Estourando a champanhe

Façamos um brinde a mais alguns trilhões despejados na economia

Cesar Crivelli 27/03/2021 13:00 3 min Atualizado em: 01/04/2021 18:56
Estourando a champanhe

Reforçando o discurso

Como falei na última newsletter, tivemos a decisão por parte do Banco Central dos Estados Unidos pela manutenção das taxas de juros do país no patamar entre zero e 0,25 por cento, quando o presidente do Banco Central – Jerome Powell –  foi claro em dizer que os juros por lá não devem subir tão rapidamente.

Bom, na terça-feira dessa semana, o mesmo discurso foi reforçado perante o comitê de serviços financeiros da Câmara. Tanto Powell quanto a secretária do Tesouro do país, Janet Yellen (que já presidiu o FED), afirmaram que a inflação não é o problema.

Segundo eles, a distribuição de dinheiro vivo para os cidadãos (eu queria receber um chequinho de 1.400 dólares na minha conta!), bem como a acelerada vacinação da população – Biden, agora, planeja aplicar 200 milhões de doses durante os primeiros 100 dias de seu governo (estamos quase lá) ante uma expectativa anterior de 100 milhões – devem contribuir para uma forte retomada econômica ao longo dos próximos meses, mas as pessoas não devem se preocupar com a inflação.

Vale ressaltar que o discurso foi reforçado perante o Comitê de assuntos bancários no Senado dos Estados Unidos na quarta-feira.

Reanimando os ânimos

Diante de boas notícias, como a inflação sob controle e o forte crescimento econômico, os investidores não tiveram outra saída a não ser reforçar suas posições nos mercados acionários, que estavam um tanto desanimados. Os índices que representam a “economia real” voltaram a se aproximar das máximas históricas. Por outro lado, as queridinhas techs – agora nem tão mais queridinhas assim – deixaram a desejar, e o desempenho delas foi mais fraco.

Dá para perceber um movimento de rotação – já há alguns meses, mas foi reforçado nas últimas semanas – por parte dos investidores, que agora preferem empresas que vão se beneficiar da reabertura da economia, por exemplo, restaurantes e companhias de viagens e aéreas, em detrimento das empresas que subiram para a estratosfera, como algumas techs.

Ahá! Só não contaram para eles, não é mesmo? Na carteira do Nord Global, cujo retorno está em 2 vezes ao apresentado pelo S&P500 desde seu início, já investimos faz tempo em empresas de consumo, que devem ver seus resultados melhorarem à medida que a economia voa. Nossos assinantes estão estourando a champanhe antes do mercado.

Flores, flores, eu vejo flores em todo lugar

Além de todo esse dinheiro sendo distribuído às pessoas, o presidente Joe Biden deve revelar, muito em breve, os detalhes de seu novo pacote, que deve ficar ao redor de módicos 3 trilhões de dólares. A ideia de Biden e sua equipe é reconstruir boa parte da infraestrutura do país, que está “combalida”, segundo ele.

Sejamos honestos… para quem já teve a oportunidade de ir para os Estados Unidos, chamar aquela infra de combalida é colocar o Brasil e outros países em um patamar tão baixo que me falta um termo para descrever.

Rumores indicam que o plano para dar um gás na economia, reduzir a emissão de carbono e diminuir a desigualdade no país contemplará expressivos gastos em energia limpa e indústrias do futuro com alto poder de crescimento, como o 5G.

Além disso, o plano incluirá recursos para conectar o setor rural do país à internet, programas de treinamento avançado para trabalhadores e um milhão de casas com valor acessível, dotadas com equipamentos que são energeticamente eficientes. Por fim, um valor próximo de 1 trilhão seria destinado à construção de estradas, pontes, linhas férreas, portos e pontos de recarga de carros elétricos (a Tesla agradece, Mr. President!).

De fato, tudo está muito bonito no papel. Se colocado em prática, a economia dos Estados Unidos vai voar durante os próximos trimestres, quiçá anos. E como pagar por tudo isso? Ah, isso a gente pensa depois...

Até a próxima semana!

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