O que são contratos futuros? Aprenda a operar sem cair nas armadilhas do mercado
Saiba o que são contratos futuros, como funcionam, quais os principais tipos negociados na B3 e para que eles são utilizados no mercado

Os contratos futuros são instrumentos financeiros que permitem a compra ou venda de um ativo em uma data futura por um preço previamente estabelecido. Eles são negociados na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) e fazem parte do mercado de derivativos.
Esses contratos são amplamente utilizados para hedge (proteção contra variações de preços) e para especulação no mercado financeiro. A seguir, explicamos como funcionam, seus principais tipos e estratégias de uso.
Sumário
- Como funcionam os contratos futuros?
- Principais tipos de contratos futuros
- Contratos futuros de índices
- Contratos futuros de moedas
- Contratos futuros de juros
- Contratos futuros de commodities
- Exemplo de código
- O que é um minicontrato futuro?
- Margem de garantia: como funciona?
- Como operar contratos futuros?
- Estratégias: hedge e especulação
- Diferença entre contratos futuros e contratos a termo
- O contrato futuro é seguro?
Como funcionam os contratos futuros?
Os contratos futuros derivam de ativos como moedas, índices, commodities e taxas de juros. Eles funcionam da seguinte forma:
- um comprador e um vendedor firmam um contrato para liquidar um ativo em uma data futura;
- o preço é ajustado diariamente com base em sua variação;
- o contrato pode ser liquidado financeiramente (diferença entre preço de compra e venda) ou fisicamente (entrega do ativo);
- existe a possibilidade de operar alavancado, ou seja, negociar valores maiores do que o capital disponível.
Os códigos de negociação dos contratos futuros são formados por quatro letras e dois números: as letras representam o ativo e o mês de vencimento, enquanto os números indicam o ano.
Principais tipos de contratos futuros
Na B3, os contratos futuros estão divididos nos seguintes segmentos:
Contratos futuros de índices
Os contratos de índices permitem operar sobre a variação de índices de ações.
- Índice Bovespa (Ibovespa): IND (contrato cheio) e WIN (minicontrato).
- Índice S&P 500: ISP (contrato cheio) e WSP (minicontrato).
Os contratos futuros de índices vencem a cada dois meses, sempre nos meses pares (fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro).
Contratos futuros de moedas
Usados principalmente para hedge cambial e especulação.
- Dólar dos Estados Unidos: DOL (contrato cheio) e WDO (minicontrato).
- Euro: EUR.
- Libra Esterlina: GBR.
- Iene Japonês: JAP.
- Iuan Chinês: CNY.
Os contratos de moedas vencem mensalmente, sempre no último dia útil do mês.

Contratos futuros de juros
Negociados por investidores e empresas que querem proteger-se contra flutuações nas taxas de juros.
- Taxa DI: DI1.
- Taxa Selic: DDI.
- Cupom Cambial de DI: OC1.
- Cupom de IPCA: DAP e IAP.
Contratos futuros de commodities
Usados por produtores e indústrias para proteção contra oscilações nos preços das matérias-primas.
- Boi Gordo: BGI.
- Milho: CCM.
- Café: ICF.
- Soja: SFI.
- Açúcar: ACF.
- Etanol: ETN.
Exemplo de código
Para identificar contratos futuros, um exemplo de código seria: DOLM24, onde "DOL" representa o Dólar, "M" indica o mês de vencimento (maio), e "26" representa o ano (2026).
O que é um minicontrato futuro?
Os minicontratos futuros foram criados para permitir que pequenos investidores operem no mercado futuro sem precisar de grandes margens de garantia. Eles funcionam da mesma forma que os contratos cheios, mas com um tamanho reduzido.
Exemplos de minicontratos
- Mini índice (WIN): representa 20% do contrato cheio de Ibovespa (IND).
- Mini dólar (WDO): representa 20% do contrato cheio de Dólar (DOL).
Os minicontratos são amplamente utilizados por traders e especuladores para operações de curto prazo.
Margem de garantia: como funciona?
Para operar contratos futuros, não é necessário pagar o seu valor total. Em vez disso, o investidor precisa depositar uma margem de garantia, que serve como um seguro para cobrir possíveis prejuízos.
A margem pode ser composta por:
- dinheiro em conta;
- ações;
- títulos públicos (Tesouro Direto);
- CDBs e outros ativos aceitos pela corretora.
A margem exigida varia conforme o ativo e a volatilidade do mercado. Por exemplo, para operar contratos futuros de Ibovespa (IND), a margem pode girar em torno de 15% do valor total do contrato.
Importante: a margem de garantia não é um custo fixo. Se o investidor tiver prejuízos consecutivos, a corretora pode exigir um reajuste da margem.
Como operar contratos futuros?
Para negociar contratos futuros, é necessário:
- Abrir conta em uma corretora: a B3 exige que a negociação ocorra por meio de uma instituição financeira.
- Depositar a margem de garantia: essa garantia é necessária para cobrir possíveis prejuízos. Pode ser em dinheiro, ações ou títulos públicos, como mencionado.
- Escolher o contrato futuro desejado: índice, moedas, juros ou commodities.
- Monitorar diariamente os ajustes: as operações são ajustadas com base na variação do mercado.
Estratégias: hedge e especulação
Os contratos futuros podem ser utilizados para diferentes estratégias:
Hedge (proteção)
Empresas e produtores rurais utilizam contratos futuros para reduzir riscos de flutuação nos preços de ativos.
Exemplo: um exportador brasileiro que receberá dólares no futuro pode comprar um contrato futuro de dólar para garantir uma taxa de câmbio fixa e evitar prejuízos com variações cambiais.
Especulação
Traders utilizam contratos futuros para obter lucro com a variação de preços no curto prazo.
Exemplo: um investidor pode comprar contratos de mini dólar (WDO) acreditando que a moeda americana subirá. Se o preço aumentar, ele venderá por um valor mais alto e lucrará com a diferença.
Diferença entre contratos futuros e contratos a termo
Diferente do contrato futuro, que tem ajustes diários, o contrato a termo tem a liquidação apenas no vencimento, sem ajustes diários.
O contrato futuro é seguro?
Os contratos futuros oferecem grandes oportunidades, mas também altos riscos, pois são ativos voláteis. A recomendação é que sejam operados por investidores que entendem o funcionamento do mercado e aceitam exposição ao risco.
Dicas para reduzir riscos:
- diversifique sua carteira de investimentos;
- utilize stop loss para limitar prejuízos;
- evite operar no limite da margem de garantia.
Se você deseja começar a operar contratos futuros, procure uma corretora confiável e estude o funcionamento desses ativos antes de investir.