Maiores pagadoras de dividendos em 2023 — até agora
O que você responderia se perguntassem quem pagou mais dividendos em 2023? Ninguém duvida que Vale (VALE3) seria um bom chute.
No entanto, a mineradora saiu do ranking das quinze maiores pagadoras da B3 — onde chegou a ocupar a 9º e a 15º posição — após o corte de US$ 1,8 bilhão em distribuição de proventos no primeiro trimestre deste ano.
Com base no “rendimento dos dividendos” ou Dividend Yield (DY), descobrimos que Petrobras (PETR3; PETR4), CSN (CSNA3) e Marfrig (MRFG3) lideram a lista das empresas que mais pagaram dividendos neste ano.
Veja a tabela completa com as 15 ações que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses, de acordo com dados da Economatica.
Por que a Vale reduziu os dividendos?
A Vale fez o maior corte de dividendos do mundo, reduzindo seus pagamentos em US$ 1,8 bilhão em relação ao mesmo período de 2022.
Para você entender o que aconteceu com os dividendos gordos do papel, é preciso ter em mente que o resultado da Vale depende da cotação do minério de ferro.
No gráfico acima, é possível observar que, em relação aos picos de 2021/2022, o preço do minério de ferro caiu consideravelmente. Consequentemente, o resultado (lucro) da mineradora também caiu, o que acaba impactando diretamente no dividendo.
Adicionalmente, vale ressaltar que os preços menores do minério foram reflexo da atividade econômica mais fraca da China junto à crise imobiliária no país de Xi Jinping — um dos grandes drivers para a Vale era exatamente toda essa questão da reabertura.
Como ainda não temos uma visão mais clara sobre a aceleração da atividade econômica chinesa e a melhora do setor imobiliário, a perspectiva é de que os preços da commodity continuem em patamares mais baixos.
Como identificar as “vacas leiteiras” da bolsa?
Retomando a nossa conversa sobre as maiores pagadoras de dividendos, você sabe como identificar boas pagadoras de dividendos?
O Dividend Yield (DY) é uma das métricas (se não for a mais importante) mais importantes a serem analisadas quando o assunto é investir com foco em renda passiva. No entanto, o DY não deve ser interpretado de forma isolada, e muito menos apenas o número em si.
Isso porque uma empresa pode ter um dividendo atípico, não recorrente ou não sustentável em função de fatores externos e não oriundos da operação.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Petrobras, que atingiu retornos com dividendos estratosféricos em 2022 em função basicamente de vendas de ativos (desinvestimentos) e também de um período muito favorável para o petróleo.
Mas será que isso se repete?
As sinalizações indicam que não, então aquele investidor que comprou as ações apenas pensando naquele “enorme dividendo” distribuído pode acabar se frustrando.
Além disso, é importante o investidor mesclar com o Dividend Yield, o valuation da empresa.
Porém, para ter uma boa relação entre risco e retorno, você precisa olhar para uma boa empresa, com um bom resultado (para dividendos, gosto de mais consistência e menos volatilidade), boas perspectivas e negociada a um bom nível de preço.
Um exemplo perfeito para essa lição é a Engie Brasil (EGIE3). Acesse detalhes sobre a tese de investimentos no Nord Dividendos.