Guerra Comercial entre EUA e China pressiona petróleo e ações de petroleiras

Tensões entre EUA e China derrubam preços do petróleo e impactam ações do setor. Prio (PRIO3) se destaca em meio à volatilidade

Fabiano Vaz 23/04/2025 10:00 3 min
Guerra Comercial entre EUA e China pressiona petróleo e ações de petroleiras

A escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China tem provocado uma queda significativa nos preços do petróleo desde o dia 2 de abril, refletindo preocupações sobre uma possível recessão global e a redução da demanda por energia.​

Por que a guerra comercial afeta o petróleo?

As tarifas impostas por EUA e China aumentam os custos de importação e exportação, afetando diretamente o comércio global. Essa incerteza leva investidores a temerem uma desaceleração econômica, o que reduz a demanda por petróleo e, consequentemente, seus preços.

O barril de Brent agora tem operado perto da faixa dos US$ 65, mesmo patamar observado no pós-pandemia, em 2021.

 Cotação do Petróleo. Fonte: Bloomberg

Queda nos preços do petróleo e a atuação da Opep+

Em meio à turbulência com a guerra comercial, outro fator importante para o recuo da commodity foi o anúncio da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados) em antecipar o plano de aumento da produção de petróleo. 

No início deste mês, a organização anunciou o acréscimo de 411 mil barris por dia, um aumento três vezes maior do que o anunciado anteriormente. 

O anúncio surpreendeu o mercado e, somado às incertezas quanto à demanda decorrentes da guerra comercial, pressionou o preço da commodity.

Brava Energia (BRAV3) e outras petroleiras têm forte baixa com commodity

Entre 2 e 22 de abril, as ações das principais petroleiras brasileiras apresentaram as seguintes variações:

  • Brava Energia (BRAV3): -17,9%
  • PetroReconcavo (RECV3): -14,2%
  • Petrobras (PETR4): -14,4%
  • Prio (PRIO3): -12,2%

Apesar das quedas, observa-se um potencial de recuperação, especialmente para as petroleiras com fundamentos mais sólidos.

Perspectivas para o setor

Diante das incertezas quanto à demanda e da maior oferta da commodity, a perspectiva é de preços ainda pressionados no médio prazo. Nesse cenário, empresas com maior eficiência operacional e geradoras de caixa tendem a superar esse período desafiador.

Prio (PRIO3): destaque em meio à volatilidade

A Prio (PRIO3) é uma das petroleiras que se destaca entre as opções mais sólidas no setor. Apesar dos impactos na produção decorrentes da demora na obtenção de anuências e licenças junto ao Ibama, a companhia apresenta um baixo custo de produção.

Adicionalmente, o início da produção no campo de Wahoo, que deverá adicionar aproximadamente 40 mil barris por dia, tende a impulsionar o crescimento a partir de 2025. 

Com isso, a companhia projeta alcançar uma produção diária de 170 mil barris por dia nos próximos dois anos, frente aos atuais 108 mil barris por dia. Essa expansão sustenta a estimativa de um crescimento superior a 50% no Ebitda até 2027.

Diante da perspectiva de crescimento consistente dos resultados e da recente desvalorização das ações, PRIO3 está sendo negociada a um múltiplo de 5x lucro e 3x  Ebitda projetado para 2027 — patamar que configura uma oportunidade atrativa para investidores com horizonte de longo prazo.

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