Fundos de renda fixa: 2024 será o ano da virada para a classe de ativos?
No início de 2023, tivemos um grande estresse no mercado de renda fixa com notícias negativas sobre o fim do Teto de Gastos, além da fraude contábil das Lojas Americanas.
Essas notícias jogaram as taxas de juros de títulos do governo em níveis bem altos.
Em cima disso, os spreads de crédito também abriram com o medo generalizado de fraude e calote.
Os títulos de renda fixa, tanto privados quanto públicos, experimentaram a pior fase dos prejuízos com a marcação a mercado.
Nesse período, era possível encontrar títulos do governo pagando IPCA+ 6,5% e títulos de empresas AAA pagando IPCA+ 7,5% isento de IR.
Os fundos de renda fixa e crédito privado mostraram prejuízos de marcação a mercado e sofreram resgates relevantes, sendo obrigados a liquidar suas posições, prejudicando ainda mais os preços de mercado.
Melhora macro
No entanto, tivemos o movimento inverso a partir dos meses seguintes. O arcabouço fiscal acalmou as preocupações dos fiscalistas e permitiu o início de quedas nas taxas de juros do governo.
Essa melhora ajudou os fundos de renda fixa a melhorarem sua performance, reduzindo os saques e até angariando captações.
Era possível render de 1% a 1,5% isento de IR com segurança. Hoje isso acabou!
Rendimentos dos títulos e a queda da taxa Selic
Os títulos públicos tiveram quedas significativas nas taxas, que agora estão abaixo de IPCA+ 5,5%.
Os títulos privados AAA, que eram negociados a IPCA+ 7,5%, hoje não passam de IPCA+ 5,8%.
Toda essa queda gerou valorização para os detentores desses títulos, como os assinantes do Renda Fixa PRO, e atraiu a atenção de ainda mais investidores.
Os fundos de renda fixa receberam mais de R$ 82 bilhões em aportes líquidos nas últimas duas semanas, segundo informações do Valor.
Fundo de renda fixa
Os fundos de investimentos de renda fixa iniciaram 2024 com uma captação concentrada em dois tipos específicos de fundos.
Em primeiro lugar, os fundos que investem em títulos públicos com vencimento em até 21 dias úteis (duração baixa soberano) registraram expressivos R$ 23,1 bilhões de entradas líquidas. São basicamente fundos de caixa.
Em segundo lugar, aqueles que aplicam no mínimo 80% do seu patrimônio em títulos públicos (duração livre grau de investimento) apresentaram um saldo positivo de R$ 14,2 bilhões.
Veja também: 3 títulos de renda fixa para investir em 2024
Fundos multimercados e de ações
Em contrapartida, os fundos multimercados enfrentaram retiradas líquidas de R$ 9 bilhões até o momento neste mês. No contexto mais amplo, a classe de fundos de ações acumulou R$ 2,6 bilhões em resgates líquidos no início deste ano.
Os fundos de índice (ETFs), por sua vez, registraram R$ 552,6 milhões a mais em saídas do que em aportes.
Cautela em alocações de crédito privado
O comportamento dinâmico do mercado de fundos de renda fixa em 2024 certamente terá implicações nas condições dos spreads de crédito, que merecem uma análise aprofundada à medida que o ano se desenrola.
A boa performance nos últimos 12 meses deve seguir atraindo a atenção dos investidores e a captação dos recursos dos distribuidores. Sendo assim, esse fluxo de novas entradas pode contribuir para novas rodadas de valorização.
Mas cuidado! Embarcar nessa agora seria entrar atrasado no movimento. Neste momento, as taxas estão com prêmios bem mais baixos e o mercado de crédito tem menos liquidez.
Sempre que temos um volume de investimentos muito grande para esse mercado, logo depois temos uma bela ressaca, com performances negativas e saques em massa.
Se o mercado embarcar nesse oba-oba, será o momento correto de sair desses investimentos. É justamente nisso que estamos de olho no Renda Fixa PRO.
Se você nem entrou nessa onda no momento certo, você precisa conhecer o meu relatório.
Com certeza você se sentirá mais no controle da sua carteira, utilizando as oscilações do mercado a seu favor em vez de ser surpreendido por elas.