O que são debêntures e como elas podem diversificar seus investimentos

Saber o que são debêntures é fundamental para otimizar seus rendimentos e escolher investimentos com risco médio e potencial de crescimento

Nord Research 14/03/2025 17:27 8 min
O que são debêntures e como elas podem diversificar seus investimentos

No mercado de investimentos, diversificar a carteira é essencial para equilibrar as oscilações e garantir a rentabilidade, mesmo em tempos de crise. Esse equilíbrio permite que você faça seu dinheiro render de maneira eficiente, assegurando que saiba exatamente qual será o lucro ao final de um período.

Se você está em busca de opções sólidas para diversificação, as debêntures podem ser uma excelente alternativa. 

Continue no conteúdo para entender o que são debêntures, conhecer os diferentes tipos disponíveis no mercado e descobrir qual se alinha melhor à sua estratégia de investimento.

Sumário

O que são as debêntures?

Trata-se de títulos emitidos por empresas como uma espécie de dívida, com isso, em vez de negociar com bancos e instituições financeiras ou de crédito imobiliário, as companhias usam o dinheiro aplicado pelos investidores.

Tipos de debêntures

Existem diversos tipos de investimentos em debêntures no mercado, sendo importante saber como funcionam para escolher a melhor alternativa. Confira as principais características de cada uma delas!

Conversíveis

As debêntures desse tipo podem ser transformadas em ações da empresa responsável pela emissão do título. A conversão acontece em um prazo previamente determinado ou ao término de validade do título.

Obs.: desde que estabelecido em cláusula específica na escritura de compra do título, uma debênture conversível pode ser trocada por ações ou ativos de terceiros.

Simples

Também chamadas de não conversíveis, as debêntures comuns não podem ser transformadas em ações. Nelas, os investidores recebem a rentabilidade do investimento diretamente na conta bancária ou da corretora de valores.

Incentivadas

O foco principal das debêntures incentivadas é a captação de recursos para projetos específicos e robustos, que envolvem o desenvolvimento de infraestrutura. O investidor recebe como incentivo a isenção do Imposto de Renda e do IOF sobre o rendimento.

Permutáveis

As permutáveis permitem ao investidor optar por receber o valor investido, trocar por ações da empresa emissora ou adquirir ativos de companhias terceiras.

Perpétuas

Como o próprio nome diz, os títulos de debêntures perpétuas não têm prazo de vencimento definido, dando autonomia ao emissor e ao investidor a entrar em acordo sobre os prazos e períodos para investimento.

Participativas

Nas debêntures participativas, a empresa emissora pode oferecer parte dos rendimentos ao investidor, similar à participação nos lucros.

Diferença entre ações, debêntures e CDBs

Enquanto debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, em que o investidor atua como credor e recebe juros fixos ou variáveis, como mencionado, as ações representam uma fração do capital social de uma empresa. Nesse caso, o investidor se torna sócio e participa dos lucros e prejuízos, com rendimento variável conforme o desempenho do mercado.

Já os CDBs, emitidos por bancos, são investimentos de renda fixa que oferecem uma taxa de juros definida e contam com a garantia do FGC até R$ 250 mil por instituição e por CPF, proporcionando mais segurança.

Como a rentabilidade das debêntures é definida?

A rentabilidade das debêntures é estabelecida em três regras distintas. Confira a seguir.

Prefixada

A taxa de juros é definida no momento da emissão, permitindo ao investidor saber exatamente quanto receberá no vencimento.

Pós-fixada

Atrelada a indicadores econômicos, como a taxa Selic ou o CDI. O rendimento varia conforme a flutuação desses índices, sendo conhecido apenas no resgate.

Por exemplo, se um investidor aplicar R$ 6.000 em uma debênture pós-fixada atrelada à Selic e essa taxa permanecer em 13,25% ao ano, o retorno estimado ao final de dois anos será de aproximadamente R$ 1.695, totalizando um saldo de R$ 7.695. No entanto, como esse tipo de investimento acompanha um índice econômico, os rendimentos podem variar conforme a oscilação da taxa de referência ao longo do período.

Híbrida

Combina uma taxa prefixada com um índice de inflação, como o IPCA. Essa estrutura oferece proteção contra a inflação, garantindo um ganho real ao investidor.

Assim, se um investidor aplicar R$ 10.000 em uma debênture híbrida com taxa de 6% ao ano e o IPCA for de 4% ao ano, o rendimento total após dois anos será de R$ 2.000, resultando em um saldo de R$ 12.000 ao final do período.

Quem pode emitir debêntures?

Somente sociedades anônimas (S.A.) de capital aberto, não pertencentes ao setor financeiro, podem emitir debêntures. A aprovação dos acionistas em assembleia geral e o registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são requisitos para essa operação. Após a emissão, elas podem ser negociadas no mercado, oferecendo aos investidores uma alternativa de financiamento.

Por que as empresas emitem debêntures?

As empresas utilizam as debêntures como uma forma de captar recursos para diversos fins, como expansão de operações, investimentos em novos projetos ou reestruturação de dívidas. Essa modalidade permite obter capital a custos potencialmente menores e prazos mais alongados em comparação a outras formas de financiamento.

Vale a pena investir em debêntures?

De modo geral, as debêntures apresentam uma expectativa bastante positiva de rendimentos, sendo um investimento ideal na diversificação da carteira. Para investidores que ambicionam lucros mais expressivos, sem pressa de retorno, vale incluir no portfólio de ativos.

Riscos associados às debêntures

Embora as debêntures possam oferecer retornos atrativos, é importante considerar os riscos envolvidos:

  • risco de crédito: possibilidade de a empresa emissora não honrar os pagamentos, levando a perdas para o investidor;
  • liquidez: algumas debêntures possuem baixa liquidez no mercado secundário, dificultando a venda antes do vencimento;
  • ausência de garantia do FGC: diferentemente de investimentos como CDBs, as debêntures não são cobertas pelo Fundo Garantidor de Créditos, aumentando a importância de avaliar a saúde financeira da emissora.

Como escolher debêntures?

Antes de emprestar o seu dinheiro a uma empresa, você precisa analisar o emissor da dívida (quem vai pagar), a rentabilidade, data de vencimento e liquidez (baixa ou alta). Confira mais detalhes a seguir.

Emissor

Quando a empresa possui um risco de crédito elevado, os títulos de renda fixa emitidos podem causar prejuízos.

O rating é uma classificação que avalia a qualidade de crédito do emissor, indicando a capacidade da empresa de honrar suas obrigações financeiras. As agências de rating, como Fitch e S&P, atribuem notas que variam de AAA (a melhor classificação) a D (indica default). Empresas com rating a partir de AA- são consideradas de alta qualidade.

Somado a essa classificação, é importante uma análise de crédito bastante criteriosa para que seja possível entender para quem você está emprestando seu dinheiro e o risco da operação, aumentando a segurança de receber seus retornos da forma acordada.

Rentabilidade e data de vencimento

No que diz respeito ao rendimento, pode variar tanto em relação aos indexadores das debêntures, podendo ser prefixados, pós-fixados e híbridos, quanto em relação às taxas oferecidas.

Geralmente, emissores mais arriscados pagam taxas mais elevadas do que emissores mais seguros, pois adicionam mais um prêmio pelo risco do investidor. 

Além disso, apenas debêntures incentivadas são isentas de Imposto de Renda, então, se não for o caso, ele deve ser levado em consideração no cálculo dos ganhos. Lembre-se também de se atentar à data de vencimento das debêntures e avalie se elas combinam com os seus objetivos.

Liquidez

Debêntures são ativos de menor liquidez, sendo mais interessantes para quem tem objetivos de médio a longo prazo com seus investimentos. Ainda assim, caso o investidor precise resgatar antes do prazo, é possível vendê-las no mercado secundário, mas as taxas passam por marcação a mercado.

Com isso, o mercado pode estar disposto a pagar taxas maiores ou menores do que o investidor pagou no momento da emissão. Estar atento ao cenário macroeconômico é de grande importância para acompanhar esse movimento. 

Como investir em títulos debêntures?

Os investidores que pretendem incluir esses ativos na carteira de investimentos precisam abrir uma conta em uma corretora de valores. O investimento pode ser feito por meio da compra de títulos ou de um fundo de investimentos.

Com isso, siga o passo a passo a seguir:

  • Analise as opções disponíveis no mercado primário (ofertas públicas iniciais) ou secundário (negociações após a emissão).
  • Avalie as condições de cada debênture, como emissora, rating, prazo, rentabilidade e garantias.
  • Realize a aplicação por meio da plataforma da instituição escolhida, acompanhando a confirmação da transação.

Lembre-se de que entender o que são debêntures e como funcionam é fundamental para maximizar seus resultados e evitar surpresas indesejadas.

Contar com o apoio de uma especializada em análise como a Nord Research traz mais segurança na hora de tomar decisões. Assim, o investidor aprende a escolher o título de debêntures que mais se adequa aos seus objetivos e perfil, para construir um bom patrimônio.

Se você gostou deste post, então aproveite para conhecer as soluções da Nord Research e como podemos ajudar você na criação do seu portfólio de investimentos!

Perguntas frequentes

Qual o prazo de investimento?

As debêntures são consideradas investimentos de médio a longo prazo, com prazos que podem variar de 2 a 10 anos, dependendo da emissão e dos objetivos da empresa.

Debêntures têm taxas?

Sim, as debêntures podem envolver algumas taxas. Embora a rentabilidade seja definida pela taxa de juros (prefixada, pós-fixada ou híbrida), os investidores devem estar cientes de que algumas debêntures podem ter taxas de administração ou custódia associadas, dependendo da corretora ou do fundo de investimento utilizado para adquiri-las. 

Além disso, é importante considerar o Imposto de Renda, que incide sobre os rendimentos de debêntures não incentivadas. As debêntures incentivadas, por outro lado, são isentas desse imposto, o que pode ser um diferencial significativo na hora de escolher um investimento. 

Avaliar essas taxas e impostos é fundamental para entender o retorno líquido do investimento em debêntures.

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