Em 2024, investidor brasileiro teve pior retorno em 10 anos
Os investidores brasileiros enfrentaram em 2024 um dos piores desempenhos financeiros da última década. Uma carteira diversificada apenas no Brasil perdeu para o CDI e gerou retornos financeiros pouco expressivos.
De acordo com um levantamento elaborado pela Nord Wealth, as carteiras de bancos e corretoras que seguem a tradicional estratégia do “kit Brasil” apresentaram um rendimento inferior ao benchmark, registrando um retorno de aproximadamente 2% no ano. Em contraste, o CDI, principal referência do mercado, acumulou uma valorização próxima a 11% no mesmo período.
Esse cenário levanta uma reflexão importante: como é frustrante ver o patrimônio, cuidadosamente construído ao longo dos anos, ser gerido de forma ineficaz por grandes instituições financeiras, entregando resultados abaixo do mínimo esperado.
Mas afinal, o que levou o investidor a uma performance tão aquém do CDI em 2024?
Os motivos são vários, destacando-se, principalmente, as expectativas de alta na trajetória da taxa Selic, que impulsionaram o dólar para valores acima de R$ 6 e pressionaram o Ibovespa a se aproximar de sua mínima no ano.
A seguir, entenda o que tornou 2024 tão desafiador para o mercado brasileiro, como avaliar os resultados em um contexto tão único e o que podemos aprender para construir portfólios mais resilientes no futuro.
Por que o investidor brasileiro teve o pior retorno em 10 anos?
Em 2024, qualquer portfólio composto majoritariamente, ou inteiramente, por ativos locais, enfrentou uma das piores performances em relação ao CDI na última década. Entre os fatores mais relevantes para esse desempenho, destacou-se a pressão fiscal.
Apesar de algumas iniciativas voltadas ao ajuste, a percepção de fragilidade no controle das contas públicas manteve os investidores em posição cautelosa, prejudicando a confiança no mercado. Esse ambiente contribuiu para a desvalorização do real, que sofreu uma perda superior a 20% frente ao dólar, impactando negativamente as expectativas econômicas domésticas e, consequentemente, o valor de praticamente toda a gama de ativos de risco disponíveis no Brasil.
Os melhores e piores investimentos de 2024
A seguir, apresentamos um gráfico que ilustra as dificuldades enfrentadas pelo Kit Brasil em um ano marcado por desafios estruturais e macroeconômicos.
A única classe que superou o CDI em 2024 foi o Crédito Privado pós-fixado. Todas as outras classes tiveram performance bastante inferior ao CDI (Crédito IPCA, Multimercados, Inflação Curta e Pré-fixado) ou negativas (FIIs, Ações, Inflação longa).
Qual a melhor carteira: kit Brasil ou kit Brasil + 15% no exterior?
Para avaliar o impacto de 2024 nos portfólios brasileiros, realizamos uma análise minuciosa com base em dois modelos de portfólio: o kit Brasil e o kit Brasil com 15% de alocação no exterior.
O kit Brasil, que constitui o foco principal da análise, apresenta um perfil relativamente conservador, composto por 65% de renda fixa e 35% de renda variável.
O kit Brasil reflete uma estratégia típica de investidores brasileiros que buscam as oportunidades do mercado local, mas com um bom grau de segurança.
Confira os resultados da análise conduzida:
(1) Diferencial de retorno dos portfólios vs. CDI:
(2) Retorno dos portfólios vs. CDI:
Analisando os resultados históricos, observa-se que 2024 se destaca como o pior ano da última década para o kit Brasil em termos de performance relativa ao CDI, conforme demonstrado pelas imagens (1) (2).
O kit Brasil registrou um retorno de apenas 1,9% no ano, substancialmente inferior ao CDI, que alcançou 10,9% no mesmo período. Historicamente, essa foi a maior diferença registrada entre o portfólio e o benchmark nos anos analisados.
Em contrapartida, o Kit Brasil + 15% no exterior obteve um retorno de 10,3%, evidenciando que uma estratégia robusta e diversificada pode mitigar impactos adversos, permitindo atravessar períodos de turbulência com menor prejuízo e maior preparo para os desafios futuros.
Como investir em 2025 para não perder do CDI?
É inegável que, frente a um CDI alcançando 10,9%, qualquer resultado abaixo desse benchmark tende a gerar questionamentos e desconfortos. No entanto, ao contextualizarmos o cenário, uma performance positiva, ainda que abaixo do benchmark, deve ser valorizada como um sinal de resiliência em meio a desafios substanciais.
O portfólio composto pelo Kit Brasil + 15% de exposição internacional ilustra bem essa estratégia de resiliência. Enquanto o mercado doméstico enfrentava obstáculos históricos — incluindo pressões fiscais, desvalorização cambial e aumento da aversão ao risco —, a diversificação internacional atuou como um importante amortecedor de impactos.
O retorno anual de 10,3% deste portfólio pode parecer modesto frente ao CDI, mas, considerando as condições adversas, demonstra a eficácia de uma estratégia diversificada para proteger o patrimônio e assegurar a estabilidade.
Em anos desafiadores como 2024, a principal lição transcende os números. Trata-se de compreender que nem todos os períodos serão marcados por conquistas financeiras expressivas. Alguns momentos exigem resiliência, disciplina e a determinação para avançar, mesmo diante de condições adversas.
Gestão de carteiras administradas pode salvar seu patrimônio
Se você busca uma gestão profissional e estratégica para o seu patrimônio em 2025, marque uma reunião com um consultor da Nord Wealth.
Nossa estratégia reflete o compromisso em preservar capital e buscar alternativas robustas em um momento de alta complexidade no mercado doméstico. Combinamos prudência no ambiente local com a exploração de oportunidades globais, mantendo o equilíbrio entre proteção e crescimento.
Descubra como podemos ajudá-lo a atravessar os desafios de hoje, enquanto construímos um futuro financeiro sólido e seguro para você e sua família.