CPFL (CPFE3) reporta lucro líquido de R$ 1,3 bilhão. É bom investir na CPFL3 hoje?
A CPFL (CPFE3) reportou resultados acima do consenso de mercado no 3T24, alcançando uma receita líquida de R$ 9,3 bilhões, representando um crescimento de +7%. O Ebitda foi de R$ 3,2 bilhões, uma alta de +1%, enquanto o lucro líquido atingiu R$ 1,3 bilhão, com ganhos de +2%, com todos os resultados comparados ao mesmo período do ano anterior.
Destaques resultados 3T24 da CPFL (CPFE3)
O trimestre superou as expectativas devido aos resultados positivos em todas as linhas, contrariando a expectativa do mercado, que previa queda em cada uma delas.
A CPFL reportou uma receita operacional líquida de R$ 9,3 bilhões no 3T24, um aumento de +7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é atribuído ao segmento de distribuição, que foi favorecido pelas altas temperaturas, e à maior comercialização de energia.
Os custos com energia elétrica comprada para revenda cresceram +17%, principalmente devido ao aumento em leilões, contratos bilaterais e de curto prazo. Já os custos com PMSO (pessoal, material, serviço de terceiros e outros) subiram +1%, justificado pelos eventos climáticos no Rio Grande do Sul.
Já o Ebitda totalizou R$ 3,2 bilhões, alta de +1%, em especial pelo aumento de margens no segmento de transmissão. Mesmo com o resultado financeiro (negativo) registrando aumento (+9%), o lucro líquido da CPFL cresceu +2%, totalizando R$ 1,3 bilhão no trimestre.
A companhia investiu um total de R$ 1,5 bilhão no 3T24, um aumento de 18% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Deste montante, aproximadamente 77% foi direcionado para o segmento de distribuição, que é mais relevante para a sua receita.
Por fim, a dívida bruta da CPFL alcançou R$ 30,7 bilhões, um aumento de +6%. Com uma posição de caixa de R$ 4,0 bilhões (-31%), a dívida líquida (dívida bruta - caixa) ficou em R$ 26,7 bilhões, um crescimento de +15%. Dessa forma, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) da companhia subiu para 2,0x, em comparação a 1,7x no 3T23.
O que esperar da CPFL (CPFE3)
O setor de energia elétrica enfrentou diversos desafios em anos anteriores a 2017. As concessionárias de distribuição de energia passaram por um período de dificuldades financeiras, com problemas de fluxo de caixa e aumento do endividamento.
Esses problemas foram causados principalmente pelo represamento dos reajustes tarifários, que criou um descompasso entre os custos das distribuidoras e as tarifas cobradas dos consumidores. Além disso, uma seca no país aumentou os custos com a compra de energia, agravando ainda mais a situação financeira das concessionárias.
Com uma melhora no cenário hídrico e reajustes tarifários em linha com os custos das companhias, as distribuidoras conseguiram retomar a eficiência.
Mas no caso da CPFL, não foram apenas esses fatores que contribuíram para a recuperação da empresa. Em 2017, a State Grid, a maior empresa de utilidade pública do mundo, assumiu o controle da companhia, trazendo consigo sua expertise, cultura e práticas de governança corporativa para essa nova investida no Brasil.
A CPFL não apenas aumentou sua receita, Ebitda e lucros, mas também melhorou significativamente todas as suas margens, demonstrando um avanço expressivo em eficiência.
Sob a gestão do atual controlador, a receita líquida cresceu, em média, +11% ao ano, enquanto o Ebitda teve um crescimento mais robusto, de +18%. Este desempenho superior do Ebitda é resultado de melhoria na sua margem, que saltou de 17% para 31%.
Assim, esperamos que a companhia continue apresentando ótimos resultados.
Qual o dividend yield da CPFL (CPFE3)
O dividend yield da CPFL dos últimos 12 meses é de 8,5%, bem acima da média histórica das boas pagadoras de proventos (6%).
Quem é CPFL (CPFE3)?
A CPFL Energia, com mais de 110 anos de atuação no setor energético brasileiro, é uma empresa de energia completa e portfólio diversificado, com negócios em distribuição, geração, transmissão, serviços e comercialização de energia elétrica, operando em todas as regiões do Brasil.
A maior parte do Ebitda da companhia provém do segmento de distribuição (61%), seguido pela geração (28%) e transmissão (8%), com o restante advindo da comercialização e serviços.
A CPFL passou por várias fases de reestruturação e expansão, consolidando-se como uma das principais empresas do setor elétrico no Brasil, especialmente após a aquisição pela State Grid, que fortaleceu sua posição no mercado.
Em 2017, a State Grid, maior empresa do setor elétrico do mundo, adquiriu 54,64% do Grupo CPFL Energia, anteriormente pertencentes à Camargo Corrêa e aos fundos de pensão Previ, Fundação Cesp, Sabesprev, Sistel e Petros. Em novembro do mesmo ano, a State Grid realizou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), aumentando sua participação para 94,75% do capital da holding. A entrada da State Grid ampliou a capacidade de investimentos da CPFL, consolidando sua posição no setor elétrico.
Em 2019, a CPFL realizou uma oferta pública de ações ordinárias com o objetivo de atender ao percentual mínimo de ações em circulação no mercado (free float), que deveria ser de 15% do capital social total da companhia. Para isso, a empresa aumentou seu capital social por meio da emissão de novas ações e realizou uma oferta subsequente que arrecadou aproximadamente R$ 3,7 bilhões. Esse processo foi considerado um novo IPO da CPFL, também conhecido como re-IPO.
É um bom momento para investir na CPFL3?
A CPFL está bem posicionada em um setor previsível e resiliente, com diversificação estratégica em diversos segmentos do setor elétrico. Ainda, negociando a apenas 7x lucros e 5x Ebitda, recomendamos COMPRA para CPFE3.
Como faço para comprar ações da CPFL (CPFE3)?
Para investir nas ações da CPFL é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker CPFE3.