Commercial paper: conheça as características, vantagens e cuidados ao investir
O commercial paper é uma alternativa rápida e eficiente para empresas que buscam captar recursos no curto prazo.
Continue neste artigo para entender como funciona, suas vantagens, riscos e a legislação que o regulamenta no Brasil.
O que é commercial paper?
O Commercial paper, ou Nota Promissória, é um título de dívida de curto prazo emitido por empresas, normalmente com prazos que variam de 30 dias a até um ano, sendo muito comum nos EUA.
Ele é utilizado como uma forma rápida de captar recursos no mercado financeiro para financiar capital de giro ou outras necessidades de caixa da companhia, sem a necessidade de recorrer a empréstimos bancários.
Diferença entre commercial papers e debêntures
Embora ambos sejam instrumentos de captação de recursos, commercial papers e debêntures possuem algumas diferenças importantes:
- prazo: o commercial paper é um título de curto prazo (geralmente até 360 dias), enquanto as debêntures costumam ter prazos mais longos, podendo ultrapassar cinco anos;
- emissão: as debêntures precisam de agentes intermediadores para serem negociadas, enquanto os commercial papers não necessitam, e podem ser lançados diretamente com o investidor;
- resgate: os commercial papers podem ser liquidados de imediato, enquanto as debêntures possuem prazo mínimo de 360 dias.
Quais as vantagens do commercial paper?
- Rapidez na captação de recursos: por não exigirem tantos trâmites regulatórios como as debêntures, as empresas podem emitir commercial papers com maior agilidade.
- Menor custo: com prazos mais curtos, o custo de emissão e remuneração do commercial paper pode ser mais baixo do que outras formas de captação.
- Flexibilidade: as empresas podem emitir commercial papers em diversas faixas de valor e por diferentes períodos, adaptando as emissões conforme suas necessidades financeiras momentâneas.
Quais são os pontos de atenção do commercial paper?
- Risco de crédito: como se trata de um título de dívida, o risco principal para o investidor é o risco de inadimplência da empresa emissora. Empresas de menor porte ou com pouca solidez financeira podem representar maiores riscos.
- Liquidez limitada: apesar de ser um título de curto prazo, a liquidez dos commercial papers pode ser limitada. Dependendo do emissor, pode não ser fácil encontrar compradores no mercado secundário.
- Sem garantia real: geralmente, os commercial papers não são garantidos por ativos da empresa, o que aumenta o risco em caso de problemas financeiros do emissor.
O que é necessário para emitir commercial papers?
Para emitir commercial papers, as empresas precisam seguir alguns procedimentos:
- planejamento financeiro: é essencial que a companhia saiba quanto precisa captar e por quanto tempo deseja se financiar;
- oferta privada ou pública: a emissão pode ser feita de maneira pública ou privada, dependendo do montante e do tipo de investidor que a empresa deseja atingir. Emissões públicas demandam um pouco mais de regulamentação;
- registro e distribuição: embora menos regulado que outros títulos, as companhias ainda precisam realizar registro na CVM, e a distribuição é geralmente feita através de corretoras ou bancos.
Como comprar um commercial paper
Os investidores interessados em adquirir commercial papers podem comprá-los através de corretoras de valores ou bancos de investimento.
A negociação geralmente ocorre no mercado secundário e é importante que o investidor faça uma avaliação cuidadosa da solvência e solidez da empresa emissora, além de considerar fatores como prazo, liquidez e retorno oferecido.
Legislação do commercial paper no Brasil
No Brasil, os commercial papers foram definidos pela Lei nº 6.385/76, que estabelece as regras do mercado de capitais e valores mobiliários, embora a regulamentação específica seja mais flexível comparada a outros títulos de dívida, como as debêntures.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também supervisiona operações com commercial papers sob a regulamentação CVM 566/15, principalmente no que diz respeito à transparência da oferta ao investidor e à divulgação de informações financeiras das empresas emitentes.
Além disso, mais recentemente, a Lei 14.195/2021 trouxe algumas atualizações sobre os commercial papers, visando modernizar e facilitar sua emissão no Brasil.
Essa forma de captação pode ser vantajosa tanto para empresas quanto para investidores, desde que se compreenda os riscos envolvidos e se faça uma análise adequada da situação financeira da empresa emissora.