Descubra quais os efeitos da queda da Selic para 10,50%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,50% ao ano.
Vale ressaltar que, na última reunião, haviam indicado uma redução de 50 pontos, o que levaria a Selic para 10,25%. Contudo, os eventos ocorridos entre as reuniões fizeram com que alguns membros do comitê mudassem de opinião.
Placar dividido
A decisão não foi unânime, com quatro membros (incluindo Galípolo, indicado por Lula e possível futuro Presidente do BC) votando pela redução de 50 pontos e cinco membros (incluindo Roberto Campos, atual presidente) votando por 25 pontos. Ou seja, um voto decidiu a reunião.
Os efeitos da decisão do Copom
O mercado já precificava uma chance maior de uma queda de 25 do que de 50, e, por isso, não haverá nenhuma alteração nos preços de mercado no pregão desta quinta-feira, 9.
A decisão, por sua vez, aumenta o conservadorismo do Banco Central, ampliando as chances de cumprir a meta de 3% e a credibilidade da gestão.
A decisão com dissidência, por outro lado, coloca um holofote (a meu ver, desnecessário) em Galípolo, que pode ser visto como leniente ou irresponsável.
Por que o BC reduziu o ritmo de cortes?
A mudança na meta fiscal pelo governo parece ter deixado o Banco Central mais inseguro nos últimos dias. Para 2025, houve uma mudança de déficit zero para -0,5% do PIB.
Diversos trechos do comunicado foram dedicados ao fiscal, demonstrando a necessidade de ter um arcabouço crível:
“O Comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, o que, consequentemente, impacta a política monetária.”
Futuro da Selic
Para as próximas decisões, o Copom se limitou a dizer que dependerá do firme compromisso de convergência da meta de inflação.
A divergência entre os votos pode indicar a possibilidade de uma nova queda de 25 bps, uma vez que a maioria dos membros acreditava em uma queda de 50 bps nesta reunião.
Mas essa queda estará sujeita à melhora das expectativas de inflação para 2025, que atualmente estão em 3,6%, enquanto a meta é de 3%.
A expectativa é um fator bastante preocupante para o Banco Central. As expectativas desancoradas reduzem o poder da política monetária, diminuindo a sua efetividade.
De acordo com a pesquisa Focus, os economistas não acreditam que o Banco Central irá cumprir a meta de inflação de 2025. Além disso, as expectativas para este ano têm aumentado cada vez mais.
No comunicado anterior, o BC disse que as expectativas estavam "parcialmente ancoradas" e, neste comunicado, mudou para "desancoradas", explicitando sua preocupação.
O que muda para nós?
Na prática, essa decisão não muda nada. O mercado já precificava uma queda de 25 e, logo, não devemos ter grandes alterações nos preços.
Nas nossas carteiras, também não há motivo para mudanças. Ainda acreditamos que o Brasil está bastante dependente dos juros americanos, que devem cair ao longo do segundo semestre, distensionando também os nossos juros longos por aqui.
Isso deve beneficiar a bolsa de valores e ações de empresas boas que estão sendo negociadas a múltiplos bastante baixos.
Os últimos dados de PMI nos EUA foram mais fracos. O mercado de trabalho está sendo beneficiado pelo aumento da imigração e estamos apenas esperando o alívio da pressão no Core CPI.
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