Deflação: impacto da queda dos preços na economia
Entenda o que é deflação, quais são suas causas, vantagens e desvantagens. Aproveite também para saber como investir num cenário de queda dos preços!
Além de conhecer o que é deflação, um investidor precisa entender o que é inflação e desinflação. Tire suas dúvidas sobre esses conceitos e saiba como investir em diferentes cenários da economia!
Nos noticiários, é comum ouvirmos falar sobre inflação. Em junho de 2023, por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,08%, o não configura inflação, mas sim uma deflação. Você sabe o que é esse fenômeno econômico?
Neste artigo, entenda mais sobre ele em detalhes, suas causas, diferenças para outros conceitos e como investir dentro desse cenário. Acompanhe a leitura!
O que é deflação?
A deflação é a queda contínua do custo de produtos e serviços. Em outras palavras, ela é o contrário da inflação. Embora a deflação possa parecer algo positivo para a economia de um país, ela também traz problemas. Isso porque se os preços estiverem mais baratos a cada dia, as empresas e famílias podem resolver adiar suas decisões de consumo e investimento.
O que é inflação?
A inflação, por sua vez, é o aumento contínuo do custo de produtos e serviços. Há diferentes razões para isso como:
- pressões de demanda;
- pressões de custo;
- inércia inflacionária;
- expectativas de inflação.
Qual é a diferença entre inflação e desinflação?
Além da inflação e da deflação, há a desinflação. Na desinflação, também ocorre um aumento do preço dos produtos e serviços, no entanto, ele é menor do que o valor esperado.
Como é calculada a deflação?
Assim como a inflação, a deflação é calculada por índices que medem a variação dos preços. O principal deles é o IPCA, o índice oficial de inflação no Brasil. Desde 1980, o cálculo mensal dessa métrica cabe ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O que o IPCA mede?
O IPCA mede mensalmente a variação dos valores de uma cesta de produtos e serviços de uma família que tenha renda mensal entre um e 40 salários mínimos. Para se ter uma ideia, são 377 itens divididos em nove grupos.
Cada grupo tem um peso, veja abaixo:
- alimentação e bebidas – 19,3%;
- habitação – 15,6%;
- artigos de residência – 3,8%;
- vestuário – 4,6%;
- transportes – 20,6%;
- saúde e cuidados pessoais – 13,5%;
- despesas pessoais – 10,7%;
- educação – 6,1%;
- comunicação – 5,7%.
Essa cesta é definida pelo IBGE na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Assim, a POF verifica o que os brasileiros consomem e o quanto desembolsam em cada item.
A pesquisa mais recente foi publicada em 2019. A estimativa é que a divulgação da próxima POF ocorra em 2025.
Como o IPCA é calculado?
O seu cálculo é baseado num levantamento de 430 mil preços em 30 mil negócios e em 10 regiões metropolitanas e nos municípios de Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Rio Branco (AC), São Luís (MA), Aracaju (SE) e de Brasília (DF).
Essas variações são encontradas a partir da comparação entre os preços atuais com os valores do mês anterior. A coleta costumam ocorrer entre o dia 1 e 30 do mês em questão em lojas e estabelecimentos de prestação de serviços, concessionárias de serviços públicos e internet.
Cada região tem seu peso no cálculo desse índice conforme a renda média de suas famílias:
- São Paulo (SP) – 32,3%;
- Belo Horizonte (MG) – 9,7%;
- Rio de Janeiro (RJ) – 9,4%;
- Porto Alegre (RS) – 8,6%;
- Curitiba (PR) – 8,1%;
- Salvador (BA) – 6,0%;
- Goiânia (GO) – 4,2%;
- Brasília (DF) – 4,06%;
- Belém (PA) – 3,9%;
- Recife (PE) – 3,9%;
- Fortaleza (CE) – 3,2%;
- Vitória (ES) – 1,9%;
- Campo Grande (MS) – 1,6%;
- São Luís (MA) – 1,6%;
- Aracaju (SE) – 1,0%;
- Rio Branco (AC) – 0,5%.
Quais são as causas da deflação?
A principal causa da deflação é o aumento da oferta de produtos e serviços sem que haja um acompanhamento disso por parte da demanda. Também provoca deflação a quantidade reduzida de moeda em circulação. Afinal, menos dinheiro significa ter disponível um número menor de consumidores. Novamente, isso terá efeitos tanto no consumo quanto na produção.
Quais são as vantagens da deflação?
As vantagens da deflação para a economia são:
- diminuição dos preços dos produtos e serviços;
- maior rendimento do salário do trabalhador.
Quais são as desvantagens da deflação?
Ao contrário do que muitos pensam, o fenômeno da deflação também conta com desvantagens para a sociedade, como:
- desaquecimento da economia;
- crescimento do desemprego;
- redução na produção e no lucro das empresas.
Quais são os efeitos da deflação na economia?
De imediato, entre os efeitos da deflação, há a tendência de queda nos preços dos produtos em função do nível de oferta superar a demanda. Dessa maneira, quando uma pessoa mantém seu patamar de renda, ela consegue aproveitar melhor os próprios recursos no dia a dia. Em resumo, é como se o seu salário rendesse mais.
No longo prazo, entretanto, esse fenômeno pode trazer problemas. O declínio contínuo dos preços pode provocar recessão em razão dos problemas gerados no médio e longo prazo, resultando em desemprego, por exemplo. A crise de 1929 nos Estados Unidos, que ficou conhecida como a Grande Depressão, é um bom exemplar dessa situação.
Como conter a deflação?
Para conter a deflação, o governo pode alterar aspectos relacionados à política monetária e cambial, ao regime de incentivo fiscal, além da parte de estímulo ao crédito e à produção. De modo geral, as possibilidades para isso são várias. Um exemplo é a redução das taxas de juros, que aumenta o acesso ao crédito.
Como investir em um cenário de deflação?
Em qualquer tipo de cenário econômico, é essencial analisar e estudar o mercado para tomar decisões de investimento mais embasadas. Para ajudá-lo nisso, a Nord Investimentos oferece diferentes tipos de assinatura que dão acesso a seus conteúdos. Há opções para investidores de perfil conservador, moderado e arrojado.
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O conteúdo foi útil? Então, aproveite para ler também sobre o que é o IPCA, o indicador que mede a inflação!
Resumindo
O que é deflação e como funciona?
A deflação é a queda contínua do custo de produtos e serviços, ou seja, o oposto da inflação. Ela pode funcionar com base em aspectos diferentes, mas um cenário comum de visualizar esse fenômeno é quando a oferta dos produtos, pelo nível de produção, supera a demanda. Tal situação, no longo prazo, pode ser prejudicial à economia do país.
Qual o problema da deflação?
Com os preços mais baratos a cada dia, as empresas e famílias podem resolver adiar suas decisões de consumo e investimento. Isso é prejudicial à economia do país, porque provoca sua desaceleração. Em médio e longo prazo, isso também pode culminar no aumento do desemprego.