Ibovespa sobe 7,5% com melhora do humor local. O pior já passou?
Nos últimos 30 dias, o mercado financeiro alterou completamente o seu humor. A Bolsa brasileira subiu +7,5%, os juros longos caíram 90 basis point e o real valorizou +5,7%.
No mês anterior, os jornais destacavam as falas do governo contra o Banco Central e o corte de gastos, mas neste mês as notícias foram quase opostas.
Lula reafirma compromisso fiscal
A melhora vem na esteira de várias notícias positivas, dentre elas o compromisso do governo com o arcabouço fiscal.
"Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário. A gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca", disse Lula na sua última declaração.
Indicação de Galípolo ao BC
O governo também anunciou que irá indicar Galípolo para o cargo de presidente do Banco Central em 2025, o que acalmou os rumores de um presidente mais extremista e focado em reduzir os juros "na marra".
Inflação desacelera em junho
Além disso, um dado relevante foi divulgado na quarta-feira, 10, que, sozinho, causou uma queda de 20 bps na taxa de juros de longo prazo. A inflação de junho subiu 0,21%, enquanto o mercado esperava uma alta de 0,30%.
O número por dentro foi animador. Os núcleos de inflação, que exclui os itens mais voláteis e menos sensíveis à política econômica, apresentaram uma queda em relação aos meses anteriores.
O índice de serviços, o mais sensível ao juro, mostrou uma desaceleração consistente.
O índice de difusão, que eu gosto bastante de olhar porque mostra o percentual de itens que está subindo no índice total, também mostrou uma melhora relevante ao longo deste ano, inclusive inferior ao padrão histórico.
Ibovespa sobe com melhora do humor local
A melhora do mercado, a queda do dólar e o arrefecimento da inflação reduzem as chances de o Banco Central aumentar a taxa Selic para conter um possível risco inflacionário, como era ventilado na semana passada.
A piora no câmbio poderia resultar em uma expectativa de inflação mais alta pelo mercado e pelo Banco Central, que, tendo em vista a impossibilidade de cumprir a meta de 3%, teria que aumentar a taxa de juros.
Nem preciso dizer que retomar o ciclo de alta poderia ser devastador para os ativos de risco...
Mas a mudança de discurso do governo e os dados melhores de inflação podem ter vindo em um bom momento para evitar uma piora no humor do mercado.
Cenário externo melhora
O humor externo também tem o potencial de colaborar bastante com a melhora interna.
Os dados de atividade americana têm mostrado um futuro mais fraco do que o passado recente.
O índice de surpresa econômica mostra o tamanho da surpresa negativa em relação à expectativa de mercado dos dados de atividade americana. Podemos notar que chegamos a um patamar tão baixo como o de 2015.
Uma atividade americana mais fraca aumenta as chances de mais cortes do Fed Funds ainda este ano, o que traria um benefício para os ativos de risco em geral.
Será que o pior já passou?
Eu estou pensando que sim. Mas isso eu já achava isso desde março do ano passado. De lá para cá, tive que observar o governo falar mal do BC e do arcabouço, algo que jamais poderia imaginar, de tão fora da realidade.
Contestar a responsabilidade fiscal e a política monetária nunca acabou bem. Os investidores perdem a confiança na dívida pública, o que aumenta os juros. Começa a fuga de capitais, o que bate no câmbio e, consequentemente, contamina a inflação.
O financiamento da dívida pública passa a ser uma tarefa cada vez mais difícil, obrigando o governante a passar uma mensagem de confiança novamente.
Apesar de nunca acabar bem, no Brasil ainda vemos esse tipo de manifestação, o que atrapalha o andamento da economia, gerando mais volatilidade.
Do lado americano, também achei que as coisas já estariam melhores uma hora dessas. Mas acredito que tivemos um problema grande de sazonalidade dos dados, misturado com um aumento considerável da imigração.
Ambos os efeitos estão acabando agora e vamos ver se a atividade finalmente permitirá alguns cortes nos juros.
Um novo ciclo se inicia – como se posicionar?
O melhor de tudo isso é que os preços dos ativos que eu gosto ficaram ainda mais atrativos, o que me deu mais tempo para comprar mais.
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