Intelbras (INTB3) mantém crescimento de receita e Ebitda, mas lucro líquido recua no 4T24
Receita líquida sobe 10,8%, Ebitda cresce 5,8%, mas lucro líquido tem queda de 15,0% devido a impacto financeiro
A Intelbras (INTB3) apresentou resultados acima do esperado no 4T24, com um crescimento sólido em sua receita líquida, atingindo R$ 1,287 bilhão, um aumento de 10,8% em relação ao 4T23. No acumulado do ano, a receita totalizou R$ 4,756 bilhões, um avanço de 15,9% sobre 2023.
O Ebitda ajustado foi de R$ 165,3 milhões no trimestre, um crescimento de 5,8%, com margem de 12,8%, uma leve redução de 0,6 pontos percentuais na comparação anual.
O lucro líquido recuou -15,0% no 4T24, chegando a R$ 127,5 milhões, impactado principalmente pela desvalorização cambial e pelo resultado financeiro negativo.
O crescimento da receita foi impulsionado pelo segmento de Segurança, que avançou 16,5% no trimestre, e pelo segmento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que registrou alta de 17,9%. Em contrapartida, a divisão de Energia apresentou queda de 5,7% no período.
Lucro da Intelbras avança, mas há pressão nas margens
A margem Ebitda foi pressionada pelo aumento nos custos operacionais, decorrente da volatilidade cambial e do reforço nos estoques da empresa.
O lucro líquido acumulado em 2024 somou R$ 528,4 milhões, um crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior. No entanto, o ROIC (pre-tax) caiu para 18,1%, refletindo a elevação do capital empregado devido ao maior investimento em estoques.
A empresa encerrou o ano com um caixa de R$ 888 milhões, registrando uma redução de R$ 415 milhões ao longo do período, em função da estratégia de antecipação de estoques para minimizar impactos operacionais.
O endividamento total atingiu R$ 923 milhões, mantendo a alavancagem bastante controlada, com um índice dívida líquida/Ebitda de 0,06x.
Intelbras avança com eficiência e nova gestão
Para o futuro, a Intelbras concluiu a implementação de seu novo sistema ERP, que deve contribuir para ganhos de eficiência operacional. Além disso, a companhia passará por uma mudança em sua liderança, com a sucessão do atual CEO, Altair Silvestri, por Henrique Fernandez, a partir de abril de 2025. O foco estratégico da empresa permanece no crescimento estruturado, na otimização dos níveis de estoque e no ajuste de preços para preservar margens.
Ação da Intelbras: oportunidade de longo prazo?
No que diz respeito à avaliação de investimento, a Intelbras mantém fundamentos sólidos, com crescimento consistente de receita e um nível de endividamento saudável.
No entanto, o impacto da variação cambial e a necessidade de controle dos estoques para recuperação da geração de caixa são desafios a serem monitorados.
Mantemos recomendação de COMPRA para as ações da companhia na carteira Nord Ações.