase U$ 5 trilhões de dólares em ativos de clientes sob sua custódia.
A empresa vem ao longo dos últimos anos apresentando uma evolução muito positiva nos resultados. No último trimestre, a empresa apresentou um crescimento de +12% nas receitas em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro por ação teve um crescimento impressionante de +47%, atingindo U$ 1,82 por ação.
O segmento de Wealth Management (gestão de ativos de clientes) apresentou sua segunda maior receita da história em um trimestre. Porém, desde 2022, o ritmo de crescimento dessa vertente tem sido mais ameno, com crescimento de +2% na comparação anual.
Já no segmento de Institutional Securities, o banco apresentou um bom crescimento de +23,5%. Um eventual corte de juros nos EUA deve contribuir para mais operações dentro de Investment Banking, o que deve manter um crescimento saudável para essa vertente de negócios do banco. Com uma grande participação de segmentos mais dependentes das taxas de juros, o Morgan Stanley deve ter bons anos por vir.
5. Goldman Sachs (NYSE: GS)
O Goldman Sachs, assim como o Morgan Stanley, é um dos mais tradicionais bancos de investimento do mundo. O banco atua no segmento de Investment Banking, Sales & Trading e Asset & Wealth Management. A empresa está presente em diversos países, mas a maior parte dos seus resultados (60%) ainda ficam concentrados nos EUA.
No 2T24, o banco apresentou ótimos resultados, com um crescimento de receitas líquidas de +17% na comparação anual e um lucro +170% maior.
No segundo trimestre, o banco apresentou resultados muito fortes no segmento de Sales & Trading e, por conta disso, as receitas caíram em -10% na comparação trimestral.
No entanto, se a taxa de juros eventualmente cair em setembro, o banco pode retomar um crescimento mais acelerado em Investment Banking e Weath Management, o que, por sua vez, pode compensar uma desaceleração no segmento de Sales & Trading (que possui uma opcionalidade positiva diante da volatilidade do mercado por conta das eleições norte-americanas).
No geral, o banco segue entregando bons resultados, mas deve ter uma acomodação de seu crescimento ao longo dos próximos anos. A empresa deve ter um crescimento médio de +3% a 4% ao ano nos próximos cinco anos. Um crescimento bem modesto, mas condizente com uma empresa que negocia a 13x lucros.
6. Citigroup (NYSE: C)
Por fim, mas não menos importante, temos o Citigroup, um conglomerado financeiro global que atua em mais de 100 países diferentes. O banco é dividido em cinco segmentos: serviços, mercados, banco de atacado, banco de varejo e gestão de patrimônio. Ao contrário dos bancos mencionados anteriormente, o Citigroup tem um caráter mais global, tendo entre suas principais atividades soluções de transferências internacionais para grandes empresas.
Apesar da presença global, o banco tem passado por alguns anos mais complicados que os demais desta lista. Mas a recuperação/turnaround tem dado sinais positivos. Mesmo assim, a história continua complexa.
No 2T24, a empresa apresentou resultados levemente positivos, com as receitas crescendo +4% e o lucro líquido aumentando +10%.
Apesar dos bons números, a história da recuperação é bastante complexa. A empresa foi penalizada pelos reguladores devido à falta de qualidade em alguns dados necessários para a operacionalização bancária nos EUA.
Além disso, ao longo dos últimos anos, a recuperação da empresa tem se mostrado mais como uma value trap do que, de fato, uma boa oportunidade de mercado.
Por que não investimos nos bancos americanos?
O resultado que esses bancos têm entregado ao longo dos últimos anos justifica a valorização que eles tiveram. É um segmento bastante resiliente a cenários e, por isso, acabam sempre sendo opções válidas para os investidores.
Hoje, gostamos bastante do JP Morgan e do Morgan Stanley. Ambos têm apresentado bons crescimentos de resultados e negociam a 12x lucro e 16x lucro respectivamente. Contudo, mesmo sendo boas opções de investimento, enxergamos que existam, no mercado americano, alternativas melhores.
Por conta disso, atualmente não temos nenhuma posição em bancos no Nord Global.
Também vemos hoje, na Nord como um todo, alternativas com possibilidades maiores de retorno ao longo dos próximos anos. A nossa preferência está para o Banco Inter (INBR32) na carteira Nord 10X e para o BTG Pactual (BPAC11) na carteira O Investidor de Valor.
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