Como investir em ouro: proteja e diversifique seu patrimônio
Entenda o papel do ouro no mercado, como ele protege o patrimônio em tempos de incerteza e quais fatores avaliar antes de investir

O metal precioso é um dos ativos mais tradicionais quando se fala em proteção financeira. Se você quer aprender como investir em ouro, entender suas vantagens e conhecer as melhores opções disponíveis, este conteúdo vai te ajudar a tomar decisões mais seguras e estratégicas.
Sumário
- Ouro como reserva de valor
- Por que o ouro é tão valioso?
- Quais fatores interferem no preço do ouro?
- Por que investir em ouro?
- Quando vale a pena investir em ouro?
- Entenda o ciclo do ouro e o comportamento do ativo
- Analise o cenário econômico
- Faça uma análise do mercado de ouro
- Quais são as formas de investir em ouro?
- Como investir em ouro na Bolsa de Valores?
Ouro como reserva de valor
Historicamente, o ouro desempenha um papel fundamental na economia, funcionando como lastro de moedas e garantindo estabilidade antes da chegada das moedas fiduciárias.
Ele ainda segue como uma alternativa de proteção patrimonial contra as oscilações do mercado. Quem investe nesse metal precioso se beneficia da manutenção de valor ao longo do tempo, mesmo com variações de preço.
Além disso, por pertencer ao grupo das commodities metálicas, o ouro se destaca pela perenidade. Apesar de sofrer alguns impactos econômicos, continua sendo uma opção atrativa, especialmente para investidores dispostos a assumir riscos calculados.
Por que o ouro é tão valioso?
A escassez do ouro é um dos principais fatores de sua valorização. Segundo o Conselho Mundial do Ouro, há cerca de 212 mil toneladas de ouro extraídas no mundo, sendo metade usada em joias.
Além de ser um ativo financeiro, o ouro é amplamente utilizado em diferentes setores por suas propriedades químicas, como maleabilidade e resistência à corrosão. Entre os usos do ouro estão:
- testes rápidos de diagnóstico;
- medicamentos;
- placas solares;
- telescópios;
- eletrônicos;
- joias.
Seu valor também é reforçado pela tradição histórica: desde a antiguidade, o ouro é visto como símbolo de riqueza e confiança. Bancos centrais de diversos países mantêm reservas em ouro como parte da segurança financeira.
Quais fatores interferem no preço do ouro?
Como qualquer ativo de renda variável, é normal que o preço do ouro apresente flutuações constantes. Para acompanhar e tomar decisões seguras de compra e venda, é importante saber quais são as influências diretas na precificação do ouro, que, no Brasil, é considerado moeda.
Dólar
A cotação do ouro é definida conforme a moeda americana, logo, essa é uma das interferências diretas no preço do metal. Isso quer dizer que, se o dólar cai, o preço do ouro reduz em reais, caso contrário, com a alta, o valor do outro na Bolsa brasileira vai às alturas.
Economia
O comportamento econômico gera impacto positivo ou negativo na cotação do ouro, isso porque quando a Bolsa de Valores oscila para um cenário de perdas ou ganhos, o valor do ouro aumenta ou diminui.
No caso da alta, a dinâmica é simples, os investidores enxergam o ouro como um ativo de proteção e correm para comprar mesmo cientes do preço elevado, deixando de lado outras aplicações pelo receio de perder dinheiro.
Inflação
O índice de inflação pode ser um dos responsáveis pela cotação do ouro, uma vez que a economia e suas oscilações dependem do comportamento de alta ou queda inflacionária, variando o cenário de oferta e procura pelo metal que oferece reserva de valor.

Risco
Sendo o ouro uma reserva de valor, a maior percepção de riscos geopolíticos e macroeconômicos contribui para a valorização do metal.
Nos cinco anos, por exemplo, fatores geopolíticos como a guerra comercial entre EUA e China, pandemia, guerra na Ucrânia, tensões no Oriente Médio, somados às incertezas macroeconômicas, foram fatores relevantes para a forte valorização da commodity.
Por que investir em ouro?
Como mencionado, o metal precioso continua sendo uma escolha estratégica para proteger o patrimônio, especialmente em tempos de incerteza econômica. Confira abaixo alguns fatores que o tornam atrativo.
Valor histórico
O ouro valorizou significativamente ao longo do tempo. Entre 2000 e 2020, por exemplo, seu valor aumentou em 438%, demonstrando sua resiliência em crises econômicas e políticas.
Além disso, em março de 2025, o metal precioso atingiu um recorde de US$ 3.047,79 por onça.
Diversificação do portfólio
O ouro possui baixa correlação com outros ativos financeiros, como ações e títulos, ajudando a reduzir a volatilidade do portfólio.
Liquidez global
O ouro é um ativo líquido e amplamente negociado em todo o mundo, facilitando sua compra e venda.
Quando vale a pena investir em ouro?
Essa decisão de investimento depende muito do contexto e da situação econômica atual. Por isso, entenda os principais fatores que devem ser analisados antes de investir em ouro.
Entenda o ciclo do ouro e o comportamento do ativo
As compras de ouro por bancos centrais significativos, como a China, podem influenciar o mercado. Quando os bancos centrais compram grandes quantidades de ouro, isso pode criar escassez no mercado e aumentar os preços.
Essa tendência sugere que há uma percepção de longo prazo sobre o valor do metal precioso como reserva de valor.
Analise o cenário econômico
Para saber quando vale a pena investir em ouro, é importante avaliar o cenário econômico mundial. Isso porque, em momentos de crise, quando a confiança nas moedas fiduciárias é abalada, o ouro pode ser uma boa escolha para proteger o patrimônio.
Por outro lado, em períodos de estabilidade financeira, quando as taxas de juros reais são positivas e o mercado de ações está em alta, o ouro pode ser menos atraente, já que não gera rendimentos como investimentos tradicionais.
Faça uma análise do mercado de ouro
Antes de decidir por um investimento, é importante fazer uma boa análise do histórico do mercado de ouro.
Por exemplo, no final de 2021 e início de 2022, havia um consenso no mercado de que o ouro estava em um cenário de baixa. No entanto, eventos geopolíticos, como a guerra da Ucrânia, levaram a uma onda de compras, criando uma oportunidade de investimento.
Quais são as formas de investir em ouro?
Existem várias maneiras de investir em ouro, cada uma com suas vantagens e considerações específicas. Confira a seguir.
Compra física de ouro
Adquirir ouro na forma de barras ou moedas oferece uma reserva de valor reconhecida fora do sistema bancário. No entanto, é essencial garantir um local seguro para armazenar o ouro e protegê-lo contra roubo.
Custos envolvidos
- Impostos: incidência de IOF (1%) e Imposto de Renda sobre o lucro obtido na venda.
- Armazenamento: custos adicionais para serviços de custódia ou cofres seguros.
- Segurança: necessidade de seguros para proteger o investimento.
Fundos de investimento em ouro
Os fundos de investimento em ouro permitem adquirir cotas lastreadas em ouro, proporcionando praticidade e liquidez. Esses fundos podem ser negociados em bolsas de valores, oferecendo uma forma acessível de investir em ouro sem se preocupar com armazenamento físico.
O GOLD11 é um ETF que busca replicar o desempenho do ouro, atrelado diretamente aos preços internacionais da commodity.
Tributação
- IOF: taxa progressiva de 96% no primeiro dia até 0% no trigésimo dia.
- Imposto de Renda: alíquota de 15% a 22,5% conforme o prazo de investimento, recolhido através do come-cotas.
Contratos futuros e Opções
Investir em ouro por meio de contratos futuros e opções permite especular sobre a variação do preço do metal. Isso pode ser feito através de corretoras, com negociações realizadas online, similar à compra de ações.
Tributação
- Isenção: para operações mensais até R$ 20 mil.
- Imposto de Renda: 20% para day trade; 15% a 22,5% para outros prazos, conforme tabela regressiva.
Ações de empresas mineradoras de ouro
Investir em empresas que mineram o ouro é outra forma indireta de exposição ao metal.
A Aura Minerals (AURA33), nossa preferência na carteira Nord Deep Value, é uma mineradora de ouro que possui um plano de expansão para os próximos anos.
A companhia surgiu no Canadá, onde também está listada desde 2006, na Bolsa de Toronto (TSX), e, em 2020, decidiu abrir capital no Brasil, por meio de um re-IPO inicialmente focado em investidores institucionais. Ou seja, grandes fundos de investimento.
A Aura Minerals teve resultados sólidos no 4T24, com receita de US$ 171,5 milhões (+38%), Ebitda de US$ 79 milhões (+94%) e lucro líquido de US$ 24,6 milhões (+24%). A produção no período foi de 66,5 mil GEO (onças equivalentes a ouro).
Para 2025, o destaque será o início das operações da nova mina de Borborema, com previsão de produção entre 266 mil e 300 mil GEO.
Como investir em ouro na Bolsa de Valores?
Agora que você já entendeu as opções de investimento em ouro, veja as etapas necessárias para começar:
- Avalie seu perfil de investidor para tomar decisões alinhadas com sua propensão ao risco;
- Escolha uma corretora e abra sua conta;
- Selecione a modalidade de investimento em ouro que melhor atende às suas metas;
- Transfira os recursos para a conta da corretora e realize sua aplicação;
- Acompanhe a evolução do investimento e ajuste sua estratégia conforme necessário.
O valor mínimo para investir em ouro varia conforme a modalidade escolhida. Alguns fundos exigem aplicações a partir de R$ 100, enquanto ações podem ser adquiridas individualmente conforme a cotação na B3.
Independente da forma escolhida, o investimento em ouro pode ser um excelente complemento para diversificação e proteção patrimonial.
Lembre-se, no entanto, que o ouro é mais volátil, sem a oferta de uma renda regular proveniente dos juros e dividendos. Nesse contexto, a decisão de diversificação da carteira requer uma análise minuciosa do mercado e suas possibilidades.
Lembre-se, no entanto, que o metal precioso é mais volátil, sem a oferta de uma renda regular proveniente dos juros e dividendos. Nesse contexto, a decisão de diversificação da carteira requer uma análise minuciosa do mercado e suas possibilidades.
Por isso, se você está se perguntando como investir em ouro, considere todas as opções e os fatores discutidos para tomar uma decisão informada e alinhada aos seus objetivos financeiros.