Hypera (HYPE3) registra prejuízo no 1T25 com forte queda na receita

Redução de estoques e capital de giro impactam receita líquida; veja o que fazer com o papel

Nord Research 24/04/2025 17:25 3 min
Hypera (HYPE3) registra prejuízo no 1T25 com forte queda na receita

No primeiro trimestre de 2025, a Hypera Pharma (HYPE3) reportou uma receita líquida de R$ 1.080,9 milhões, representando uma queda expressiva de 40,8% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda das operações continuadas foi negativo em R$ 148,5 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 647,8 milhões no 1T24. Como consequência, a companhia encerrou o trimestre com um prejuízo líquido de R$ 141,1 milhões, frente a um lucro de R$ 388,9 milhões no ano anterior.

Destaques financeiros do 1T25. Fonte: Hypera RI

Apesar dos números operacionais fracos, alguns indicadores positivos merecem destaque, como o fluxo de caixa operacional, que cresceu 18,9%, alcançando R$ 570,0 milhões — o maior já registrado pela empresa em um primeiro trimestre. 

Por que a receita caiu tanto?

A queda na receita líquida está diretamente ligada ao processo de otimização de capital de giro iniciado em 2024. Essa estratégia inclui a redução dos estoques nos clientes e, consequentemente, dos dias de contas a receber. 

Além disso, a receita foi impactada pelo aumento dos descontos promocionais, especialmente em medicamentos genéricos. Esses descontos subiram 90,6% em relação ao 1T24, contribuindo para a redução da receita líquida em um ritmo superior à queda da receita bruta.

O Ebitda negativo foi consequência direta da queda no volume de vendas e da mudança no mix de produtos. Como a empresa manteve os investimentos em marketing e vendas, as despesas apresentaram crescimento no período, pressionando as margens.

Prejuízo mesmo com alívio fiscal

No lucro líquido, o resultado operacional ruim foi parcialmente compensado por um efeito positivo de R$ 282,4 milhões em imposto de renda e CSLL. Ainda assim, o prejuízo líquido consolidado foi de R$ 141,1 milhões, refletindo o desafio enfrentado pela companhia na transição de sua estrutura de capital de giro.

Em relação à posição financeira, a dívida líquida (pós-hedge) encerrou o trimestre em R$ 7.493,7 milhões, praticamente estável frente aos R$ 7.501,1 milhões de dezembro de 2024.

O que esperar da Hypera após queda na receita e Ebitda pressionado no 1T25?

Para os próximos trimestres, a expectativa da companhia é concluir o processo de otimização de capital de giro no início do segundo trimestre, o que pode contribuir para uma retomada da receita e da rentabilidade. 

A empresa investiu R$ 126,3 milhões em pesquisa e desenvolvimento no 1T25, mas não apresentou guidance nem projeções de resultados para os períodos seguintes. 

O resultado do 1T25 mostra um cenário de transição para a Hypera, com impactos significativos no curto prazo causados por uma estratégia de ajuste operacional. 

A reversão de lucro para prejuízo e a forte compressão de margens levantam preocupações quanto à efetividade da recuperação. 

Caso a retomada da receita não ocorra como esperado, a capacidade da empresa de recuperar sua rentabilidade poderá ser comprometida. 

Além disso, o aumento das despesas operacionais, combinado com um nível elevado de endividamento, representa um risco adicional à tese de investimento. Por esses motivos, preferimos ficar de fora de HYPE3.

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