IPOs Brasileiros Em Retrospectiva
As novatas da Bolsa
As ações da Rede D’Or (RDOR3) estrearam subindo +7,73 por cento ontem na bolsa. O IPO da empresa movimentou 11,4 bilhões de reais e foi o terceiro maior da história da nossa bolsa.
Neste ano foram realizados 25 IPOs, o que deixa 2020 atrás apenas de 2007, quando 64 empresas ingressaram na bolsa e 55 bilhões foram captados.
Ao todo, há 142 empresas que abriram capital desde a virada do século e que ainda têm ações negociadas na bolsa.
O setor imobiliário tem se destacado ao longo dos anos com um grande número de ofertas. Dentre as 24 empresas do setor que estrearam na bolsa recentemente, 13 fizeram seu IPO em 2007 e 7 neste ano.
Melhores e piores desempenhos
Em 2020, apesar da forte queda na bolsa por conta da pandemia, as ações que fizeram IPO acumulam um retorno médio de +13,6 por cento.
Mas a média é fortemente influenciada pelo desempenho das ações da Locaweb (LWSA3), que sobem +276 por cento desde a estreia na bolsa.
O retorno médio, desconsiderando a empresa, é de +2,6 por cento.
Foram realizados 5 IPOs no ano passado, e os destaques são a Centauro (CNTO3), subindo +125 por cento, e o Banco BMG, que caiu -55 por cento desde a oferta.
Na safra de 2018, tivemos apenas vencedoras. Banco Inter (BIDI4) e as empresas de saúde verticalizadas (HAPV3 e GNDI3) acumulam um retorno médio de 451 por cento desde suas respectivas estreias.
Em 2007, os destaques positivos foram MOVI3 (+180 por cento) e OMGE (+136 por cento); Burger King (BKBR3) é a empresa com pior desempenho na safra (-38 por cento.
Entre os anos de 2014 e 2016, tivemos apenas uma nova ingressante por ano. Dentre elas, somente a Ouro Fino acumula um retorno positivo desde sua estreia (+33 por cento).
Os grandes destaques na safra de 2013 foram as empresas de tecnologia que ingressaram na bolsa. Sinqia(SQIA3) já acumula um retorno de +647 por cento e Linx (LINX3), de +308 por cento. A BB Seguridade fez o segundo maior IPO do Brasil no ano, movimentando 11,5 bilhões. Por fim, o mico do ano, Biosev (BSVE3), que caiu -66 por cento desde seu IPO.
Na safra de 2012, temos duas empresas com desempenhos antagônicos: enquanto a Unidas (LCAM3) tem um dos maiores retornos acumulados desde a estreia nos últimos anos (+782 por cento), a Unicasa caiu -70 por cento.
A Magazine Luiza (MGLU3) abriu seu capital em 2011, caiu -85 por cento até 2015 e teve forte alta nos anos seguintes. A companhia ocupa, hoje, o segundo lugar no pódio de valorização desde o IPO nos últimos anos. Arezzo (ARZZ3), Qualicorp (QUAL3) e Technos (TECN3) também se destacam com retornos acumulados de +266, +163 e -92 por cento, respectivamente.
O ano de 2010 não foi muito bom para quem participou de IPOs. Apesar de Simpar (SIMH3) acumular um retorno de +295 por cento, 8 das 10 ingressantes do ano acumulam retornos negativos. O principal destaque dentre as estreantes do ano foi para a OSX (OSXB3), uma das empresas do fracassado império criado por Eike Batista.
Em 2009, o Santander movimentou mais de 14 bilhões de reais em sua oferta, que foi a maior do mundo nesse ano e ainda é a maior da história do Brasil. Mas o grande da safra é Fleury (FLRY3), que subiu +237 por cento. Já quem investiu em Cielo (CIEL3) no IPO, tem apenas metade do dinheiro hoje.
No ano de 2008, mesmo com a crise do subprime americano, tivemos 3 IPOs de empresas que ainda negociam na bolsa brasileira, e Hypera (HYPE3) é a única que acumula um retorno positivo.
O ano de 2007 foi aquele com o maior número de IPOs e volume financeiro captado. Tivemos de tudo, desde ações se multiplicando por mais de 6x, como Tenda (TEND3) e Sul América (SULA11), até ações que praticamente viraram pó, como PDG (PDGR3) e Viver Incorporadora (VIVR3). O retorno médio desde o IPO para as empresas da safra de 2007 foi de +52 por cento, e a bolsa subiu +80 por cento desde o fim desse ano.
A Totvs (TOTS3) foi o principal destaque da safra de 2006 e acumula um retorno de +1122 por cento desde a sua estreia na bolsa. O retorno médio acumulado dos IPOs no ano é de +137 por cento.
Quem investiu nos IPOs de 2005 não tem do que reclamar; com exceção de Pomifrutas(FRTA3), todas as demais empresas acumulam fartos retornos. Localiza (RENT3) e Lojas Renner (LREN3) são, respectivamente, a primeira e terceira empresas com as maiores altas acumuladas desde o IPO de 2000 para cá.
O ano de 2004 também foi um ano positivo para quem apostou nas estreantes da bolsa. Nenhuma ação da safra acumula um retorno negativo, e o principal destaque foi Natura (NTCO3), que já se multiplicou por 20x desde o IPO.
Por fim, temos a solitária CCR (CCRO3), que foi a única empresa a ingressar na bolsa entre 2000 e 2003 com ações ainda negociadas. Mas a história não é tão triste assim, o retorno acumulado desde sua estreia é de 1.111 por cento.
Abraço,