Trump é eleito presidente dos EUA. Entenda como foi a apuração

Saiba como acompanhar a apuração das eleições americanas 2024 e entenda o processo de votação, Colégio Eleitoral e o que esperar desta disputa acirrada entre Kamala Harris e Donald Trump

Nord Research 06/11/2024 08:14 5 min
Trump é eleito presidente dos EUA. Entenda como foi a apuração

As eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2024 trazem Kamala Harris, representando o Partido Democrata, contra Donald Trump, pelo Partido Republicano. A corrida é acompanhada de perto não só pelos eleitores americanos, mas também por analistas internacionais, dada a importância global do país. Neste artigo, entenda o processo de apuração dos votos e como funciona o sistema eleitoral americano.

Como acompanhar a apuração em tempo real

A apuração dos votos começará na noite de 5 de novembro de 2024, com os primeiros resultados saindo algumas horas após o fechamento das urnas. No entanto, o processo pode se estender por dias, especialmente se o volume de votos por correio for grande, como ocorreu em 2020. Plataformas como UOL, g1, e CNN Brasil disponibilizarão coberturas ao vivo, incluindo análises e projeções.

Em quanto tempo sai o resultado da eleição?

O tempo de apuração varia de eleição para eleição. Em 2016, por exemplo, Donald Trump foi declarado vencedor na madrugada após a votação. Já em 2020, a apuração durou cinco dias devido à quantidade significativa de votos por correspondência. Para 2024, a expectativa é de um processo igualmente complexo, dada a competitividade da disputa e o aumento das medidas de segurança.

O que é o colégio eleitoral?

Nos Estados Unidos, o presidente é escolhido de forma indireta. Cada estado tem um número fixo de delegados no Colégio Eleitoral, totalizando 538. Para vencer, um candidato precisa de pelo menos 270 votos eleitorais. Estados como Califórnia e Texas possuem grande número de delegados e são fundamentais para o resultado. Maine e Nebraska são exceções, utilizando um sistema misto onde alguns delegados votam com base nos distritos.

Estados decisivos em 2024

Sete estados são considerados os mais imprevisíveis e podem definir o resultado: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Em cada um deles, as pesquisas apontam uma disputa acirrada entre Harris e Trump. A votação nesses estados é observada de perto, pois são cruciais para qualquer candidato que deseja alcançar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral.

Impacto dos votos por correio

A votação por correio pode prolongar a apuração. Em estados como a Pensilvânia, há regras que permitem contar esses votos apenas a partir do dia da eleição, o que atrasa o processo. A experiência de 2020 mostrou que os votos por correspondência tendem a favorecer os democratas, enquanto os votos presenciais no dia beneficiam mais os republicanos. Isso gera o que é chamado de "miragem vermelha" ou "miragem azul", com resultados iniciais que podem não refletir a apuração final.

E se houver contestação dos resultados?

Se o resultado for muito próximo ou contestado, é possível que haja recontagens ou ações legais. Estados como a Pensilvânia exigem recontagem automática se a margem de vitória for menor que 0,5%. Além disso, a posse oficial do presidente só ocorre em 20 de janeiro de 2025, após a confirmação pelo Congresso dos EUA em janeiro, precedida pela votação dos delegados em dezembro.

Propostas Trump x Kamala

Nas áreas da economia, essas são as propostas atuais:

Impostos

  • Kamala Harris propôs aumentar a alíquota do imposto corporativo dos atuais 21% para 28%, ao mesmo tempo em que prometeu dar continuidade à política do presidente Biden de não aumentar os impostos de quem ganha menos de US$ 400.000 por ano.
  • Ela também sugeriu aumentar o imposto sobre ganhos de capital de longo prazo de 20% para 28%, mas apenas para americanos que ganham US$ 1 milhão ou mais.
  • Harris flutuou um imposto mínimo de 25% sobre a renda total, incluindo ganhos de capital não realizados. Mas sua proposta só se aplica a pessoas com valor acima de US$ 100 milhões — o que é apenas cerca de 10.660 cidadãos dos EUA.
  • Donald Trump promete estender seus cortes de impostos individuais e patrimoniais da Lei de Cortes de Impostos e Empregos de 2017, que deve expirar em 2025.
  • Trump também propôs cortar a taxa de imposto corporativo de 21% para 20%, ou mesmo para 15% para “empresas que fabricam seus produtos na América”.

Tarifas

  • Trump propôs uma política tarifária agressiva, incluindo uma tarifa de 10% em todos os produtos importados e uma tarifa de 60% sobre produtos chineses. Ele também flutuou uma tarifa de 100% a 200% sobre carros feitos no México.
  • Economistas alertaram que a política tarifária de Trump pudesse levar a inflação, enquanto ele argumenta que a política irá criar mais trabalhos na indústria.
  • Harris também é relativamente pró-tarifa, mas não delineou nenhuma nova política específica. No entanto, a administração Biden manteve muitas tarifas da presidência de Trump, que Harris também deve manter em vigor.

Inflação

  • Apesar do Fed combater eficazmente a inflação, os preços persistentemente altos nas bombas de gasolina e nos corredores do supermercado têm sido uma questão central para os eleitores.
  • Harris sugeriu uma proibição nacional de preços abusivos, que teria como alvo corporações que aumentaram preços injustamente para explorar consumidores. No entanto, economistas argumentam que o aumento abusivo de preços corporativos não é responsável pelos preços atuais.
  • Trump argumentou que a remoção das regulamentações climáticas levará a uma maior produção de petróleo e gás e, portanto, a preços mais baixos.

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