Opções de iPhone?

Recentemente, fiz um vídeo em meu Instagram (@daniellelopesn), propositalmente exagerado, para explicar aos meus seguidores como as opções podem ser instrumentos valiosos aos seus investimentos, se você souber usá-las.

O exemplo foi o seguinte: Vamos supor que você gostaria de comprar o novo iPhone e que ele custa R$ 15 mil em sua melhor versão. E você gostaria de comprá-lo até a Black Friday deste ano.

A Black Friday é um evento esperado por todos por conta dos descontos históricos, mas a Apple não costuma fazer isso.

(A Nord faz, então fique ligado que dia 07/11 teremos novidades!)

Por via das dúvidas, você prefere aguardar e, até lá, se planejar para a compra do iPhone.

Em vez de desembolsar esse valor de uma vez só, você usa o instrumento de opções.

Você adquire uma opção de compra desse iPhone por R$ 15 mil, válida até o final do ano, pagando hoje apenas R$ 100 (preço ilustrativo).

Esse “Vale iPhone” garante que você consiga comprar esse celular pelo mesmo valor de hoje, mesmo que ele suba de preço no futuro.

iPhone mais barato que o mercado

Imagine um cenário em que há um problema na fábrica de chips e os únicos iPhones restantes em estoque disparam de preço. O iPhone de R$ 15 mil passa a ser vendido por R$ 20 mil.

Você, com a sua opção de compra do iPhone a R$ 15 mil, mostra ao vendedor da loja e garante a compra no preço combinado.

Você garantiu o celular pelo menor preço.

Sem Black Friday e sem desembolso imediato dos R$ 15 mil.

Seu único desembolso foi de apenas R$ 100 para garantir o direito de comprar o iPhone a R$ 15 mil.

“Ah, se eu tivesse comprado umas 10 mil opções dessas…”

Claro, se o celular entrasse em promoção na Black Friday, você teria comprado diretamente na loja e a sua opção de comprar o iPhone a R$ 15 mil não teria sido usada. No linguajar do mercado, falamos que a sua opção teria virado pó.

Mas você se blindou nas duas pontas, caso o preço despencasse ou disparasse.

Opções de Ações

As opções são contratos criados pelos vendedores a partir do momento em que são negociados.

Sim, podemos criar opções de iPhone, desde que tenhamos garantias de que esse valor combinado será pago no fechamento da operação em troca do ativo.

É claro que isso não é nada comum, mas as negociações de opções de ações são bastante comuns.

As formas mais simples de negociar opções envolvem as ações mais líquidas, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) direto no Home Broker — com tickers diferentes da ação —, ou a forma mais old school de ligar para seu AAI ou banker para executar diretamente da mesa de operações.

Universo de Opções

Com opções, você pode atuar como o comprador de uma opção, seja ela uma opção de compra (call) ou opção de venda (put), assim como o vendedor de uma opção, seja ela de compra ou venda.

O comprador da opção tem o direito. Então ele sempre pode decidir o que fazer até o vencimento. Por isso sua perda máxima é o valor da opção. É o preço pago para segurar a opção de comprar o iPhone pelo preço estabelecido.

Exercendo seu direito, o comprador obriga o vendedor a vender o iPhone no preço estabelecido. É uma relação contratual.

Esse é apenas um dos muitos exemplos de relação contratual de opções. Compradores têm direitos e os vendedores têm obrigações.

“VALE3 vai para R$ 90”

Imaginar que o preço de uma ação pode valorizar até o final do ano nos traz a conclusão mais óbvia, que é somente ir lá na Bolsa e comprar.

Mas o valor desembolsado seria muito maior, por isso as Opções são excelentes instrumentos complementares.

A maior diferença entre a precificação de uma ação e de uma opção são os dados.

Na maioria das vezes, a precificação das ações envolve seus fluxos de caixa futuros trazidos ao valor presente.

Em opções, a precificação Black&Scholes resolve todo o pesar de fazer uma conta complicada.

Se eu imaginar que Vale poderá atingir R$ 90 até 16 de dezembro de 2022, consigo usar ferramentas online com a calculadora Black&Scholes para precificá-la.

(Não vamos nos preocupar com os cálculos e conceitos mais complexos agora).

Nesse exemplo, pagaria míseros R$ 0,42 por opção de Vale.

Investimento inicial: R$ 0,42 x Vale hoje na Bolsa próximo de R$ 70.

Como as pessoas usam Opções?

Operar opções parece fácil demais.

Mas operar opções sem conhecimento é preocupante demais.

Operar opções gera um poder de investimento muito maior e, na maioria das vezes, resultados muito maiores.

Se fosse tão fácil assim, todos fariam.

Se fosse tão fácil assim, ninguém quebraria.

Opções e Vieses

As pessoas quebram investindo em Opções.

As pessoas quebram investindo em Bolsa.

O que elas têm em comum?

Acharam que sabiam tudo, quando na verdade não tinham conhecimento.

Foram negligentes, se alavancaram, tiveram excesso de confiança…

Na prática, as pessoas usam as opções como formas de comprar uma ação com uma alavancagem gigantesca.

Ao invés de investir R$ 1.000 em uma ação, elas investem R$ 200 usando opções para tentar alavancar seus ganhos.

Se a ação sobe +10%, por exemplo, a aposta nas opções pode subir muito mais, como +50%, dependendo da opção escolhida.

Então, em vez de investir R$ 1.000 e ganhar 10% (ou R$ 100), o investidor de opções compra R$ 200 em opções que podem se tornar R$ 300.

Isso acontece porque as ações se movimentam como algo mais próximo de uma trajetória linear, enquanto as opções têm um perfil de retorno exponencial.

Crescimento Linear versus Exponencial.

Inclusive, podemos facilmente calcular os possíveis retornos utilizando o B&S.

E é aqui que a ganância das pessoas cresce exponencialmente e os riscos se multiplicam.

O risco das Opções

Opções são contratos de compra ou venda de um ativo em uma determinada data.

Se você adquire uma opção de compra, apostando que o preço de um ativo subirá até certo ponto no futuro, você precisa que isso aconteça em um período definido (e curto).

E aqui estão os maiores riscos das opções: elas vencem.

Como as opções têm data de vencimento, as probabilidades que definem seus preços variam violentamente no dia a dia.

Com a violenta variação dos preços, variam também as emoções dos apostadores.

Os apostadores perdem o sono com a volatilidade das opções.

Se os preços das ações sobem (ou caem) demais por alguns dias e estão próximos do vencimento, as opções podem subir 1.000% ou virar pó (perder completamente o valor) em pouquíssimos dias.

"Investir deveria ser como observar a tinta secar ou a grama crescer. Se você quer emoção, pegue US$ 800 e vá para Las Vegas."

Mas existem, sim, diversas formas de usar opções de maneira inteligente.

Como as pessoas deveriam usar Opções?

Usar ações e opções com moderação e conhecimento te colocará à frente de muitos “traders com experiência”.

Opções são ótimas ferramentas para gerenciar o risco do seu portfólio.

Opções são ótimas ferramentas para surfar os movimentos de curto prazo dos ativos.

O problema não são as opções.

O problema está em tratar o mercado financeiro como aposta.

Buffett e as Opções

Um dos maiores investidores de longo prazo é a prova viva de que opções são instrumentos excelentes, basta saber usá-los.

No início dos anos 90, o bom velhinho queria aumentar sua participação na Coca Cola, mas as ações a US$ 39 não estavam a um preço que ele gostaria de pagar.

Com isso, Buffett tinha duas alternativas: esperar as ações caírem ao preço que ele julgava razoável pagar (sim, Buffett já fez muitas contas disso) ou usar opções.

Contratualmente, Buffett se comprometeu a comprar 50 milhões de ações da Coca por US$ 35 – o preço que julgou ser adequado – usando opções.

Em troca, recebeu US$ 1,50 por cada ação.

US$ 1,50 x 50 milhões de ações = US$ 7,5 milhões em prêmio recebido.

Você também pode fazer isso.

Ações e Opções são ganha-ganha

Utilizando uma estratégia como essa, o investidor em ações pode manter suas posições e ainda ganhar dinheiro com opções. São rendas mensais para todos os investidores que utilizam o instrumento de venda coberta de Put.

Nessa estratégia, vendemos algo que não temos e recebemos um dinheiro lá na frente, já que temos o compromisso de comprar as ações pelo preço estabelecido (strike).

Se a ação subir demais, recebemos a renda e não compramos o papel.

Se a ação cair demais, recebemos a renda e vamos comprar as ações pelo preço combinado.

Na lógica que já queríamos comprar mais daquela empresa, se ela caiu, é maravilhoso.

O investidor ganha nas duas pontas.

Use Opções como um investidor de longo prazo

Comprar as ações é um ótimo negócio. Somar isso à estratégia de opções é um excelente negócio.

Muitas vezes, encontramos oportunidades de usar outros instrumentos que já existem no mercado desde a época dos filósofos (Tales de Mileto usava opções).

Dois negócios combinados que te permitem investir – com consciência e conhecimento – em um mercado que todos focam no curto prazo, mas o jogo é de longo prazo.

No entanto, investir em ações e investir em opções exige que o investidor saiba exatamente o que está fazendo.

Nesta semana, a Nord fechou uma turma do curso Arquitetura das Opções. Verifiquei com a equipe e consegui 12 vagas remanescentes.

Então, se você se interessou pelo assunto e quer descobrir outras formas de turbinar seus rendimentos com Opções, essa é sua chance.

Lembrando que o curso está indisponível para novos assinantes, mas pelo link abaixo você consegue garantir uma das vagas finais.

É por ordem de chegada. Então aproveite. Até o final do dia, este link estará disponível para você.