FIRF: entenda o que é um fundo de renda fixa e como investir

Saiba como funcionam os Fundos de Renda Fixa, suas características e como começar a investir nesse tipo de aplicação financeira

Christopher Gomes Galvão 01/10/2024 18:18 6 min
FIRF: entenda o que é um fundo de renda fixa e como investir

No mundo dos investimentos, os Fundos de Renda Fixa (FIRF) podem ser interessantes para diferentes investidores, mas sabia que existem diferentes tipos de fundos dessa classe?

Neste artigo, vamos explorar o que são esses fundos, como funcionam, suas vantagens e desvantagens e como você pode começar a investir neles.

Sumário

O que é um Fundo de Renda Fixa (FIRF)?

Um Fundo de Renda Fixa (FIRF) deve ter, pelo menos, 80% do seu patrimônio alocado em ativos de renda fixa, como debêntures, títulos públicos, CDBs, entre outros.

Apesar de muitos dizerem que os fundos de renda fixa são totalmente previsíveis e seguros, isso dependerá da característica de cada fundo, podendo haver fundos de baixo risco e fundos mais arriscados a depender da composição da carteira construída pelo gestor.

Como funcionam os Fundos de Renda Fixa?

Os Fundos de Renda Fixa funcionam da seguinte forma: os investidores aplicam seu dinheiro no fundo, e um gestor profissional é responsável por alocar esses recursos em diferentes ativos de renda fixa, conforme a estratégia do fundo, que pode variar de gestor para gestor. 

O objetivo do gestor é buscar as melhores oportunidades de rendimento dentro do perfil de risco estabelecido.É importante lembrar que o rendimento do fundo pode variar de acordo com as oscilações não só da Selic, como também dos juros de mercado (que se movimentam a partir da interpretação do mercado a respeito das condições econômicas do país) e dos spreads de crédito no caso do fundo possuir crédito privado em seu portfólio. 

Essas movimentações das taxas causam efeito de marcação a mercado nos títulos e, consequentemente, impactam seus investimentos.

Não sabe o que é marcação a mercado? Assista a seguir o vídeo onde explicamos esse conceito detalhadamente.

Tipos de Fundo de Renda Fixa

Existem diversos tipos de Fundos de Renda Fixa, que se diferenciam pelo tipo de ativos em que investem e pelo grau de risco envolvido. Os principais tipos são:

  • Fundos DI: que necessitam de pelo menos 95% do patrimônio investido em ativos de títulos atrelados ao CDI;
  • Fundos Selic Simples: exigem que pelo menos 95% do patrimônio do fundo seja investido em ativos de títulos atrelados ao CDI, vetando qualquer outra forma de investimento que não sejam títulos públicos atrelados ao CDI ou compromissados ao Banco Central;
  • Fundos indexados à inflação: são fundos que usam a inflação como benchmarks de rentabilidade. Podem ser considerados também como fundos de renda fixa de índice ou Fundos IMA-B. Os resultados geralmente são parecidos aos títulos híbridos do governo;
  • Fundo de Crédito Privado: é necessário que pelo menos 80% do patrimônio do fundo seja investido em ativos de renda fixa, dos quais, adicionalmente, pelo menos 50% devem ser em ativos de crédito privado, como CDBs, CRIs, CRAs e debêntures;
  • Fundos de Debêntures Incentivadas: dentro de fundos de crédito privado, os fundos de debêntures incentivadas investem especificamente em debêntures de empresas ligadas a projetos de infraestrutura. Esses fundos têm isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas;
  • Fi-Infra: Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura, destinado a investimentos em debêntures incentivadas. A grande diferença em relação aos fundos de debêntures incentivadas é que o fi-infra é constituído sob a forma de condomínio fechado, em que não é permitido ao investidor resgatar as cotas antes de decorrido o prazo de duração do fundo. Se o investidor decidir sair, deverá vender a sua cota a outro investidor pelo home broker;
  • Fundos de Renda Fixa Alavancados: permitem a alavancagem, ou seja, o fundo pode investir mais do que o capital que possui, aumentando o potencial de ganhos, mas também os riscos.

Vantagens dos Fundos de Renda Fixa

Como visto no tópico anterior, existem diversos tipos de fundos de renda fixa no mercado.

O investidor pode tanto construir a sua reserva de emergência através de fundos Selic simples (dos quais gostamos daqueles que não cobram taxa de administração), quanto investir em crédito privado na busca por maiores rentabilidades (mas vindo acompanhado de maiores riscos).

Dessa forma, através dos fundos, o investidor pode construir uma carteira diversificada dentro do mercado de renda fixa, mas claro que é essencial conhecer as propostas de cada fundo, assim como a qualidade da gestão.

Desvantagens e riscos dos Fundos de Renda Fixa

O investidor deve ficar atento às taxas de administração cobradas pelos fundos. Fundos Selic simples que cobram taxa de administração, por exemplo, na nossa visão, não valem a pena.

Para os demais tipos de fundos de renda fixa, é importante comparar a taxa de administração com os seus pares e, no caso da taxa ser mais elevada que os demais fundos similares, é fundamental entender o motivo.

O outro ponto não é necessariamente uma desvantagem, mas os fundos de renda fixa, com exceção dos fundos que seguem o CDI, podem estar sujeitos à volatilidade das taxas de mercado e dos spreads de crédito (nesse último, somente se possuírem crédito privado). Isso pode resultar em variações nos preços dos ativos e, consequentemente, em seus investimentos, que podem ser tanto positivas quanto negativas.

Tributação em Fundos de Renda Fixa: entenda como funciona

A tributação dos Fundos de Renda Fixa é realizada de duas formas:

  • come-cotas: é um tipo de antecipação do Imposto de Renda que ocorre semestralmente, em maio e novembro. As cotas do fundo são reduzidas para pagamento do imposto, com alíquotas de 15% ou 20%, dependendo do prazo do fundo;
  • Imposto de Renda sobre o resgate: ao resgatar sua aplicação, o investidor paga o IR sobre os rendimentos, com alíquotas que variam de 22,5% (para investimentos de até 180 dias) a 15% (para investimentos acima de 720 dias).

Além disso, existe a incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) se o resgate ocorrer em menos de 30 dias.

Como investir em um Fundo de Renda Fixa?

Para investir em um Fundo de Renda Fixa, siga os seguintes passos:

  • Escolha uma corretora: cadastre-se em uma corretora de valores ou banco que ofereça uma variedade de fundos;
  • Leia o regulamento: é importante entender a estratégia do fundo, a liquidez e outras características antes de investir;
  • Faça o aporte: após escolher o fundo que atende ao seu perfil e objetivos, basta transferir o valor que deseja investir.

É importante conhecer as características e a gestão de cada fundo antes de realizar o investimento. No Nord Fundos, te auxiliamos em todas essas questões.

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