Investidor de Valor: +394 por cento em 6 anos

Os últimos 6 anos foram ótimos para nós, mas não paramos por aqui. Continuamos buscando aprender e evoluir. A única coisa que podemos prometer é que continuaremos aprendendo.

Bruce Barbosa 07/07/2021 13:02 6 min
Investidor de Valor: +394 por cento em 6 anos

Ninguém nasce sabendo

Nem os maiores investidores de todos os tempos nasceram sabendo.

Nem os maiores investidores de todos os tempos começaram ganhando rios de dinheiro.

Nem os maiores investidores de todos os tempos sabiam que daria certo.

Apenas começaram.

Deram o primeiro passo.

Se esforçaram para aprender diariamente.

O resto é história.

+30 por cento ao ano

No Investidor de Valor, acumulamos +394 por cento em 6 anos.

São apenas +30,50 por cento ao ano em média. Parece pouco, mas o capital investido acumula juros sobre juros.

+30,5 por cento ao ano multiplica seu capital por 5x (metade de uma tenbagger, ou 10x, do Ragazi).

Gráfico apresenta desempenho do Investidor de Valor em comparação com o Ibovespa de jul/15 a jul/21.
Fonte: Nord Research.

É o poder de uma rentabilidade interessante:

+20 por cento ao ano, em 6 anos, multiplica seu capital por 3x.

+30,5 por cento ao ano, em 6 anos, multiplica seu capital por 5x.

É o poder do tempo:

+30,5 por cento, em 10 anos, multiplica seu capital por 14x;

+30,5 por cento, em 20 anos, multiplica seu capital por 205x.

Olhando assim parece que foi fácil. Parece que foi óbvio.

Porém, assim como não é óbvio hoje se a bolsa sobe ou cai, nunca foi óbvio em nenhum dos momentos anteriores.

Vamos dividir a história do Investidor de Valor em partes.

Nascido na pior crise da história do Brasil

Começamos em julho de 2015, ainda na casa velha.

Quem viveu esse período lembra do desastre econômico que era o Brasil de Dilma. Era desesperador.

Só loucos e alucinados compravam ações nesse período. Por sorte, nós compramos empresas – pulamos de cabeça.

O CDI era de 14,25 por cento ao ano. Quem seria louco de se aventurar em ações?

Começava o Investidor de Valor na maior crise da história do Brasil.

Com uma estratégia muito mais focada em empresas com dívidas reduzidas (de preferência sem dívidas), rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) elevada e preço (EV/Ebitda e P/L) baixo.

Gráfico apresenta CDI +8%; Investidor de Valor -12% e Ibovespa -27% de jul/15 a jan/16.
Fonte: Nord Research.

A perspectiva era de que o Brasil rumava para o buraco com alçapão.

O CDI bateu a gente de longe.

Nessa época, nosso benchmark, ou seja, a empresa que usávamos como base de comparação com outras empresas era Itaúsa (ITSA4) – claro, o banco Itaú gerava resultados ótimos e crescentes nas crises e fora delas.

Tínhamos empresas como Hering (geradora de caixa, sem dívidas e barata) e Coelce (resistente à crise).

Perdemos, mas seguramos mais que o Ibovespa, afinal, possuíamos um portfólio de empresas muito mais seguras que o índice.

Impeachment e recuperação

A história vocês já sabem. Entre o início de 2016 e o fim de 2017, passamos por reformas, seguramos o gasto público (teto de gastos) e o pessimismo com a economia brasileira foi reduzido drasticamente.

Nos recuperamos, seguindo a bolsa de perto e (finalmente) deixamos o CDI para trás.

Gráfico apresenta Investidor de Valor +90%; Ibovespa +70% e CDI +25% jan/16 a nov/17.
Fonte: Nord Research.

Nessa época, adicionamos ações como CVC (CVCB3), Portobello (PTBL3) e Vulcabras (VULC3), ainda muito baratas e que se beneficiavam de um cenário mais positivo para a economia brasileira.

Aprendemos que boas empresas não eram somente as mais lucrativas (ROE) e com as menores dívidas.

Buscávamos crescimento. Portanto, nada era mais óbvio do que investir em quem se recuperaria com a economia.

Deixamos Hering para trás. A empresa ainda lutava para vencer seus problemas internos, entre outros fatores.

Buscávamos mais crescimento de resultados e acreditávamos em recuperação econômica. Nosso portfólio refletiu essa mudança.

PIB (simplesmente) não vai

Em 2017, esperávamos PIB deslanchando e não aconteceu.

Em 2018, esperávamos PIB deslanchando e não aconteceu.

Em 2019, esperávamos PIB deslanchando…

2018 foi o ano de fundação da Nord e fizemos diversas mudanças no Investidor de Valor.

Gráfico apresenta desempenho de Investidor de Valor +30%; Ibovespa +22% e CDI +9% de dez/17 a out/18.
Fonte: Nord Research.

Demos sorte, pegamos bons ciclos.

Pegamos um bom ciclo com Braskem (BRKM5) e fechamos a recomendação em agosto de 2018.

Pegamos um bom ciclo com CVC (CVCB3) e fechamos a recomendação em novembro de 2018.

Pegamos um bom ciclo com Unipar (UNIP6) e saímos em março de 2019. Hoje sabemos como Unipar tinha um potencial muito maior.

No entanto, o mais importante de 2018 foi a nossa recomendação de Locamerica, hoje Unidas (LCAM3).

Foi uma mudança de paradigmas. Ali, começamos a entender como uma empresa poderia, SIM, ter resultados crescentes mesmo com a economia brasileira no buraco.

Desde março de 2018: LCAM3 +203% e Ibovespa +47%.
Fonte: Bloomberg.

Começamos a entender como os bons negócios possuem estratégias tão bem acertadas e momentos de mercado que seus resultados independem do cenário.

Locamerica mudou a forma que pensávamos.

Locamerica foi se transformando em nosso novo benchmark.

Vivendo e aprendendo

Confesso. Não sou dos mais inteligentes.

Demoro a aprender, mas aprendo.

A forma extremamente conservadora que gerenciamos o Investidor de Valor não nos deixa "testar" como (talvez) deveríamos.

O que aprendemos com Locamerica foi sendo "digerido" no fundo de nossos pensamentos.

Continuávamos procurando "novas Locamericas" e, em fevereiro de 2019, encontramos algo ainda melhor.

Desde fevereiro de 2019: PRIO +633%; LCAM3 +116% e Ibovespa +47%.
Fonte: Bloomberg.

PetroRio (PRIO3) é uma companhia que não só cresce "organicamente", mas também se utiliza de sua capacidade de redução de custos para adquirir novos campos de petróleo e acelerar significativamente seu crescimento.

Lá atrás, fugíamos de empresas que fazem muitas aquisições. Aquisições trazem riscos significativos aos negócios.

Mas aprendemos. Hoje, sabemos avaliar melhor as aquisições e temos bastante conforto com a estratégia de crescimento de PetroRio.

Vivendo e aprendendo.

Esqueça o Ibovespa, foco nas empresas

O IBOV não rende nada. O IBOV é uma cesta de diversas empresas grandes demais e ruins demais para crescer.

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) possuem seus volumes de produção em queda. Seus resultados dependem dos preços das commodities (ok, Petrobras pode vender ativos).

Os grandes bancos estão sofrendo para lidar com o ataque das fintechs em seguridade e serviços – seu negócio mais lucrativo.

O varejo, tirando algumas ótimas exceções, depende demais da economia para crescer.

Nós preferimos a liberdade de não depender de commodities. Não depender de economia. Não depender de competição.

Os resultados vieram.

Gráfico com resultados de dez/2018 a jun/2021: Investidor de valor +270%; Ibovespa +74% e CDI +15%.
Fonte: Nord Research.

Desde meados de 2019, vemos uma mudança estrutural em nossa performance com relação ao índice.

Erramos, acertamos, aprendemos.

Continuamos aprendendo diariamente.

O que o futuro nos reserva?

Continuamos estudando o mercado para encontrar empresas com resultados bons demais para o preço que negociam.

Continuamos estudiosos das empresas e à procura das melhores empresas pelos menores preços.

Sim, existem muitas delas por aí, mas precisamos fazer nosso dever de casa para encontrá-las.

Não são as empresas da moda recomendadas pelos youtubers. São justamente as futuras empresas que estarão na moda no futuro. Aquelas que serão recomendadas pelos youtubers.

Buscamos "novas PetroRios", buscamos "novas Locamericas".

Se encontrarmos, continuaremos deixando o Ibovespa e o mercado comendo poeira.

Claro, não podemos prometer retornos. Não sabemos como será o futuro. Se acertaremos ou erraremos.

A única coisa que podemos prometer é que continuaremos aprendendo.

Dia a dia evoluindo nossa estratégia no Investidor de Valor.

Ignorando cotações e focando em resultados.

Aprendendo a entender e avaliar negócios.

Aprendendo a tomar risco.

Junte-se a nós.

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