Inflação nos EUA abaixo do esperado abre caminho para fim de aperto do Fed
Na quarta-feira, 12, tivemos a divulgação de um dos dados mais importantes para o mercado financeiro: a inflação americana!
Os dados de inflação são definitivos para guiar as taxas de juros americanas, que influenciam as taxas de juros do mundo todo, e que, por sua vez, influenciam todos os investimentos de uma economia.
Percebeu a importância desse pequeno número, né?
CPI dos EUA sobe 0,2% em junho
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,2% em junho comparado a maio, enquanto o mercado esperava uma alta de 0,3%, ou seja, foi melhor do que o esperado.
Núcleo do CPI
No entanto, como você sabe, tem diversos itens super voláteis que prejudicam a análise de um dado de inflação.
Então, para simplificar a análise evolutiva, os países calculam os “núcleos de inflação”, que são medidas que expurgam ou suavizam esses itens voláteis.
No caso americano, os núcleos tiram do CPI os alimentos e energia. Nesse núcleo, o dado também subiu 0,2% na comparação mensal de junho, enquanto o mercado esperava alta de 0,3%.
Fim de aperto do Fed?
A inflação americana vinha preocupando bastante o Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
O Fed chegou a pausar o ciclo de alta, mas com um discurso de que voltaria a subir futuramente e que a pausa era apenas para olhar melhor os dados.
Mas os dados de ontem reforçaram que a trajetória da inflação está mais benigna, pelo menos até agora.
Até mesmo serviços, que é um item mais ligado à atividade econômica, que segue mais aquecida, mostrou queda na margem.
Juros futuros nos EUA
Esse dado fez com que as taxas de juros de curto prazo nos EUA caíssem cerca de 15 pontos-base. Parece pouco, mas para um país que tem taxas muito mais baixas, 0,15% é bastante.
Mercado de trabalho americano
Ainda não estou 100% segura de que a inflação americana é um assunto encerrado. Isso porque os dados de atividade e emprego seguem em patamares absurdamente fortes e resilientes.
Não entra ainda na minha cabeça como podemos ter uma inflação tranquila nesse cenário. Além disso, juntamente aos dados de inflação, tivemos os dados de salários reais, que mostraram uma alta forte.
Fica muito difícil dizer quem está certo, se é o combo atividade-emprego ou se é o último dado de inflação.
De qualquer modo, se é o fim da linha ou não, acredito que pelo menos no curto prazo teremos ânimo para as bolsas e taxas de juros.
A expectativa do mercado de que o Fed pode encerrar o ciclo de alta dos juros com apenas mais um aumento de 0,25 pontos-base é boa o suficiente para injetar ânimo na nossa bolsa.
Além disso, temos uma posição técnica bem leve. Os fundos multimercado brasileiros não estão muito posicionados em bolsa, nem os gringos. A pessoa física também não anda comprando.
Ou seja, se esse novo cenário externo fizer com que os agentes locais se animem para as compras, podemos ver uma nova pernada de alta no Ibovespa, levando-o para patamares de 125 mil pontos no curto prazo.
Para quem gosta de operar com um horizonte mais curto, eu diria que é um bom momento de entrada.