Fusão Eneva e Vibra: o que está por trás do plano para criar gigante de energia

A Eneva está propondo uma fusão com a Vibra Energia, numa troca de ações que criaria o terceiro maior grupo de energia; entenda os detalhes

Guilherme Tiglia Alves 28/11/2023 14:28 3 min Atualizado em: 04/01/2024 11:35
Fusão Eneva e Vibra: o que está por trás do plano para criar gigante de energia

A Eneva (ENEV3) propôs na noite de domingo, 26, uma fusão com a Vibra Energia (VBBR3), numa troca de ações que criaria uma gigante verticalizada do setor de energia.

A proposta bilionária

O objetivo da fusão seria a incorporação de ações da Eneva pela Vibra de forma que, ao término do processo, os acionistas de cada empresa teriam 50% do total das ações da nova instituição. 

Por exemplo, como está atualmente, considerando o valor de mercado de ambas as instituições (R$ 25,9 bi da Vibra e R$ 20,6 bi da Eneva), o “justo” de cada participação ficaria um pouco distorcido, aproximadamente 55% para a Vibra e 44% para a Eneva.

Vemos essa distorção na transação de fusão como um possível entrave para o andamento da negociação, favorecendo em um primeiro momento mais os acionistas da Eneva. 

No entanto, pode haver mudanças em relação a esses 50% inicialmente propostos, caminhando para algo mais próximo da precificação de mercado

Eneva e Vibra Energia

A Eneva é a maior produtora independente de gás natural no Brasil, além de operações de geração térmica — operação que se beneficia com maiores despachos em momentos climáticos atípicos, como o que estamos vivendo, mas via de regra ela se beneficia mais em momentos de menor geração hídrica.

Atualmente, a Eneva possui operações no Maranhão, Amazonas e Paraná, com capacidade de produção de 9,5 milhões de m³ de gás/dia, além de contar com novas reservas a serem exploradas. 

Do outro lado, temos a Vibra, empresa focada em distribuição de combustíveis, com uma ampla gama de postos no Brasil da rede BR, mas que vem diversificando o seu portfólio para agregar cada vez mais em soluções de energia. 

O que está por trás da fusão?

Para nós, uma das grandes sinergias da fusão seria justamente o portfólio de clientes da Vibra. A Eneva produz e comercializa gás, que poderia ser direcionado aos clientes finais da Vibra, assim como a plataforma da Comerc, atingindo um alto volume de consumidores. 

A comercialização basicamente se daria por meio da rede de postos da Vibra, atendendo uma demanda para carros, caminhões, entre outros. 

Como informações complementares, ambas as empresas possuem acionistas majoritários em comum, como a Dynamo, e a fusão buscaria um equilíbrio de endividamento, otimizando a estrutura de capital, considerando o patamar mais elevado da Eneva, atualmente com alavancagem superior à da Vibra. 

Dito tudo isso, em um primeiro momento, a fusão parece menos atrativa para a Vibra.

Caso a oferta seja aceita, veremos uma grande operação privada de energia, misturando players com projetos de crescimento e geração de caixa, ficando relevante em termos de capitalização de mercado (atrás apenas da Petrobras e Eletrobras). 

A Vibra Energia faz parte do portfólio de ativos da carteira Nord Dividendos. Havendo novidades, vamos comunicar na área de assinantes.

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