Engie (EGIE3) reporta lucro líquido de R$ 871 milhões. Veja o que fazer com papel

Companhia registra resultados acima das nossas expectativas, com altas de receita, Ebitda e lucro líquido no 2T24.

Hugo Cabral 08/08/2024 11:55 5 min Atualizado em: 08/08/2024 21:13
Engie (EGIE3) reporta lucro líquido de R$ 871 milhões. Veja o que fazer com papel

A Engie (EGIE3) reportou resultados acima do consenso de mercado no 2T24, alcançando uma receita líquida de R$ 2,8 bilhões, representando um crescimento de +7%. O Ebitda foi de R$ 2 bilhões, um aumento de +15%, enquanto o lucro líquido atingiu R$ 871 milhões, uma alta de +19%, com todos os resultados comparados ao mesmo período do ano anterior.

Destaques resultados 2T24 da Engie (EGIE3)

O trimestre positivo foi reflexo do crescimento de praticamente todas as principais linhas do balanço da companhia.

Fonte: Engie RI

A geração de energia elétrica nas usinas operadas pela Engie foi de 12,8 mil GWh (5,9 mil MW médios) no 2T24, alta de +72% na comparação anual, em especial pelas condições hidrológicas mais favoráveis na região Sul (período mais úmido pelo El Niño, que prolongou a presença de chuvas, contribuindo com a manutenção dos níveis altos nos reservatórios), favorecendo as usinas hidrelétricas da empresa, responsáveis por 84% da energia gerada no período. 

Apesar do aumento na geração, a quantidade de energia vendida (líquida das operações de trading) foi -5% menor, de 8,9 mil GWh (4,1 mil MW médios), em função, principalmente, da venda de sua subsidiária Pampa Sul. Já o preço médio de vendas foi de R$ 220,6/MWh (+0,4%), estável em relação ao mesmo período do último ano.

Mesmo com a redução no volume de vendas, a receita operacional líquida teve um acréscimo de +7%, atingindo R$ 2,8 bilhões, justificado pela receita auferida de indenizações por atraso na conclusão da obra do Conjunto Eólico Santo Agostinho. Os custos operacionais aumentaram em +3%, pelo aumento nos custos do segmento de geração e venda de energia. 

O Ebitda ajustado foi de R$ 2 bilhões (+9%), consequência da combinação da receita de indenização citada anteriormente e do resultado das transações realizadas no mercado de curto prazo. Mesmo com a alta de +5% no resultado financeiro (negativo), pela atualização monetária, o lucro líquido atingiu R$ 871 milhões (+19%). Excluindo-se os efeitos não recorrentes, de alienação de subsidiárias e reversão de impairment, o lucro líquido ajustado foi de R$ 855 milhões (+6%).

Os investimentos da empresa totalizaram R$ 2,1 bilhões, aumento de 3x em relação ao 2T23, por conta, principalmente, da construção dos novos projetos. Porém, a companhia fechou o trimestre com uma forte posição de caixa, de R$ 4,2 bilhões.

Por fim, a dívida bruta atingiu R$ 22 bilhões e, assim, sua dívida líquida (dívida bruta - caixa) ficou em R$ 17,8 bilhões. O maior endividamento líquido em relação ao primeiro trimestre de 2024, mesmo com a alta do Ebitda no período, contribuiu para uma leve elevação de seu índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitda), que atingiu 2,4x (vs. 2,3x no 1T24).

O que esperar da Engie (EGIE3)

O ano de 2024 tem se destacado como um dos períodos de maior investimento em energias renováveis na história da Engie. No segundo trimestre, a empresa investiu R$ 2,1 bilhões, totalizando R$ 5,6 bilhões apenas na primeira metade do ano. Além disso, a Engie manifestou interesse em participar do próximo leilão de transmissão.

Outro aspecto relevante é o retorno que a empresa consegue gerar sobre o capital próprio e de terceiros (dívida). Nesse sentido, o ROIC da Engie, apesar de ter recuado 2 p.p., para 18%, ainda se destaca como um dos mais altos da bolsa, o que oferece boa visibilidade sobre a eficiência de seus investimentos.

Considerando a sólida capacidade operacional da Engie, os novos investimentos em andamento, a excelente rentabilidade e o nível de alavancagem controlado, acreditamos que a empresa continuará a gerar bons retornos para os acionistas.

Assim, mantemos uma visão positiva e sustentável para a companhia. O papel, atualmente, faz parte do portfólio do Nord Dividendos.

Qual o dividend yield da Engie (EGIE3)

O dividend yield da Engie dos últimos 12 meses é de 5%, um pouco abaixo da média histórica das boas pagadoras de proventos (6%).

Além dos resultados, a empresa anunciou a distribuição de R$ 933 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 1,14 por ação, o que representa um payout de 55%. Para receber esses proventos, os investidores devem manter as ações da Engie em sua carteira até o fechamento do pregão de 21 de agosto de 2024.

Quem é Engie (EGIE3)?

A Engie é uma referência mundial em energia de baixo carbono e serviços. Com seus 97.000 colaboradores, clientes, parceiros e stakeholders, o grupo está comprometido em acelerar a transição para um mundo neutro em carbono, promovendo o consumo reduzido de energia e soluções mais sustentáveis. Em 2023, seu faturamento foi de 82,6 bilhões de euros.

No Brasil, a Engie é líder em energia 100% renovável, atuando na geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, transporte de gás e soluções energéticas. A empresa possui 11 GW de capacidade instalada, provenientes de fontes renováveis e com baixas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), como usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.

Além disso, também detém a mais extensa malha de transporte de gás natural do país, com 4.500 km que atravessam 10 estados e 191 municípios, graças à aquisição da Transportadora Associada de Gás – TAG, concluída em 2020.

Vale a pena comprar Engie (EGIE3)?

Posicionada em um setor previsível e resiliente, a Engie apresenta excelentes perspectivas de crescimento de lucros e também de distribuição de dividendos. Negociando a apenas 8x lucro e 7x Ebitda (abaixo das médias históricas da bolsa), reiteramos nossa recomendação de compra para EGIE3.

Como faço para comprar ações da Engie (EGIE3)?

Para investir nas ações da Engie é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker EGIE3.

Compartilhar