Magazine Luiza (MGLU3) ou Casas Bahia (BHIA3): Veja a top pick após 4T24

Apesar do crescimento das vendas, varejistas ainda enfrentam desafios estruturais significativos; confira os destaques do 4T24

Rafael Ragazi 16/03/2025 08:00 6 min
Magazine Luiza (MGLU3) ou Casas Bahia (BHIA3): Veja a top pick após 4T24

Mesmo diante de um novo ciclo de aperto monetário, as vendas no varejo no Brasil avançaram 4,7% em 2024, marcando o melhor desempenho anual desde 2012, quando cresceram 8,4%.

No quarto trimestre, as empresas do setor focadas em e-commerce apresentaram uma melhora sequencial, com destaque para o Mercado Livre (MELI34), que superou as varejistas brasileiras e consolidou sua liderança no mercado.

Entre os principais players do setor, Magazine Luiza (MGLU3) e Grupo Casas Bahia (BHIA3) buscaram estratégias para enfrentar desafios operacionais e financeiros. 

Veja a top pick da Nord após 4T24.

Resultados do 4T24: comparativo financeiro das varejistas

Magazine Luiza (MGLU3)

  • Receita líquida: R$ 10,8 bilhões (+2% em relação ao 4T23).​
  • Ebitda: R$ 846 milhões (+12%).​
  • Lucro líquido: R$ 139 milhões (+37%).​

Grupo Casas Bahia (BHIA3)

  • Receita líquida: R$ 7,98 bilhões (+7,6% em relação ao 4T23).​
  • Ebitda ajustado: R$ 640 milhões (+300%).​
  • Prejuízo líquido: R$ -452 milhões (redução de 54,8% no prejuízo em relação ao 4T23).​

Mercado Livre (MELI34)

  • Receita líquida: US$ 6,1 bilhões (+37% em relação ao 4T23)
  • Ebit: US$ 820 milhões (+144%)
  • Lucro líquido: US$ 639 milhões (+287%).

Lucro do Magalu cresce, mas vendas patinam

O Magazine Luiza (MGLU3) reportou uma receita de R$ 10,8 bilhões no 4T24, um crescimento modesto de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda subiu 12%, alcançando R$ 846 milhões, enquanto o lucro líquido avançou 37%, para R$ 139 milhões. 

Apesar do desempenho positivo em lucro, o crescimento das vendas foi tímido, com avanço de +3% no total, puxado por um aumento de 6% nas lojas físicas, compensando o fraco desempenho de apenas +1% no e-commerce. 

Houve uma contração de -0,2 p.p. na margem bruta por conta do mix, mas a margem Ebitda apresentou uma leve expansão de +0,6 p.p. em função do melhor desempenho na vertical de serviços financeiros e da maior alavancagem operacional. Por fim, o lucro foi impulsionado por resultados financeiros melhores e impostos mais favoráveis.

Para 2025, a companhia aposta na melhoria da conversão de vendas da plataforma, otimizando a estrutura já existente e ampliando a monetização do tráfego. Além disso, está se preparando para a adoção do IA-commerce, que promete transformar o varejo digital. 

O principal desafio da empresa continua sendo a forte concorrência no ambiente digital e o impacto dos juros elevados sobre os custos financeiros e o poder de compra dos consumidores.

Casas Bahia reduz prejuízo em 54,8%

O Grupo Casas Bahia (BHIA3), por sua vez, registrou um crescimento mais expressivo na receita líquida, que avançou 7,6% no 4T24, atingindo R$ 7,98 bilhões. 

O desempenho do e-commerce foi um dos pontos fracos, com queda de -10% no Volume Bruto de Mercadorias (GMV) vendido online diretamente pela própria empresa, conhecido como 1P (first-party). No entanto, a recuperação nas lojas físicas (+16%) e no marketplace (+24%) ajudou a impulsionar os resultados. 

O grande destaque foi o Ebitda ajustado, que quadruplicou em relação ao 4T23, totalizando R$ 640 milhões, com uma significativa expansão de margem. Porém, o resultado financeiro segue pressionando os números e a companhia ainda reportou um prejuízo líquido de R$ -452 milhões, embora tenha reduzido as perdas em 54,8% na comparação anual.

Para 2025, a empresa aposta na expansão da carteira de crediário, que já soma R$ 6,2 bilhões, e na continuidade da recuperação das margens. No entanto, a alta alavancagem e o cenário de juros elevados continuam a representar desafios relevantes para a companhia, que precisará manter o foco na geração de caixa e na redução do endividamento.

Mercado Livre dispara e supera projeções

Já o Mercado Livre (MELI34) demonstrou um desempenho muito superior aos concorrentes nacionais. A companhia registrou um crescimento de 37% na receita líquida do 4T24, atingindo US$ 6,1 bilhões, acima das projeções do mercado. O Ebit avançou +144%, para US$ 820 milhões, e o lucro líquido disparou +287%, alcançando US$ 639 milhões, superando as estimativas dos analistas. 

A empresa se beneficiou de sua forte posição no e-commerce e dos serviços financeiros do Mercado Pago, que continuam a expandir sua participação na América Latina. 

Para 2025, os principais desafios incluem manter o ritmo acelerado de crescimento em um ambiente cada vez mais competitivo, aprimorar sua infraestrutura logística e se adaptar às variações econômicas e regulatórias nos diversos países em que opera.

O que achamos das varejistas no quatro tri?

O desempenho das varejistas no 4T24 reflete um setor que, apesar do crescimento das vendas, ainda enfrenta desafios estruturais significativos, entre eles, a própria desaceleração do crescimento por conta do cenário macro se deteriorando.

Enquanto o Magazine Luiza busca maior eficiência operacional e aposta no IA-commerce, o Grupo Casas Bahia trabalha para melhorar sua rentabilidade e reduzir dívidas. 

O Mercado Livre, por sua vez, continua consolidando sua liderança no e-commerce da América Latina, destacando-se como a empresa mais bem-sucedida do setor no último trimestre.

MELI34 é a melhor ação do varejo para buscar retorno em 2025?

Mesmo com a consolidação do Mercado Livre como a principal varejista da América Latina, a ação não é uma oportunidade interessante por conta do seu elevado preço (54x lucros e 29x Ebitda).

Nossa preferência do setor varejista é por Lojas Renner (LREN3). A companhia se destaca por sua solidez operacional e financeira, o que permite uma atuação contracíclica mesmo diante de um cenário de juros elevados e desaceleração econômica.

No quarto trimestre de 2024, a Renner manteve um bom ritmo de crescimento, com receita avançando +10%, impulsionada pelo aumento de +9% na Renner, +19% na Youcom e +12% na Camicado. 

A estratégia de maior eficiência e digitalização refletiu-se no crescimento de 9% das vendas nas mesmas lojas (SSS) e na receita por metro quadrado, impulsionados pela otimização logística e tecnológica. 

O lucro bruto cresceu +9%, com margem bruta de 55,8%, enquanto o Ebitda total subiu +2%, apesar da queda de -4% no Ebitda da operação de varejo, afetado pelo aumento no programa de participação nos lucros e menores recuperações fiscais. O lucro líquido da companhia caiu -7,5%, mas, ajustado para bases comparáveis, teve um crescimento expressivo de cerca de 30%.

A Lojas Renner encerrou o ciclo mais significativo de investimentos de sua história, consolidando um modelo de negócios mais ágil, integrado e eficiente. A operação das lojas físicas já foi transferida para o novo Centro de Distribuição e a migração do e-commerce será concluída no segundo trimestre de 2025, permitindo uma operação totalmente integrada. 

Para 2025, a Lojas Renner projeta investimentos para expansão operacional, com um capex de R$ 850 milhões voltado principalmente para remodelações e abertura de novas lojas, com a meta de inaugurar entre 25 e 35 unidades.

Atualmente, LREN3 negocia apenas 5,4 vezes Ebitda, o que reforça seu potencial de valorização.

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