HCTR11 volta a pagar dividendos: risco ou oportunidade?
O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) Hectare CE, conhecido pelo ticker HCTR11, tem atraído atenção significativa no mercado financeiro após retomar a distribuição de dividendos.
Agora, com o retorno dos proventos, será que vale a pena investir no FII de papel? Saiba se o fundo justifica o investimento agora.
Sobre o HCTR11
Lançado em 2018, o fundo imobiliário de papel Hectare (HCTR11) foi desenvolvido com uma estratégia de investimento voltada para alto risco, o que despertou o interesse do mercado devido ao significativo volume de dividendos distribuídos. Entre setembro de 2020 e janeiro de 2023, o fundo manteve a distribuição de proventos superiores a R$ 1 por cota, atingindo seu recorde histórico de R$ 3,20 em janeiro de 2022.
Composição do portfólio
O HCTR11 é um FII de “papel” — que investe em títulos de renda fixa —, com a maior parte do patrimônio (84%) alocado em certificados de recebíveis imobiliários (CRI). O restante, 15% de alocação e 0,4% em caixa.
Por que o HCTR11 disparou na bolsa?
Em dezembro de 2024, o HCTR11 suspendeu a distribuição de dividendos devido à ausência de resultados positivos no mês anterior, conforme comunicado oficial. Essa decisão gerou descontentamento entre os cotistas e resultou em desvalorização das cotas.
No entanto, em janeiro de 2025, o fundo anunciou a retomada dos pagamentos, com um dividendo de R$ 0,69 por cota, o que representa um dividend yield de 3,87%.
Valor do dividendo anunciado
O dividendo de R$ 0,69 por cota, anunciado em janeiro de 2025, inclui o montante retido no mês anterior, quando não houve distribuição. Esse valor supera os rendimentos distribuídos nos meses anteriores, que estavam na faixa de R$ 0,37 por cota.
Número de cotistas e valor patrimonial
No auge de sua popularidade, no final de dezembro de 2022, o HCTR11 contava com mais de 200 mil cotistas e um patrimônio líquido de R$ 2,6 bilhões. Contudo, devido a desafios financeiros enfrentados em 2023, esses números sofreram redução.
Em novembro de 2024, o fundo registrava aproximadamente 151.396 mil investidores e um patrimônio líquido de R$ 2,5 bilhões.
Vale a pena investir no HCTR11 agora?
Investir no HCTR11 requer cautela. Embora a retomada dos dividendos e a recente valorização das cotas possam sugerir sinais positivos, o fundo ainda enfrenta desafios relevantes em sua carteira.
Dentre os principais obstáculos, destacam-se a inadimplência de alguns ativos e a necessidade de concessão de waivers. Esses waivers são flexibilizações temporárias das condições contratuais dos CRIs, concedidas aos devedores para que tenham mais tempo para reorganizar suas finanças e buscar melhores resultados.
No entanto, o prolongamento dessas concessões tem se tornado frequente, indicando que as operações dos devedores continuam enfrentando dificuldades e não apresentam o desempenho esperado. Esse cenário reforça a necessidade de cautela por parte dos investidores, considerando os riscos ainda presentes na carteira do fundo
A carteira do Fundo apresenta esta configuração sobre as operações de CRIs:
- 17% em dia.
- Em carência de juros: 77%
- Inadimplente: 6%
Nossa preferência para 2025
Em resumo, o HCTR11 apresenta potencial de retorno, mas também carrega riscos que devem ser ponderados pelos investidores.
No segmento de “papel”, temos preferência pelo Valora CRI CDI (VGIR11). Nossa expectativa é de um rendimento em torno de R$ 1,35 por cota nos próximos 12 meses, equivalente a um yield de aproximadamente 14,71% com base no preço atual.