Inter (INBR32) x Nubank (ROXO34): qual a melhor ação de banco digital para dezembro?

Manter o ritmo de crescimento dos negócios está cada vez mais difícil para uma das principais fintechs do Brasil. Descubra qual

Rafael Ragazi 05/12/2024 11:25 6 min Atualizado em: 05/12/2024 15:06
Inter (INBR32) x Nubank (ROXO34): qual a melhor ação de banco digital para dezembro?

As duas principais fintechs do Brasil chamaram a atenção entre os resultados do 3T24, mas por motivos diferentes. O Nubank (ROXO34) manteve o crescimento da base de clientes no 3T24, mas registrou pressão na margem de intermediação financeira e aumento da inadimplência. O Inter (INBR32), por sua vez, entregou um lucro recorde de R$ 260 milhões, aumento na margem e redução na inadimplência.

Apesar disso, ROXO34 caiu -13,5% em novembro e INBR32 -27,4%. No ano, a discrepancia é maior ainda, ROXO34 sobe +74%, enquanto INBR32 cai -5%.

Chegou o momento de comprar Nubank e vender Inter? É o que vamos mostrar para aqueles que buscam a ação de banco digital com alto potencial de valorização para comprar ainda em 2024.

Nubank reporta lucro líquido 89% maior no 3T24

O Nubank reportou resultados abaixo do esperado no 3T24, com uma receita de US$ 2,9 bilhões no 3T24, um crescimento anual de +56%, e um lucro líquido ajustado de US$ 592 milhões, uma alta de +89% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Maiores custos e pressão na margem

As receitas continuaram crescendo mais do que a base de clientes, aumentando +56% no 3T24. Contudo, o ritmo de crescimento da receita diminuiu em relação aos trimestres anteriores, o que aconteceu antes do esperado pelo mercado.

A compressão na margem financeira de juros líquida (NIM) foi uma das decepções. A NIM do 3T24 foi de 18,4%, -0,4 p.p. na comparação anual e -1,4 p.p. na comparação com o trimestre anterior.

A carteira de crédito cresceu +47%, alcançando US$ 21 bilhões, com o segmento de cartões de crédito crescendo +33% e o de empréstimo pessoal +97%. Contudo, mais uma vez, a inadimplência aumentou (NPL +90 alcançou 7,2%, alta de +1,1 p.p.) e as despesas com provisões para perdas com crédito não acompanharam o movimento (3,7% da carteira no 3T24 vs. 4,1% da carteira no 3T23).

Ainda assim, como as receitas médias por cliente ativo (ARPAC) cresceram +25% e o custo de servir por cliente ativo cresceu apenas +2%, o índice de eficiência (despesas sobre receitas) caiu para 31% (-3,6 p.p.) e o lucro ajustado cresceu +89%, levando a empresa a alcançar um ROE de 33% (+8 p.p.).

Nubank desacelera no Brasil e inadimplência preocupa

O Nubank entregou um robusto crescimento nos últimos anos e possui uma elevada rentabilidade atualmente. A grande dúvida agora é se o banco vai conseguir continuar crescendo no mesmo ritmo e se sua rentabilidade não vai ser afetada.

No Brasil, são 99 milhões de clientes, o que limita o potencial de crescimento no país, que ainda é sua principal área de operação, e faz com que a empresa dependa de replicar seu sucesso em mercados internacionais para seguir ampliando sua base de clientes. 

Além disso, a forma com que o banco vem tratando o aumento da inadimplência nos últimos trimestres acende um alerta, uma vez que as provisões para perdas não estão crescendo no mesmo ritmo que o indicador de inadimplência.

O que esperar do Nubank em 2025?

Para o próximo ano, o mercado projeta uma receita de US$ 14 bilhões e um lucro de US$ 3 bilhões para o Nubank, o que representaria um crescimento de +32% e de +44%, respectivamente.

Assista a análise de Marilia Fontes e Rafael Ragazi sobre ROXO34 e INBR32

Inter entrega lucro recorde e queda na inadimplência

O Inter (INBR32) reportou resultados acima do esperado, com uma receita de R$ 1,7 bilhão no 3T24, um crescimento anual de +32% e um lucro líquido de R$ 260 milhões, uma expansão de +150% comparado ao mesmo período do ano anterior.  

O custo de servir (CTS) ficou estável em R$ 12,6 e o custo de aquisição de clientes (CAC) subiu para R$ 34,4 (+33%), com os custos operacionais caindo -18%, mas os custos com marketing subindo +139%, o que permitiu a aceleração do crescimento.

A carteira de crédito do Inter superou os R$ 38 bilhões (+35%), com destaque para o crescimento das carteiras de FGTS e Home Equity novamente, além do forte crescimento da carteira de recebíveis de cartão de crédito neste trimestre, após a aquisição da Inter Pag.

A inadimplência (NPL>90d) caiu para 4,5% (-0,2 p.p.), com perspectivas positivas para os próximos trimestres, e o índice de cobertura (provisões de perdas/NPL>90D) permaneceu estável em 130%, com a companhia provisionando em linha com a formação de NPL.

Com destaque para o aumento da margem de intermediação financeira (NIM), que subiu para 9,6% (+0,4 p.p.), a receita líquida de juros cresceu +39%, enquanto a receita de serviços cresceu +21%.

As despesas subiram +28%, em função dos maiores gastos com pessoal, tecnologia e marketing, além da incorporação da Inter Pag, ainda assim, o índice de eficiência (despesas/receitas) caiu para 50,7% (-1,7 p.p.).

Desta forma, o Inter entregou um lucro recorde de R$ 260 milhões, o que representa uma alta de +150% e o retorno sobre o patrimônio (ROE) alcançou 11,9% (+6,2 p.p.). O índice de Basileia (relação entre capital próprio e de terceiros) foi de 17% (-6,7 p.p.), com a empresa acelerando sua concessão de crédito, mas ainda permanece acima da média dos bancos brasileiros.

O que esperar do Inter em 2025?

Para o próximo ano, o mercado projeta uma receita de R$ 8 bilhões e um lucro de R$ 1,5 bilhão para o Inter, o que representaria um crescimento de +26% e de +56%, respectivamente.

ROXO34 ou INBR32: qual a melhor ação de banco digital para dezembro?

O Nubank vale R$ 347 bilhões (só Petrobras vale mais do que a fintech na B3) e negocia a 57x lucros. Enxergamos um alto risco de reprecificação caso a companhia frustre as expectativas do mercado, dessa forma, preferimos evitar suas ações.

Enquanto isso, o Inter vale míseros R$ 11 bilhões e negocia a apenas 14x lucros. Vemos um potencial de valorização enorme para as ações do Inter (INBR32), que possui uma gestão mais conservadora, mais visibilidade de crescimento e está negociando com um desconto bastante atrativo em relação ao Nubank e ao seu valor intrínseco.

Por curiosidade, apenas 5% dos recursos que estão no Nubank já representam 1,5x o valor de mercado do Inter.  Essa migração pode começar a ocorrer quando o mercado entender que a discrepância de valor entre as empresas é completamente irracional e que a dinâmica de resultados do Inter é muito superior. 

Independente de se isso vai acontecer no curto prazo ou não, o fato é que seus fundamentos são cada vez melhores e os múltiplos cada vez mais baixos.

Dessa forma, INBR32 é uma das melhores oportunidades de investimento na Bolsa no momento! 

As ações do Inter fazem parte da carteira NORD 10X, que segue a filosofia do Growth Investing e procura as empresas com o maior potencial de crescimento não precificado pela Bolsa.

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