Commercial paper: conheça as características, vantagens e cuidados ao investir

Como empresas captam recursos rapidamente com commercial papers e os principais pontos de atenção para investidores.

Nord Research 24/09/2024 15:22 4 min
Commercial paper: conheça as características, vantagens e cuidados ao investir

O commercial paper é uma alternativa rápida e eficiente para empresas que buscam captar recursos no curto prazo.

Continue neste artigo para entender como funciona, suas vantagens, riscos e a legislação que o regulamenta no Brasil.

O que é commercial paper?

O Commercial paper, ou Nota Promissória, é um título de dívida de curto prazo emitido por empresas, normalmente com prazos que variam de 30 dias a até um ano, sendo muito comum nos EUA. 

Ele é utilizado como uma forma rápida de captar recursos no mercado financeiro para financiar capital de giro ou outras necessidades de caixa da companhia, sem a necessidade de recorrer a empréstimos bancários. 

Diferença entre commercial papers e debêntures 

Embora ambos sejam instrumentos de captação de recursos, commercial papers e debêntures possuem algumas diferenças importantes:

  • prazo: o commercial paper é um título de curto prazo (geralmente até 360 dias), enquanto as debêntures costumam ter prazos mais longos, podendo ultrapassar cinco anos;
  • emissão: as debêntures precisam de agentes intermediadores para serem negociadas, enquanto os commercial papers não necessitam, e podem ser lançados diretamente com o investidor;
  • resgate: os commercial papers podem ser liquidados de imediato, enquanto as debêntures possuem prazo mínimo de 360 dias. 

Quais as vantagens do commercial paper?

  • Rapidez na captação de recursos: por não exigirem tantos trâmites regulatórios como as debêntures, as empresas podem emitir commercial papers com maior agilidade.
  • Menor custo: com prazos mais curtos, o custo de emissão e remuneração do commercial paper pode ser mais baixo do que outras formas de captação.
  • Flexibilidade: as empresas podem emitir commercial papers em diversas faixas de valor e por diferentes períodos, adaptando as emissões conforme suas necessidades financeiras momentâneas.

Quais são os pontos de atenção do commercial paper?

  • Risco de crédito: como se trata de um título de dívida, o risco principal para o investidor é o risco de inadimplência da empresa emissora. Empresas de menor porte ou com pouca solidez financeira podem representar maiores riscos.
  • Liquidez limitada: apesar de ser um título de curto prazo, a liquidez dos commercial papers pode ser limitada. Dependendo do emissor, pode não ser fácil encontrar compradores no mercado secundário.
  • Sem garantia real: geralmente, os commercial papers não são garantidos por ativos da empresa, o que aumenta o risco em caso de problemas financeiros do emissor.

O que é necessário para emitir commercial papers?

Para emitir commercial papers, as empresas precisam seguir alguns procedimentos:

  • planejamento financeiro: é essencial que a companhia saiba quanto precisa captar e por quanto tempo deseja se financiar;
  • oferta privada ou pública: a emissão pode ser feita de maneira pública ou privada, dependendo do montante e do tipo de investidor que a empresa deseja atingir. Emissões públicas demandam um pouco mais de regulamentação;
  • registro e distribuição: embora menos regulado que outros títulos, as companhias ainda precisam realizar registro na CVM, e a distribuição é geralmente feita através de corretoras ou bancos.

Como comprar um commercial paper

Os investidores interessados em adquirir commercial papers podem comprá-los através de corretoras de valores ou bancos de investimento.

A negociação geralmente ocorre no mercado secundário e é importante que o investidor faça uma avaliação cuidadosa da solvência e solidez da empresa emissora, além de considerar fatores como prazo, liquidez e retorno oferecido.

Legislação do commercial paper no Brasil

No Brasil, os commercial papers foram definidos pela Lei nº 6.385/76, que estabelece as regras do mercado de capitais e valores mobiliários, embora a regulamentação específica seja mais flexível comparada a outros títulos de dívida, como as debêntures. 

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também supervisiona operações com commercial papers sob a regulamentação CVM 566/15, principalmente no que diz respeito à transparência da oferta ao investidor e à divulgação de informações financeiras das empresas emitentes. 

Além disso, mais recentemente, a Lei 14.195/2021 trouxe algumas atualizações sobre os commercial papers, visando modernizar e facilitar sua emissão no Brasil.

Essa forma de captação pode ser vantajosa tanto para empresas quanto para investidores, desde que se compreenda os riscos envolvidos e se faça uma análise adequada da situação financeira da empresa emissora.

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