Maiores altas e baixas do ibovespa em novembro de 2023

Magazine Luiza, Marfrig e CSN estão entre as ações que mais subiram em novembro. Confira as 10 ações que mais subiram e caíram na bolsa brasileira em novembro

Fabiano Vaz 04/12/2023 09:24 5 min Atualizado em: 04/01/2024 11:35
Maiores altas e baixas do ibovespa em novembro de 2023

O Ibovespa encerrou o mês de novembro com uma variação de +12,54%, aos 127.331 pontos, sendo o melhor mês de 2023, acumulando uma alta de +16,8% no ano.

Os EUA foram o grande catalisador para o forte desempenho da bolsa brasileira. Por lá, os dados da inflação e da atividade econômica reduziram a probabilidade de mais aumentos da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed).

A dinâmica dos juros nos EUA ainda contou com a perspectiva de manutenção do ciclo de queda de juros no Brasil, devido aos dados positivos da economia doméstica.

Desempenho do Ibovespa versus juros futuros 2031 em 2023.
Fonte: Bloomberg

O melhor mês do Ibovespa no ano foi marcado por altas expressivas e apenas sete ações com sinal negativo. Sendo assim, confira as cinco maiores altas e baixas de novembro.

Maiores altas de novembro

1. Magazine Luiza (MGLU3) +51,9%

No topo da lista das maiores altas de novembro, ficou o Magazine Luiza (MGLU3). Apesar da forte alta, o mês não foi só de boas notícias para a varejista, que divulgou, junto aos resultados do 3T23, lançamentos incorretos nos balanços de 2022. O mês também foi marcado pelos resultados um pouco melhores do que as expectativas, entretanto, a forte alta se deve principalmente pela queda dos juros futuros por aqui. Além disso, mesmo com os ganhos de novembro, MGLU3 acumula queda de -20,8% neste ano.

2. Marfrig (MRFG3) +50,5%

A segunda posição ficou com a Marfrig (MRFG3), que teve o seu mês de recuperação em novembro, já que acumulava queda de -25% em 2023 até o final de outubro. O ano tem sido de volatilidade para o frigorífico devido ao ciclo desfavorável nos EUA, queda do dólar e alavancagem elevada. Embora os resultados do 3T23 tenham sido fracos, a valorização do papel pode ser explicada pela expectativa de que o ciclo de alta dos juros nos EUA chegou ao fim e pela perspectiva de redução da alavancagem com a venda de 40% das operações de abate para a Minerva.

3. CSN (CSNA3) +46,3%

Para a CSN (CSNA3), o mês de novembro também foi de recuperação, dado que até outubro as ações acumulavam queda no acumulado de 2023. Além dos resultados trimestrais um pouco acima das estimativas, o bom desempenho da sua mineração, a alta do minério de ferro e a melhor expectativa sobre a economia chinesa contribuíram para o desempenho da siderúrgica. 

4. CSN Mineração (CMIN3) +43,2%

O braço de mineração da CSN (CMIN3) foi a quarta maior alta de novembro. Os bons resultados do 3T23, reflexo dos maiores volumes e preços do minério de ferro, foram alguns dos fatores para o bom desempenho da companhia. Além disso, a forte alta das ações acompanhou os preços da commodity, que alcançaram as máximas do ano e refletiram as perspectivas mais favoráveis para a economia chinesa após os estímulos do governo central.

5. BRF (BRFS3) +37,4%

Na quinta colocação, está a BRF (BRFS3), que apesar de continuar queimando caixa, apresentou recuperação das suas margens e a redução da sua alavancagem após o follow-on. A perspectiva para os preços dos grãos mais baixos, que contribuem para maiores margens, também ajudou o desempenho dos papéis da BRF. 

Maiores baixas de novembro

1. 3R Petroleum (RRRP3) -7,6%

Já a maior queda do Ibovespa em novembro ficou para a 3R (RRRP3). Mesmo reportando um forte crescimento dos resultados, reflexo da expansão da sua produção de óleo e gás, as ações da petroleira acompanharam a queda do preço do petróleo Brent no mês. Após a alta do petróleo em outubro, com o conflito em Israel, os preços recuaram em novembro com a diminuição do risco de uma escalada do conflito e pela expectativa de queda da demanda pela commodity nos próximos meses.

2. Pão de Açúcar (PCAR3) -7,5%

A segunda maior queda do índice em novembro ficou para o Pão de Açúcar (PCAR3). Após os resultados do 3T23 mistos divulgados pela companhia, novembro foi marcado pelo anúncio da venda da sua participação da Cnova. A alienação é positiva, mas a alavancagem da varejista ainda é o ponto de atenção.

3. São Martinho (SMTO3) -6,6%

São Martinho (SMTO3), que é uma das maiores empresas de sucroenergéticos do Brasil, encerrou o mês em queda após dados operacionais mais fracos e a queda do petróleo, que reflete em preços do etanol menos atrativos. Os resultados melhores do que o esperado no 3T23 não foram suficientes para compensar a desvalorização das ações com as perspectivas mais desfavoráveis.

4. Cemig (CMIG4) -5,7%

A Cemig (CMIG4) foi a quarta maior queda do mês no Ibovespa, mesmo reportando bons resultados e em linha com as estimativas do mercado. Entretanto, o mês foi marcado pela sinalização ruim do governo de Minas Gerais em federalizar a companhia, repassando a empresa para o governo federal e afastando a possibilidade de uma privatização.

5. PetroReconcavo (RECV3) -4,5% 

Assim como a 3R, a PetroReconcavo (RECV3) terminou novembro em queda. A petroleira, que divulgou resultados do 3T23 em linha com as expectativas, viu suas ações serem pressionadas pela queda de cerca de -5% do preço do barril do Brent.

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