FI-Infra: tudo sobre os fundos de infraestrutura

Entenda o que é FI-Infra, como funciona, como é a tributação, as vantagens e as desvantagens, além de saber quais estão listados na B3!

Nord Research 02/09/2024 16:12 10 min
FI-Infra: tudo sobre os fundos de infraestrutura

Os FI-Infra têm se destacado como uma opção promissora no mercado financeiro. Eles são fundos de investimento que têm como objetivo aplicar em ativos relacionados à captação de recursos para investimentos em infraestrutura.

Quem investe em FI-Infra adquire cotas do fundo que funciona sob uma gestão profissional. Outra característica desses ativos é a negociação na B3, a Bolsa de valores brasileira. Ou seja, você pode negociar sua participação no mercado secundário. As cotas são identificadas por tickers seguidos do número 11.

Os FI-Infra investem em títulos de crédito privado isentos de Imposto de Renda. Eles oferecem a oportunidade de diversificação da carteira, além de terem boa rentabilidade em comparação com outros ativos de renda fixa. Para saber mais, continue no conteúdo.

Sumário

O que são FI-Infra?

Os FI-Infras são Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura. Eles realizam a captação de recursos para alocação em ativos de infraestrutura nos setores de concessões. Os aportes são realizados por meio de debêntures incentivadas, com isenção de Imposto de Renda (IR).

A regulamentação do setor na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 2019, trouxe benefícios para investidores pequenos que desejam ter mais exposição no mercado, contando ainda com benefício fiscal.

Nesse contexto, as debêntures incentivadas trabalham com projetos de infraestrutura em empresas de saneamento básico, transporte, energia, telecomunicações, entre outras.

Este tipo de fundo opera como condomínio fechado. Isso quer dizer que não é possível fazer resgate antes do prazo estipulado para duração do fundo.

Por outro lado, é possível vender as cotas no mercado secundário na B3. A negociação deste tipo de conglomerado começou a partir de 2020, depois de aprovada a instrução CVM 606.

Como funcionam os FI-Infra?

O foco primordial dos FI-Infra são títulos de dívidas de organizações privadas. Sua gestão é feita por um profissional que escolherá os títulos e o investidor não escolhe os ativos, mas adquire as cotas.

Entre os produtos financeiros que fazem parte desses fundos estão as debêntures incentivadas, os certificados de recebíveis e os fundos de investimentos em direitos creditórios.

Custos

Existem custos para o FI-Infra, como acontece com outros fundos de investimento. O mais conhecido é a taxa de administração, que serve para remunerar os profissionais que fazem a gestão do conglomerado.

Há também a taxa de performance, que é uma remuneração aplicada quando o fundo supera um determinado benchmark. Ou seja, quando tem um desempenho acima do previsto. Já a taxa de colocação funciona como uma comissão para comercializar as cotas na bolsa.

Rentabilidade

No primeiro trimestre de 2023, os fundos de infraestrutura mais rentáveis foram o BDIF11, o BIDB11 e o KDIF11. O primeiro da lista é do Banco BTG Pactual, o segundo é do Banco Inter e o terceiro pertence também ao BTG Pactual. No ano de 2022, o dividend yield dos FI-Infra foi de 11,4%.

Liquidez

Enquanto nas debêntures é preciso encontrar alguém interessado no título para se desfazer dele, nos FI-Infra é possível negociar as cotas na Bolsa para fazer resgates de recursos se necessário.

Garantias

Os fundos de investimento não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). No entanto, os riscos dos FI-infra são amenizados pelo fato de estarem ligados a projetos dos governos estaduais e federais. Em geral, os órgãos públicos realizam contratos de longo prazo para o financiamento de atividades da área.

Como as debêntures apresentam garantias junto às emissoras de títulos da dívida, se houver algum empecilho no crédito com o emissor, é possível executar as garantias. Isso não significa ausência de risco. Quer dizer apenas que eles podem ser amenizados.

Tributação

Sobre a tributação, há isenção de IR para os valores que você recebe em rendimentos e ganhos de capital nos FI-Infra enquanto pessoa física. Porém, pode haver cobrança de IOF na venda, que segue a tabela regressiva do IR para os primeiros 29 dias.

Crédito: Alison Nunes Calazans/Shutterstock.

Como declarar FI-Infra?

Para declarar esses fundos no Imposto de Renda, o investidor deve reportar os rendimentos isentos na ficha "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis" e os valores de aquisição na ficha "Bens e Direitos", utilizando o código específico para Fundos de Investimento em Participações e Infraestrutura (74).

Dicas para não cometer erros na declaração de fundos de investimento
  • organize todos os informes de rendimentos: é fundamental reunir todos os informes de rendimentos fornecidos pelas instituições financeiras onde os investimentos estão custodiados;
  • verifique as alíquotas e os tipos de rendimentos: cada tipo de fundo possui regras específicas de tributação que devem ser observadas para evitar erros;
  • pague o imposto devido dentro do prazo: para evitar multas e juros, certifique-se de pagar qualquer imposto devido sobre ganhos de capital até o último dia do mês seguinte ao da operação;
  • considere a ajuda de um contador: se houver muitas operações e tipos diferentes de fundos, é recomendável buscar orientação profissional.

Quais as vantagens dos FI-Infra?

Alguns dos benefícios de investir em fundos de infraestrutura são a rentabilidade com maior previsibilidade, o potencial de crescimento e a isenção de IR. Entenda a seguir.

Rentabilidade maior que a dos títulos públicos

Os FI-Infra possuem um perfil de risco mais elevado do que os títulos públicos, o que pode resultar em um retorno potencialmente maior. Como os fundos de infraestrutura contêm títulos de dívida do setor privado, a expectativa de rendimento é maior que a dos papéis emitidos pelo governo, inclusive para ultrapassar juros reais de ativos como Tesouro IPCA+.

Potencial de crescimento

A infraestrutura é essencial para o desenvolvimento econômico de um país. Investimentos nesse setor podem gerar retornos significativos, especialmente em economias emergentes ou em países com grandes necessidades, como o Brasil.

Além disso, muitos projetos de infraestrutura, como concessões de rodovias, aeroportos e distribuição de energia, possuem uma demanda estável ao longo do tempo. Isso pode proporcionar uma base sólida para a rentabilidade dos FI-Infra.

Isenção de impostos

A isenção de IR é uma grande vantagem para quem investe em FI-Infra, pois o IR é um dos principais custos que impactam a rentabilidade dos investimentos. É diferente, portanto, dos fundos imobiliários. Nesse caso, é preciso pagar IR sobre os ganhos de capital ao vender ou comprar ativos.

Diversificação do portfólio

A diversificação da carteira de investimentos é uma estratégia importante para reduzir o risco de um portfólio. Ao investir em diferentes tipos de ativos, o investidor distribui o risco entre diferentes setores e classes de ativos. Isso ajuda a protegê-lo contra possíveis perdas em um único investimento.

Nesse sentido, cabe ressaltar que, pelo funcionamento dos FI-Infra, ser cotista em um conglomerado desse tipo já implica em certa diversificação.

Gestão profissional

Os FI-Infra são gerenciados por equipes profissionais com experiência em investimentos nesse setor.

Essas equipes estão sempre atentas às principais informações da área e podem realizar análises detalhadas dos projetos antes de investir neles, o que tende a aumentar a segurança e a rentabilidade dos investimentos.

Planejamento financeiro

Os fundos de infraestrutura oferecem a oportunidade de investir em projetos de longo prazo que têm potencial de crescimento, retornos atrativos e geração de renda contínua. Esses investimentos contribuem para diversificar a carteira e reduzir o risco, o que traz impactos positivos para o planejamento financeiro.

Rentabilidade acima da inflação

As carteiras dos FI-Infra contêm ativos que, em geral, são indexados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador na medição da inflação no país.

Crédito: Shutterstock.

Além da rentabilidade ser maior que a da inflação, ela tende a ser superior em relação a outros investimentos, visto que muitos dos projetos na área contam com caixa relativamente previsível e constante.

Quais as desvantagens?

Assim como existem vantagens, é preciso também conhecer o outro lado da moeda. Afinal, podem acontecer problemas como atrasos nos projetos, alterações no marco regulatório e outros fatores que podem afetar o FI-Infra.

Dependência da qualidade dos projetos

A rentabilidade dos FI-Infra está diretamente ligada à qualidade dos projetos de selecionados pelo gestor do fundo. Se mal planejados, com problemas de execução ou baixa demanda, podem resultar em retornos abaixo do esperado, ou até mesmo em perdas para os investidores.

Podem acontecer também problemas como atrasos na execução, questões de licenciamento ambiental, mudanças regulatórias e riscos de construção. Esses fatores têm potencial para afetar negativamente a rentabilidade.

Fatores externos

Os projetos de infraestrutura muitas vezes dependem de políticas públicas e decisões governamentais. Mudanças nas políticas do governo podem impactar a viabilidade e a rentabilidade dos investimentos em infraestrutura.

Taxas e custos

Os FI-Infra contam com taxas e custos que podem encarecer o investimento, como taxas de administração e de performance. Embora não haja incidência de IR, esses custos podem reduzir a rentabilidade líquida dos investidores no longo prazo. Por isso, é bom procurar por instituições financeiras com tarifas acessíveis.

4 tendências para o Futuro dos FI-Infra

Agora que conhece as vantagens e desvantagens, é hora de conhecer as tendências que moldarão o mercado.

  • Aumento da demanda por infraestrutura sustentável

Com a crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade, espera-se que os FI-Infra direcionem mais recursos para projetos que promovam o desenvolvimento sustentável. Isso inclui investimentos em energia renovável, transporte público de baixa emissão de carbono e saneamento ambiental.

A demanda por ativos "verdes" também pode atrair novos investidores que buscam aliar retorno financeiro e impacto positivo no meio ambiente.

  • Diversificação de projetos e setores

O futuro dos FI-Infra pode incluir uma maior diversificação de setores e tipos de projetos. Além das tradicionais áreas de energia e transporte, novos setores como tecnologia para cidades inteligentes, infraestrutura digital e saúde podem ganhar relevância.

Essa diversificação pode atrair investidores interessados em setores específicos e oferecer maior segurança contra riscos concentrados em um único setor.

  • Maior participação de investidores estrangeiros

O mercado de FI-Infra no Brasil também pode atrair mais investidores estrangeiros, especialmente em um cenário de estabilidade macroeconômica e segurança jurídica.

Os investidores internacionais buscam exposição a economias emergentes e podem ver nos FI-Infra uma oportunidade de entrar em um mercado com potencial de crescimento, particularmente em infraestrutura de países em desenvolvimento.

  • Regulamentação e inovação no mercado de capitais

A modernização e flexibilização das regras de captação e aplicação dos FI-Infra podem incentivar o crescimento desse mercado.

Regulamentações mais claras e incentivos fiscais adicionais poderiam criar um ambiente mais favorável para investidores e gestores de fundos. Além disso, novas formas de captação, como emissão de debêntures verdes e instrumentos híbridos de financiamento, podem ser adotadas para atender a diferentes perfis de investidores.

Quais são os FI-Infra listados na B3?

Os fundos de infraestrutura listados na B3 são os seguintes:

  • BODB11;
  • BDIF11;
  • BRZD11;
  • CPTI11;
  • INFB11;
  • INFA11;
  • VANG11;
  • BIDB11;
  • IRIF11;
  • IFRI11;
  • JMBI11;
  • IFRA11;
  • KDIF11;
  • NUIF11;
  • OGIN11;
  • RBIF11;
  • RIFF11;
  • CDII11;
  • JURO11;
  • SNID11;
  • XPID11.

Como investir em fundos de infraestrutura?

Investir em FI-Infra pode ser uma opção interessante para quem busca diversificar a carteira de investimentos. Confira abaixo o passo a passo para começar:

  • abrir uma conta em uma corretora: procure uma corretora que ofereça esse tipo de investimento. É importante escolher uma instituição financeira confiável e com boas taxas no mercado;
  • pesquisar os fundos: pesquise diferentes fundos de infraestrutura disponíveis no mercado. Considere fatores como histórico de desempenho, gestão, prospecto, estratégia de investimento e o seu perfil de risco;
  • transferir os recursos: transfira os recursos para a sua conta da corretora;
  • escolher o fundo e investir: com os recursos disponíveis na conta, escolha o fundo de infraestrutura no qual deseja investir;
  • monitorar os resultados: é importante monitorar regularmente os resultados do fundo e avaliar se ele está atendendo às suas expectativas;
  • consultar um especialista: se você tiver dúvidas sobre como investir em FI-infra, é recomendado consultar um especialista em investimentos que possa oferecer orientações personalizadas.

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Resumindo

O que é um FI-Infra?

O FI-Infra é um tipo de fundo de investimento que tem como objetivo principal investir em projetos de infraestrutura. Esses projetos podem abranger uma ampla gama de setores, como transporte, energia, saneamento básico, telecomunicações e outros.

Quais são os FIIs de infraestrutura?

Os FI-Infra listados na B3 são os seguintes:

  • BODB11;
  • BDIF11;
  • BRZD11;
  • CPTI11;
  • INFB11;
  • INFA11;
  • VANG11;
  • BIDB11;
  • IRIF11;
  • IFRI11;
  • JMBI11;
  • IFRA11;
  • KDIF11;
  • NUIF11;
  • OGIN11;
  • RBIF11;
  • RIFF11;
  • CDII11;
  • JURO11;
  • SNID11;
  • XPID11.

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