Fusão entre Dasa e Amil é concretizada
A Dasa (DASA3) e a Amil anunciaram, nesta sexta-feira, 14, um acordo para criar uma nova empresa chamada Ímpar, dando origem à segunda maior rede de hospitais, depois da Rede D’Or.
Potenciais sinergias da joint venture
A nova empresa, formada pela união da Dasa e Amil, terá 11 hospitais da Rede Américas, de controle da Amil, focadas na região Sudeste e Distrito Federal, incluindo o Hospital Samaritano. Já os 14 da Dasa incluem, entre outros, o Hospital Nove de Julho.
Ao todo, a Ímpar Serviços Hospitalares terá 25 hospitais e 4,4 mil leitos, localizados majoritariamente no Sudeste e no Distrito Federal. Em 2023, a receita líquida combinada das operações incluídas na transação totalizou R$ 9,9 bilhões e o Ebitda de R$ 777 milhões.
Controle conjunto da Ímpar
A nova empresa será controlada 50% pelos acionistas da Dasa e 50% pela Amil, com as duas exercendo co-controle e nenhuma consolidando o resultado da JV em seu balanço.
O processo de integração será desenvolvido após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e órgãos competentes. Até lá, as operações permanecerão independentes.
Rede D’Or lidera consolidação no setor hospitalar
A união dos dois players ocorre em meio a um momento de diversas movimentações no mercado de saúde.
A própria Dasa recebeu uma injeção de recursos de R$ 1,5 bilhão do seu controlador, a família Bueno, que, segundo fontes, também negocia a venda de uma fatia minoritária do seu negócio de medicina diagnóstica para um grupo estrangeiro.
A Oncoclínicas (ONCO3), por sua vez, anunciou um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão para redução de alavancagem e expansão. O Banco Master, que passará a deter 20% da companhia, declarou que pretende expandir, inclusive, por meio de aquisições.
O banco e o empresário Nelson Tanure são parceiros em vários projetos. Tanure recentemente entrou no setor de saúde com a compra da empresa de medicina diagnóstica Alliança (antiga Alliar) e deixou claro que pretende expandir sua atuação no mercado de saúde.
A controladora da rede de hospitais Kora, a gestora HIG, entrou com um pedido para retirar o grupo do Novo Mercado. O objetivo é encontrar novos caminhos que incluam combinação de negócios e financiamento.
Além disso, as operadoras de convênio médico fecharam um acordo político com o presidente da Câmara, Arthur Lira, a fim de evitar uma CPI e a retomada do projeto que altera a lei dos planos de saúde.
O “casamento” entre Rede D'Or e Bradesco
Após comprar 17 hospitais depois de realizar seu IPO, a Rede D'Or (RDOR3), a maior companhia do setor, adquiriu a operadora de planos de saúde SulAmérica em 2022 e, recentemente, vendeu sua corretora que comercializa planos de saúde e dental, seguros de vida e previdência para a MDS por R$ 800 milhões. Além disso, criou uma joint venture com a Bradesco Seguros.
As duas companhias vinham se estranhando nos últimos dois anos por competirem nos mesmos mercados (seguro saúde e hospitais), mas se uniram na criação de uma nova empresa que começará suas atividades no segundo semestre deste ano, com três hospitais da bandeira São Luiz em São Paulo e Rio.
A parceria dá ainda mais fôlego à expansão das duas companhias e tira a preocupação da Rede D’Or em credenciar seus hospitais com a maior seguradora de saúde do país.
Diante da crise no setor de saúde que está pressionando os hospitais, a Rede D’Or acredita que novas oportunidades vão surgir, seja para expansão orgânica ou aquisições.
“Nos últimos dez anos, 500 hospitais fecharam, outros tiveram queda de qualidade no atendimento ou passaram a atuar em determinados nichos, o que abre oportunidade para crescimento orgânico”, disse Paulo Moll, presidente da Rede D’Or.
Visão geral do projeto de expansão da Rede D'Or
Por meio da atualização de seu Formulário de Referência de 2024, a Rede D’Or (RDOR3) atualizou seu plano de investimentos orgânicos para os próximos anos.
A companhia não divulgou uma discriminação dos projetos em andamento, como ocorreu no ano passado, mas disse que há mais de 40 projetos greenfield (novos hospitais) e brownfield (expansões).
Ao todo, estão previstos ainda 5.384 leitos a serem entregues entre 2024 e 2028, com um custo médio de aproximadamente R$1,5 milhão/leito, sendo cerca de 70% destes brownfields, que têm um retorno sobre o investimento (ROIC) maior, de 40% (vs. 20% nos greenfields). A companhia possui 11,7 mil leitos atualmente.
De acordo com o cronograma de obras, a Rede D'Or prevê concluir 1.348 leitos ao longo de 2024; 898 leitos em 2025; 1.117 leitos em 2026; 771 leitos em 2027; e 1.250 leitos no ano de 2028. No passado recente, a companhia entregou 411 leitos em 2021, 560 em 2022 e 250 em 2023.
As mudanças no plano de negócios empurram a abertura de leitos para os próximos anos e reduzem os riscos da empresa em um momento de elevado custo de capital.
Recomendação de compra: RDOR3
Além disso, a companhia tem um longo histórico de êxito na expansão inorgânica (aquisições), que teve uma pausa no ano passado devido à relevância da aquisição da SulAmérica. Dada a diminuição dos esforços para a consolidação das companhias, a Rede D'Or pode se concentrar em aquisições de hospitais.
Por fim, e não menos importante, os resultados apresentados no último trimestre mostram tendências saudáveis em uma série de indicadores operacionais.
O lucro da Rede D’Or mais do que dobrou no período e o mercado está começando a revisar para cima suas estimativas de crescimento para a empresa, devido à queda na sinistralidade da Sulamérica e à manutenção do crescimento nas receitas, mesmo com a diminuição no ritmo de expansão de hospitais.
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