Copom: entenda a função do Comitê de Política Monetária

Copom é órgão é responsável por definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Saiba neste artigo como atua e a relevância na economia.

Nord Research 18/04/2023 14:59 8 min Atualizado em: 16/08/2023 11:23
Copom: entenda a função do Comitê de Política Monetária

Copom é o Comitê de Política Monetária do Banco Central. O órgão é responsável por definir a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. Por isso, suas decisões afetam diretamente a vida financeira da população brasileira e têm um grande impacto sobre a economia.

Você já deve ter ouvido falar no Copom. Volta e meia o órgão invade os noticiários, e não é à toa. Afinal, as decisões tomadas pelo Comitê de Política Monetária afetam a economia e impactam a vida de todos os brasileiros — sobretudo os investidores.

Devido à sua importância, é necessário entender o que é Copom, para que esse comitê serve, que relação ele tem com a taxa básica de juros e que tipo de influência exerce sobre os seus investimentos. Acompanhe.

Sumário

O que é Copom?

O Copom, ou Comitê de Política Monetária, é um órgão do Banco Central, composto pelo presidente e pelos diretores. Os membros se reúnem uma vez a cada 45 dias num dos eventos mais relevantes para a economia brasileira. O objetivo desses encontros, que duram dois dias, é deliberar sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Após a definição do percentual da Selic, os membros do Copom divulgam a informação para o mercado e compartilham a ata da reunião. Nela, são expostos os motivos pelos quais se chegou a tal número e os temas abordados.

Porém, estipular a taxa de juros cobrada no Brasil não é a única função do Copom. Além disso, o órgão também serve para analisar o relatório de inflação que o Banco Central emite a cada trimestre. Com base no documento, os membros do comitê conseguem avaliar melhor os progressos e perspectivas da economia.

A criação do Copom, em 1996, visava a trazer mais clareza e confiança para a determinação das políticas monetárias, a exemplo de comitês que já existiam em outros países. Ao longo dessas quase três décadas, o órgão passou por diversas mudanças.

Os objetivos, a frequência das reuniões e a competência de seus membros passaram por alterações, mas ele segue atuando para proporcionar mais transparência aos processos econômicos. Entre outras coisas, ajuda a estipular políticas monetárias essenciais, como o controle da oferta de reais na economia e a concessão de crédito.

Como o Copom atua?

A atuação do Copom se dá, majoritariamente, por meio dos encontros que ocorrem a cada 45 dias, em que se discutem as políticas monetárias que serão adotadas e a taxa básica de juros é fixada. Além disso, como explicamos, o comitê divulga um relatório trimestral onde se discute a inflação do país.

Nas reuniões, cujas datas são marcadas com antecedência, todos os diretores que fazem parte do comitê, mais o presidente do Banco Central, discutem se a meta da Selic será mantida ou reajustada e batem o martelo com base em dados do mercado. Sua atuação é importante porque afeta não só o mercado financeiro como também o poder de compra dos consumidores, o valor da nossa moeda e o preço das mercadorias. Ou seja: as decisões tomadas pelo Copom interferem na vida de todos os brasileiros.

Quem são os membros do Copom?

O Comitê de políticas monetárias é formado pelo presidente do Banco Central, com mandato de quatro anos, pelos seus diretores e por outros agentes de departamentos do órgão.

Os membros do Copom que fazem parte da diretora do Banco Central são:

  • Presidente;
  • Diretor de Administração;
  • Diretoria de Política Econômica;
  • Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
  • Diretoria de Fiscalização;
  • Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
  • Diretoria de Política Monetária;
  • Diretor de Regulação;
  • Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania.

Além disso, há outros membros de departamentos do Banco Central que participam das decisões do Copom. São eles:

  • Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais;
  • Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos
  • Departamento das Reservas Internacionais;
  • Departamento de Operações do Mercado Aberto;
  • Departamento de Assuntos Internacionais;
  • Departamento de Estudos e Pesquisas;
  • Departamento Econômico.

Como as reuniões do Copom funcionam?

Conforme já mencionamos, as reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias, totalizando oito encontros anuais. As datas são previamente definidas e o mercado sempre aguarda o próximo evento com altas expectativas. As reuniões ocorrem em dois dias consecutivos, utilizando a seguinte dinâmica:

No primeiro dia, são apresentadas informações referentes à conjuntura, tais como:

  • um panorama do mercado monetário;
  • questões sobre o câmbio;
  • dados do sistema bancário;
  • balanços de pagamento;
  • resumo da política fiscal;
  • questões relacionadas à inflação no país.

Já no segundo dia, os membros do comitê analisam as informações e debatem se a taxa de juros será mantida, reduzida ou aumentada. Cada participante deve se posicionar e votar. A partir daí, o Copom apresenta seu posicionamento oficial, sempre após o fechamento do pregão para não afetar as movimentações do mercado.

No fim de cada encontro, o Banco Central divulga a ata publicamente, em seu site. Nela, constam os temas que os membros discutiram e a meta fixada da Selic. Os analistas do mercado financeiro monitoram essas atas com afinco, já que elas afetam diretamente os investimentos. É disso que trataremos a seguir.

Por que o Copom é relevante para os investidores?

As decisões tomadas pelo Copom são importantes para os investidores, já que afetam o cenário econômico do país e podem influenciar nos retornos dos investimentos. Acompanhar essas discussões ajuda a entender melhor a conjuntura e tomar decisões mais inteligentes. Assim, os investidores conseguem aproveitar oportunidades de ganhos e proteger o capital contra prejuízos.

Suponhamos que o comitê preveja um período de recessão. Nesse caso, pode ser que o mar não esteja para a renda variável ou aplicações muito arrojadas. Se, por outro lado, os membros decidirem pela diminuição da taxa de juros, isso pode acelerar a economia do país, o que também se reflete nos resultados dos investimentos. Inclusive, em cenários de queda, investimentos de renda fixa e títulos de rentabilidade prefixada costumam ser uma boa pedida.

Qual é a relação do Copom com a Selic?

A principal função do Copom é fixar a Selic, mantendo-a ou alterando-a de acordo com critérios técnicos e análises de mercado. Isso se reflete nos investimentos, sobretudo (mas não só) os de renda fixa. Além disso, a Selic influi no valor do real e nos preços dos produtos.

Como o comitê é o órgão responsável pela definição da taxa básica de juros da economia brasileira, está intrinsecamente relacionado a essas movimentações.

Como as decisões do Copom influenciam seus investimentos?

A Selic afeta os juros pagos nos investimentos de renda fixa, mas também influencia a renda variável e até a caderneta de poupança. A seguir, detalharemos um pouco mais como essa dinâmica opera e como a taxa básica de juros pode melhorar ou piorar os resultados de seus investimentos.

Influência da Selic na renda fixa

Os títulos públicos do Tesouro Nacional estão diretamente ligados à Selic. Não é à toa que existe um produto financeiro específico, chamado Tesouro Selic, cujo rendimento é 100% da taxa básica de juros brasileira. Mas outros ativos também sofrem influência, como é o caso do IPCA e dos títulos prefixados.

Os títulos privados (como as letras de crédito LCI e LCA e os CDBs) também são afetados pelas movimentações do Copom. Isso porque eles adotam um benchmark que costuma seguir a Selic: o CDI. Por isso, as taxas pagas nesse tipo de investimento também dependem da taxa básica de juros.

Ou seja: quando a taxa de juros sobe, esses investimentos de renda fixa se tornam mais atrativos. E, ao contrário, quando ela cai, o potencial de retorno dos ativos também diminui.

A caderneta de poupança, embora não seja nem de longe o investimento de renda fixa mais vantajoso, é o mais popular no Brasil e ela também é influenciada pelas regras do Copom, uma vez que sua rentabilidade está relacionada à Selic.

Funciona assim: se a taxa de juros for superior aos 8,5% ao ano, a rentabilidade é de 0,5% ao mês, somada à Taxa Referencial. Já se for menor ou igual a 8,5%, o rendimento da poupança é de 70% da Selic + a Taxa Referencial. Nesse caso, se a Selic estiver baixa demais, a rentabilidade do investimento pode ser menor que a inflação. Na prática, o investidor perde dinheiro.

Influência da Selic na renda variável

Até agora, focamos muito na renda fixa. Mas as decisões do Copom sobre a Selic também interferem na renda variável. Afinal, uma taxa de juros baixa pode incentivar os investidores a redistribuir seus recursos e alocar uma parte maior do dinheiro em investimentos como as ações. Além disso, a Selic reduzida incentiva a produção e pode contribuir para as empresas lucrarem mais. Consequentemente, suas ações se valorizam.

Em suma: com a Selic em queda, a renda fixa não é tão interessante, e os investidores podem migrar para a renda variável. Com a Selic em alta, acontece o movimento contrário, já que uma taxa maior de juros faz com que um investimento menos sujeito a riscos compense mais.

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Resumindo

O que é Copom?

Copom (Comitê de Política Monetária) é um órgão do Banco Central brasileiro cuja principal atribuição é fixar a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

Qual é o papel do Copom?

Além de determinar a manutenção ou a alteração da Selic, o Copom também estipula as diretrizes da política monetária nacional.

O que é reunião do Copom?

Trata-se dos encontros, que ocorrem a cada 15 dias, em que o presidente e os diretores do Banco Central decidem se a taxa básica de juros vai aumentar, diminuir ou se manter como está.

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