Grupo GPS lucra R$ 168 milhões no 1T24, alta anual de +22%
O Grupo GPS (GGPS3) reportou resultados acima do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 3 bilhões no 1T24, um crescimento de +22%, um Ebitda de R352 milhões, uma alta de +20% e um lucro líquido de R$ 168 milhões, uma alta de +22%. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Outros destaques financeiros
Os destaques do trimestre foram a receita de aquisições (inorgânica) reportada e o anúncio da aquisição transformacional.
A receita líquida cresceu +6% no segmento orgânico, mas o grande destaque foi para o inorgânico (aquisições), que cresceu +565% na receita líquida na comparação anual. O crescimento orgânico foi, em parte, impactado pelo ajuste da safra de 2022, o que já era esperado desde o 4T23.
A contrapartida da queda de receita no orgânico envolve a elevação de margem Ebitda, conforme a estratégia da companhia. O orgânico costuma ser mais fraco nos 1T, acelerando ao longo do 2T em diante.
Atualmente, cerca de 86% da receita líquida da companhia provém da operação normal (orgânico) e 14% de aquisições.
A companhia tem conseguido, por meio de aquisições e novos contratos, elevar a participação da receita em manutenção e serviços industriais, atualmente no mesmo percentual que o segmento de segurança.
O Ebitda ficou em R$352 milhões, diante da redução de despesas operacionais, enquanto a margem Ebitda ficou em 11,5%, ante 11,6% no 1T23.
O lucro líquido da GPS totalizou R$ 168 milhões no 1T24, +22% maior em relação ao no mesmo trimestre do ano anterior (1T23), devido ao crescimento dos resultados, aliado à ótima diligência no endividamento.
A companhia possui índice de alavancagem atual de 1,2x dívida líquida/Ebitda, um pouco acima na comparação anual diante dos investimentos realizados nas aquisições, mas ainda sob controle e planejado pela companhia, com dívidas a serem pagas mais no médio prazo, o que não compromete o planejamento de aquisições no curto prazo. A geração de caixa operacional representou 77% do Ebitda no 1T24.
Enchentes no RS vão afetar o Grupo GPS?
Em relação à catástrofe no Rio Grande do Sul, a companhia possui colaboradores em situação de isolamento, sendo monitorados, e colaboradores já em condições seguras. A companhia afirma que não sofreu danos materiais até o presente momento e segue com um plano de ação de crise para auxiliá-los, bem como antecipar benefícios e doações. Se houver algum impacto no resultado, a previsão é de 3% da receita líquida.
O que esperar de GPS?
O primeiro trimestre do ano foi marcado pelo anúncio da aquisição de 100% das quotas das sociedades GR Serviços e Alimentação Ltda., Foodbuy Alimentos Sociedade Unipessoal Ltda., GR Manutenção e Facilities Sociedade Unipessoal Ltda., Clean Mall Serviços Ltda. e GRSA Serviços Ltda. (conjuntamente, “GRSA”), que somam R$ 3,3 bilhões de receita no período de 12 meses findo em setembro de 2023.
O total de aquisições que fazem parte do programa de M&A de 2024 soma R$ 4.221 milhões de receita bruta apurada nos 12 meses anteriores à assinatura dos contratos de compra e venda.
Esta operação representa a maior aquisição dentre as 52 já realizadas pelo Grupo GPS e um passo importante para o crescimento no segmento de soluções de alimentação.
A GRSA tem uma história de crescimento e sucesso na prestação de serviços de alimentação no Brasil, com um portfólio de aproximadamente 450 clientes, uma abrangência nacional, marcas reconhecidas pelo mercado e um time altamente capacitado e experiente.
A conclusão da aquisição da GRSA está condicionada ao cumprimento de obrigações e condições precedentes e à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, que já se manifestou favorável, mas a companhia aguarda a formalização da aprovação.
Ainda dentro do Programa de M&A, o Grupo GPS já concluiu a integração de sistemas da TLSV e Campseg em janeiro. A companhia terá mais quatro integrações no segundo trimestre (Lyon, Control, Marfood e Invictus) e Trademark em julho de 2024.
O ritmo de expansão de receita orgânica por meio da conquista de novos contratos e conquista de novos clientes ainda foi parcialmente afetado pela perda residual de contratos da safra de 2022. Em contrapartida, a melhoria da margem dessas empresas contribuiu para a melhoria dos resultados do GPS.
A companhia é bastante conservadora e reforça o desafio na integração da GRSA ao longo de 2024, dado o tamanho da aquisição (10x maior que as que costumam fazer). A margem Ebitda deverá ser impactada devido à GRSA possuir margens menores do que o Grupo GPS. O GPS possui margem entre 10%-11% atualmente.
Em contrapartida, o Grupo GPS está esperando um payback melhor na GRSA, o que é uma ótima notícia dado o tamanho da aquisição.
Achamos uma atitude prudente, além de uma boa alocação de capital e gestão da estrutura de capital (alavancagem), e veremos uma normalização de margens no longo prazo.
Seguimos confiantes com as decisões do time e com recomendação de compra para GPS, aos atuais 19x lucros e 13x Ebitda.
Proventos de GPS
O dividend yield do grupo GPS é de 1,71% nos últimos 12 meses. A companhia não anunciou novos pagamentos de proventos.
Sobre a GPS
Fundado em Salvador em 1962, o Grupo GPS atua na prestação de serviços de segurança, instalações, logística interna, engenharia de utilidades, serviços industriais, alimentação e serviços de infraestrutura no Brasil.
Quem é o dono do Grupo GPS?
O empresário Carlos Pedreira é sócio-fundador da GPS e detém a segunda maior participação acionária da companhia. A gestora americana Warburg Pincus e a brasileira Gávea Investimentos também integram o quadro de acionistas.
Quais são as empresas que fazem parte do Grupo GPS?
Ih-Haus Industrial, Predial, Magnus, Proteg, Algar Segurança, QuattroServ, JAM, Servis, Polonorte e Gol Segurança, entre outras marcas.
Como faço para comprar ações da GPS?
Para investir nas ações da GPS é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker GGPS3.
Recomendamos compra para GPS na carteira Nord Ações.