Marfrig (MRFG3) se destaca entre as altas do Ibovespa em outubro

Três ações de frigoríficos marcam presença entre as maiores altas de outubro. Veja a lista completa.

Hugo Cabral 01/11/2024 17:28 6 min
Marfrig (MRFG3) se destaca entre as altas do Ibovespa em outubro

O Ibovespa fechou o mês de outubro com uma queda de -1,6%, marcando o sexto mês do ano em território negativo, influenciado por um cenário de risco fiscal interno ainda elevado, um pacote de estímulo à economia chinesa, as expectativas em relação ao futuro presidente dos EUA e a piora do conflito no Oriente Médio, além do dólar ter atingido patamares acima de R$ 5,70.

Desempenho do Ibovespa em outubro

Com as incertezas ainda no ambiente fiscal e um cenário de juros altos por mais tempo, todos os principais índices acionários encerraram o mês caindo. O IBOV encerrou em queda de -1,6%, enquanto o SMLL caiu -1,4% e o IDIV, -1,7%.

Desempenho do Ibovespa comparado aos principais índices do mercado em outubro de 2024. Fonte: Bloomberg

Das 86 ações que compõem o IBOV, 23 registraram uma alta no período, enquanto as outras 63 fecharam em baixa. 

O principal destaque positivo do mês foi a Yduqs (YDUQ3), com alta de +15,5%, enquanto a maior queda foi para as ações do Carrefour (CRFB3), que caíram -19,1%.

As 5 ações que mais subiram em outubro

EmpresaTickerVar. (%)
YduqsYDUQ3+15,5
MarfrigMRFG3+15,0
JBSJBSS3+13,9
BRFBRFS3+10,9
CVCCVCB3+10,2

1. Yduqs (YDUQ3) +15,5%

No topo da lista, estão as ações da Yduqs, que tiveram uma alta de +15,5%

Além dos rumores sobre uma possível fusão entre Yduqs e Cogna, o mercado espera melhores resultados para as empresas do setor de educação no 3T24. No entanto, destacamos que o cenário atual de juros altos, aumento da competitividade e redução das suas margens podem continuar pressionando os resultados dessas companhias. No ano, as ações de ambas as empresas já caíram mais de -50%.

Além das dificuldades do seu setor, a companhia negocia a 20x lucros e possui uma alavancagem de 3x, pressionando assim os seus resultados. Dessa forma, não recomendamos compra para YDUQ3.

2. Marfrig (MRFG3) +15,0%

No último mês, as ações de frigoríficos estiveram entre as maiores altas, ocupando três posições, devido às melhores expectativas de resultados para essas empresas, especialmente para aquelas expostas ao mercado de suínos e aves. 

O segmento de bovinos também deve apresentar resultados positivos, principalmente na América do Sul. Além disso, as ações da Marfrig foram impulsionadas pela notícia de que o CADE aprovou a venda de algumas de suas plantas para a Minerva (BEEF3).

Negociando a 8x Ebitda em 2024 (o que não é nenhuma pechincha), preferimos ficar de fora de MRFG3.

3. JBS (JBSS3) +13,9%

Outro frigorífico que marcou presença no mês foi a JBS, cujas ações estão presentes em carteiras de grandes fundos de investimento. A empresa deverá apresentar bons resultados no 3T24, beneficiada pelas taxas de câmbio mais altas e pelo aumento na demanda por seus produtos.

Apesar disso, ainda vemos uma companhia muito endividada, afastando o nosso interesse pela JBSS3.

4. BRF (BRFS3) +10,9%

O último frigorífico com desempenho positivo na lista é a BRF, que se beneficia de preços mais baixos para os grãos de milho, uma despesa que representa uma parte significativa de seus custos. Além disso, seu principal concorrente na China está sendo investigado.

Apesar das melhores perspectivas, com as ações negociando a 8x Ebitda, não vemos grandes oportunidades em BRFS3 no momento.

5. CVC (CVCB3) +10,2%

Apesar dos desafios enfrentados pelo setor de turismo no brasil, agravados pela alta do dólar e concorrência de sites online, a CVC aprovou o reperfilamento de duas de suas debêntures, após a empresa ter firmado um acordo com os debenturistas no mês anterior.

Mesmo que suas ações custem menos de R$ 2 após as fortes quedas no ano, isso não quer dizer que existe uma oportunidade em CVCB3, ainda mais negociando a mais de 7x Ebitda.

As 5 ações que mais caíram em outubro

EmpresaTickerVar. (%)
CarrefourCRFB3-19,0
HyperaHYPE3-15,8
HapvidaHAPV3-12,0
BraskemBRKM5-11,9
Tim BrasilTIMS3-11,5

1. Carrefour (CRFB3) -19,0%

No topo da lista das maiores baixas do mês de outubro estão as ações do Carrefour. Devido à volatilidade e à alta das taxas de juros aqui no Brasil, refletindo um cenário macroeconômico ainda desafiador, as varejistas de alimentos vêm sofrendo na Bolsa brasileira, principalmente as mais endividadas, como o Carrefour, mesmo com os dados prévios do 3T24 trazendo sinalizações mais positivas.

Com os desafios que a varejista tem pela frente, além da sua alavancagem elevada, não temos recomendação de compra para CRFB3.

2. Hypera (HYPE3) -15,8%

O mês foi marcado por dois eventos relevantes para a Hypera. O primeiro foi a notícia de que a companhia decidiu reduzir o prazo de pagamento concedido aos clientes, visando otimizar o capital de giro, além de descontinuar seu guidance para 2024. O segundo evento foi a proposta de fusão apresentada pela EMS, maior fabricante de medicamentos do Brasil. No entanto, a Hypera considerou a oferta “hostil e ofensiva” devido à precificação proposta.

Assim, com perspectivas piores para o futuro da companhia, não recomendamos compra para HYPE3.

3. Hapvida (HAPV3) -12,0%

Ainda no pódio das maiores quedas está a Hapvida. O momento é desfavorável para o mercado de planos de saúde, e as expectativas indicam uma redução no número de beneficiários, além de reajustes moderados nos preços dos planos, à medida que os níveis de sinistralidade retornam aos padrões normais observados antes da pandemia.

Com poucas perspectivas de resultados em um cenário macroeconômico desafiador, não vemos grandes oportunidades para HAPV3 no momento.

4. Braskem (BRKM5) -11,9%

Após a divulgação preliminar dos dados operacionais e de vendas do 3T24, além da notícia de que a companhia planeja emitir novas dívidas de longo prazo para quitar compromissos financeiros atuais, as ações da Braskem devolveram todo o ganho de +10,5% acumulado no último mês. Um dos pontos negativos foi a queda de -2% nas vendas de resinas no Brasil, refletindo o aumento nos estoques de polietileno e PVC na indústria de transformação.

Operando alavancada e em um setor sujeito a volatilidade nos spreads de mercado, a Braskem enfrenta dificuldades em manter bons resultados. Assim, negociando a 8x Ebitda para 2024 (em linha com a média histórica do Ibovespa), não temos recomendação de compra para BRKM5.

5. Tim (TIMS3) -11,5%

Por fim, fechando a lista das maiores quedas de outubro, as ações da Tim foram impactadas pelo possível aumento da concorrência. A notícia que movimentou o mercado de telefonia no mês foi o lançamento da NuCel, operadora do Nubank, destinada aos clientes da instituição e com cobertura em quase todo o território nacional. Entre as principais operadoras, a Tim foi a mais afetada pela novidade, devido à sua maior exposição aos produtos de rede móvel.

Devido aos resultados mais robustos, além das melhores perspectivas de distribuição de dividendos, temos preferência por VIVT3 na carteira Nord Dividendos.

Embora muitas ações na Bolsa brasileira pareçam “baratas”, é essencial manter uma seleção cuidadosa ao escolher seus investimentos. Estamos aqui para ajudar você a atravessar este período de incertezas da melhor forma possível.

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