Fundos imobiliários indexados ao CDI ou IPCA: qual o melhor?
Descubra qual indexador pode turbinar seu retorno considerando o cenário econômico e o horizonte de investimento

Em um cenário de juros elevados e inflação acima da meta, os fundos imobiliários de papel indexados ao CDI ou ao IPCA têm se destacado como opções de investimento.
Analisamos as características de cada indexador para auxiliar você na escolha mais adequada ao seu perfil e objetivos.
CDI x IPCA: o que é necessário saber
O CDI é baseado na taxa básica de juros, a Selic. A Selic é usada como uma ferramenta para controlar a inflação medida pelo IPCA. Se a inflação sobe, a Selic sobe para controlar o aumento. Se a inflação cede, a Selic volta a cair para estimular o crescimento econômico.
Como todos sabem (e os mais antigos vivenciaram), a inflação não é boa para ninguém, especialmente para quem é mais pobre — ela acaba com o poder de compra da população. Por isso, deve ser controlada e, para isso, a taxa Selic é utilizada.
Quando a inflação dá as caras, a Selic sobe para controlar o monstro. O problema é que controlá-la com juros leva a um baixo crescimento e, em alguns casos, à recessão econômica — coisa que nenhum governo quer viver (os governantes sempre querem se reeleger).
A inflação sob controle é uma aliada dos governos, pois ela aumenta a arrecadação de impostos — o preço dos produtos sobe e o governo tem direito a um percentual de tudo o que é transacionado. Já a Selic alta joga contra os governos, ao desestimular a tomada de empréstimos e novos investimentos, pois o crédito fica mais caro (a taxa de juros é o “preço do dinheiro”).
A economia tem que ir bem para um governo ser melhor avaliado pelo povo. Não é difícil agora entender por que os governantes — tanto aqui quanto nos EUA — clamam por uma redução dos juros da economia: crescimento alto e maior arrecadação de impostos são o sonho dourado de todos!
Qual a reflexão que deve ser feita sobre isso? Bom, os governantes tendem a aceitar mais inflação (que aumenta a arrecadação de impostos) e querer menos Selic (que freia a economia).
Ou seja, se houvesse uma preferência dos mandatários por indexadores, digamos que o IPCA “levaria vantagem” sobre o CDI. Claro que há uma meta de inflação e um Banco Central independente, então as coisas não acontecem exatamente como os mandatários gostariam.
Fundos de papel, seus indexadores e algumas reflexões
Os fundos imobiliários de papel investem em títulos de crédito imobiliário, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que podem ser indexados ao CDI ou ao IPCA (além do IGP-M, que é menos utilizado por ser muito volátil).
Em momentos de recessão econômica, os CRIs indexados ao CDI levam vantagem. Já em momentos de crescimento econômico, em que os juros da economia estão mais baixos e o crédito mais barato, os CRIs indexados ao IPCA levam vantagem.
É como uma luta de boxe bem equilibrada: cada round tem um vencedor e os pontos vão sendo somados no decorrer do evento.
No ano de 2020, durante a pandemia de Covid-19, a economia teve que ser estimulada para não parar de vez. A taxa de juros da economia (Selic) chegou a incríveis 2% a.a (menor taxa da história) e a inflação fechou o ano em 4,50% a.a.
Em 2021, a Selic já foi para 9,25% a.a, mas a inflação continuou vencendo: 10,06% a.a (até aqui, dois rounds para o IPCA).
Em 2022, mesmo com a Selic a 13,75% a.a, a inflação ainda continuou alta, terminando em 5,79% a.a. (mas foi uma virada de jogo, e os juros foram, depois de dois anos, menores do que a inflação, voltando a oferecer ganho real para quem estava investido em CDI).
Já os fundos indexados à inflação receberam tanto os juros quanto a inflação, o que os protegeu, nesse período, do retorno negativo (quando a inflação está maior do que os juros).

Quais são as projeções para CDI e IPCA?
Na data de hoje, enquanto escrevo este artigo, estamos com a Selic projetada para o ano em 15% a.a. e IPCA em 5,57% a.a., segundo o relatório Focus. Uma situação bem diferente da pandemia.
Hoje, o ganho real em um ativo com o mais baixo risco (Tesouro Selic) oferece um ganho real de quase 10% a.a. (desconsiderando impostos). E, claro, os CRIs indexados ao CDI estão distribuindo excelentes rendimentos e com valor próximo ao valor patrimonial.
A expectativa agora é que o CDI ganhe o round contra o IPCA, considerando-se o curto prazo. Quanto à inflação, espera-se que ela comece a ceder com a Selic ficando mais tempo em patamares mais elevados.
Fundos de papel indexados ao CDI ou IPCA: qual a melhor escolha?
Para quem quer capturar o curto prazo, os FIIs indexados ao CDI estão com rendimentos mais elevados (mas com menor desconto frente ao VP) do que os FIIs indexados ao IPCA.
Para quem quer investir para o longo prazo, o desconto frente ao VP dos FIIs indexados ao IPCA faz esse investimento ser atrativo neste momento, mesmo com os rendimentos menores (afinal, a inflação tende a acelerar com a diminuição dos juros da economia).
Para quem não quer tentar adivinhar o futuro, FIIs com ambos os indexadores em seu portfólio podem ser uma ótima opção, como o Kinea Securities (KNSC11), que possui um balanceamento entre ativos indexados a CDI e IPCA.
A melhor escolha normalmente passa pelos seus objetivos. Se forem de curto prazo, o CDI faz total sentido. Para uma carteira de longo prazo, a aposta em IPCA tende a remunerar melhor o investidor, protegendo-o contra a inflação.
Historicamente tivemos uma performance melhor dos títulos do TD IPCA+ do que do TD Selic na construção patrimonial de longo prazo. E a mesma lógica vale para os CRIs com esses indexadores.
Lembre-se que temos uma inflação historicamente alta no Brasil e que vencer a inflação obtendo um ganho real no mercado é fundamental na construção patrimonial.
Fatores a considerar na escolha do fundo
Além do indexador, é essencial avaliar a qualidade do crédito, o prazo do título e as garantias oferecidas. Fundos com lastro em crédito imobiliário de alta qualidade (high grade) e geridos por uma gestora com bom histórico e performance, tendem a ser mais resilientes, independentemente do indexador. Investidores devem alinhar a escolha do fundo ao seu perfil de risco e aos seus objetivos de investimento.
Considerações finais
A decisão entre fundos de papel indexados ao CDI ou ao IPCA deve considerar o cenário econômico, o horizonte de investimento e o perfil de risco do investidor. Enquanto o CDI oferece retornos mais imediatos em períodos de juros altos, o IPCA proporciona proteção contra a inflação no longo prazo.
Avaliar cuidadosamente as características de cada fundo é fundamental para uma escolha alinhada aos objetivos financeiros.
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