Com deflação no IPCA de agosto, é hora de comprar, vender ou manter os FIIs de Papel?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostrou uma queda de -0,02% em agosto, abaixo das expectativas do mercado de uma alta de 0,01%. No acumulado de 12 meses, o índice reduziu de 4,50% para 4,24%.
A queda foi puxada pelo grupo de Alimentação e Bebidas (-0,44%) e de Habitação (-0,51%), com impactos do retorno da bandeira amarela para a bandeira verde e reajustes tarifários para baixo em diversas regiões.
Os demais grupos apresentaram alta, sendo as maiores, do grupo de Artigos de Residência (+0,74%) e de Educação (-0,73%), mas com impacto menor para o índice.
A difusão da inflação, métrica que observa a quantidade de itens que subiram no mês, aumentou de 47% para 56%.
Selic em pressão de alta impacta fundos de recebíveis
Com o resultado do IPCA de agosto, esperamos um impacto pontual nas distribuições dos FIIs de papel mais expostos ao índice nos meses de outubro e novembro.
No entanto, é importante que os investidores entendam que esse efeito será temporário, pois há a expectativa de novas altas da inflação nos próximos meses, influenciadas principalmente pela pressão nos serviços subjacentes, em meio a um cenário de crescimento econômico acima do potencial.
Além disso, outros fatores como a recente depreciação cambial e a mudança de bandeira tarifária de energia elétrica contribuem com a expectativa de alta de juros.
O que é um fundo de recebíveis?
Os FIIs de recebíveis, também conhecidos como FIIs de papel, são fundos que investem majoritariamente seus recursos em títulos com lastro em dívidas imobiliárias.
Dentre alguns de seus principais investimentos, temos as letras de crédito imobiliários (LCIs), Letras Hipotecárias (LHs) e, o mais popular de todos, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Ao investir nesses FIIs, os cotistas delegam à gestão do fundo a tarefa de emprestar o seu dinheiro a terceiros que, por sua vez, o utilizam para financiar as suas atividades.
Em troca, o Fundo recebe rendimentos periódicos que contemplam o valor investi acrescido de uma taxa de juros e, em muitos casos, de um índice de correção de inflação.
É hora de vender, manter ou comprar FIIs de Papel?
Diante desse cenário, a recomendação é de cautela. Não há necessidade de vender posições precipitadamente, uma vez que a queda nas distribuições tende a ser passageira. Para os investidores que já possuem esses ativos, a estratégia mais prudente pode ser manter as posições, aguardando uma recuperação natural à medida que a inflação volte a subir.
Por outro lado, para quem ainda não possui FIIs de papel em carteira, é válido considerar a inclusão dessa classe no portfólio, selecionando bons ativos a preços atrativos. Esses fundos oferecem aos investidores: (i) proteção contra variações no cenário econômico, como aumentos na inflação e nas taxas de juros; e (ii) menor volatilidade nas flutuações de preço de mercado, proporcionando maior estabilidade e tranquilidade ao portfólio.
Caso queira ajuda para realizar essa seleção, entre em contato conosco aqui.