Os juros americanos vão cair?

Como se posicionar para aproveitar o cenário que se desenha para os próximos anos

Marilia Fontes 23/05/2024 09:55 4 min
Os juros americanos vão cair?

Até a pandemia, o mundo acreditava que não existiria mais inflação. Teríamos juros zero ou muito baixos por muito tempo e, portanto, a expansão fiscal nunca mais seria um problema. 

Em 2021, o presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, chegou a dizer que só subiriam os juros em 2024, uma vez que era preciso ter a certeza de que a economia tinha ganhado tração. 

O fim dos juros baixos

Poucos meses depois dessa fala, presenciamos uma das maiores e mais rápidas altas das taxas de juros dos Estados Unidos na história recente.

Diante de uma inflação que parecia fora do controle, surgiu uma narrativa de "novo normal". 

O novo normal seria juros mais altos por mais tempo. As taxas de juros do mundo todo estão em patamares elevados, com prêmios de risco altos, sobretudo na parte longa. 

O mesmo Banco Central, agora, afirma que é preciso ter a certeza da desaceleração da inflação, enquanto o mercado precifica que há chances de não termos mais quedas nos juros este ano. 

Nem um, nem outro

O fato é que o último dado de inflação dos Estados Unidos já indica sinais de desaceleração. 

Apesar de muitos componentes do núcleo ainda não terem caído totalmente, esses são calculados a partir de uma média móvel que, por construção, demora muito para se mexer. 

O mesmo ocorre com os preços dos aluguéis, que, na inflação, ainda estão altos, mas, no dado da ponta, já caíram para níveis pré-pandemia. 

Os juros americanos vão cair

Nos meses seguintes teremos dois efeitos fortes na inflação americana: a sazonalidade positiva e a queda nos preços dos aluguéis. 

Isso deve deixar mais claro para o mercado que a inflação de fato vai permitir um ciclo de queda dos juros americanos. 

Desglobalização como ponto de atenção

Um outro argumento que justificaria os juros mais altos por mais tempo seria a redução do comércio exterior devido à desglobalização provocada pelos conflitos geopolíticos. 

Apesar de realmente me preocupar, a redução do comércio global ainda não é percebida nos dados. 

Pessimismo exagerado em relação à China

A China, a principal exportadora de produtos industriais do mundo, ainda continua com excesso de capacidade e altos investimentos em infraestrutura e novas fábricas.

O país asiático seguirá exportando deflação para o mundo.

Também se fala muito sobre a morte da China como modelo de negócios, mas poucas pessoas têm consciência de que a crise imobiliária que a China enfrentou foi muito parecida com a americana, que foi sentida, mas já superada. 

O crescimento da China está longe de depender apenas do setor imobiliário e já está surpreendendo o mercado com os últimos dados de atividade vindo acima do esperado. 

A bolsa Chinesa, que chegou a cair -45% desde o pico anterior à crise, já acumula uma alta de +7,5% no ano. Atualmente, é uma das bolsas de valores mais baratas do mundo, inclusive mais barata do que o Ibovespa. 

Fonte: Bloomberg

Juros americano é o pai do mundo

Se a renda fixa é a mãe da bolsa, como digo aos meus assinantes, o juro americano é o pai do mundo todo. 

Tudo depende da taxa de juros americana e todos os ativos de risco devem se beneficiar de um ciclo de queda. 

Se os juros americanos passam a render menos, voltando a ter retornos reais de 0,5%, os investidores de todo o mundo voltam a olhar para os ativos de risco e para os países emergentes, procurando mais retorno. 

Dessa forma, acredito que temos uma oportunidade real de nos posicionar para o novo cenário dos próximos dois anos, que deve ser a normalização dos juros mundiais. 

Isso inclui países emergentes esquecidos, como a China, corporate bonds de empresas brasileiras negociados lá fora e ações de small caps ao redor do mundo. 

Comprando ações na gringa

Para ter acesso a esse mundo de possibilidades, não pode estar restrito a investir apenas no Brasil. 

Há, sim, oportunidades no Brasil! Somos emergentes e estamos em valuations baratos! 

Mas investir tudo no Brasil, com o risco fiscal que temos, não é o mais prudente a se fazer. 

A maioria das pessoas não investe fora porque não sabe como fazer. Como abrir uma conta? Como enviar dinheiro? É complicado? Como declarar o imposto de renda? O que comprar?

Antigamente era realmente muito difícil investir fora do Brasil. Mas, de uns anos para cá, tornou-se algo bem simples e fácil.

Para te falar tudo o que você tem que saber para começar ainda nesta semana a investir lá fora, faremos uma live nesta quinta-feira, 23, às 19h, no nosso canal do YouTube, com Henrique Vasconcellos, analista do Nord Global, e o Bruce Barbosa. 

Você terá uma surpresa com a facilidade das informações. 

Não deixe de participar! É uma excelente chance de diversificar sua geografia de investimentos e aproveitar a oportunidade dos juros americanos em queda. 

Para garantir sua participação, clique no link abaixo:

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