CBDC: o que é e qual sua relação com o Drex (Real Digital)
Entenda o que é CBDC, quais são os objetivos, os tipos que existem e como funciona essa moeda digital que está em fase de teste em muitos países.
Você já ouviu falar em CBDC? Essa sigla se refere a uma moeda digital que é emitida pelo Banco Central de um país. A lógica é diferente das criptomoedas, mas, em geral, ambas utilizam tecnologia blockchain.
No Brasil, o Banco Central está desenvolvendo o Drex, a nossa versão do CBDC. Em todo o mundo, essas moedas digitais se encontram em fase de experimentação ou já estão em andamento. Com a adoção da moeda, há um controle maior por parte do seu emissor.
Por conseguinte, bancos e fintechs que disponibilizam contas digitais provavelmente terão menor autonomia ou participação nas transações. Mas como funciona essa nova forma de dinheiro? Continue lendo para esclarecer suas dúvidas sobre o tema.
O que é o CBDC?
CBDC é uma sigla para Central Bank Digital Currency, que significa “moeda digital do Banco Central”. Ela nada mais é que uma versão digital de uma moeda nacional. Assim, pode ser utilizada para comprar produtos, fazer transações internacionais, entre outras atividades.
Para que você entenda, é muito comum hoje que as pessoas façam pagamentos por Pix e transferência de dinheiro com o uso de aplicativos do banco. Se você quer comprar um produto em uma loja online, pode facilmente apontar o celular para o QR Code e a transação será concluída. Então, qual a diferença em relação ao CDBC?
No caso dos Bancos Centrais, a emissão de dinheiro acontece por notas de papel e moedas em espécie. Mas, com o CBDC, eles poderão emitir moedas virtuais. Elas pertencem ao governo e, portanto, são diferentes do Pix.
Assim, elas vão entrar em circulação sem que sejam impressas, mas continuam sendo moedas fiduciárias. A ideia ganhou visibilidade não apenas no Brasil, mas está em curso em outros países, como Estados Unidos, Suécia, Índia, Austrália, Coreia do Sul, China e países do Caribe.
Segundo estudo do Atlantic Council, dos EUA, 130 países estão viabilizando o uso de moedas digitais em seus bancos centrais. Neste cenário, cerca de 31 moedas ainda estão em desenvolvimento, como é o caso do Drex, no Brasil, cujo nome até agosto deste ano era Real Digital.
Quais são os objetivos do CBDC?
Entre os objetivos do CBDC, podemos destacar:
- inclusão financeira, já que o CBDC elimina barreiras geográficas e socioeconômicas;
- redução de custos, ao descartar a necessidade de impressão, distribuição e manutenção física de dinheiro, o que é sustentável do ponto de vista ambiental;
- combate à lavagem de dinheiro e crimes financeiros, devido ao rastreio das operações;
- facilitação do comércio internacional, ao simplificar e acelerar os pagamentos, sem necessidade de conversão para a moeda local;
- estímulo à concorrência e à inovação no ambiente digital;
- maior controle da tributação;
Quais os tipos de CBDC?
Existem basicamente dois tipos de CBDC: de varejo e de atacado. O primeiro é para transações entre indivíduos e empresas, enquanto o segundo é entre instituições financeiras.
Varejo
O CBDC de varejo é para uso de forma direta por consumidores finais, para transferências e compras, por exemplo. Ele inclui pessoas e empresas de qualquer porte. É uma forma de possibilitar a inclusão financeira ou substituir o uso de dinheiro físico.
De um lado, existem CDBCs de varejo tokenizados, que podem ser acessados com chaves públicas ou privadas, com acesso anônimo. De outro, existem os CBDCs a partir de contas que requerem uma identificação digital.
Atacado
No CBDC de atacado o uso é destinado a bancos, câmaras de compensação e instituições financeiras. O intuito é facilitar os pagamentos nacionais ou internacionais, para reduzir burocracias.
É como se esses destinatários mantivessem uma reserva no Banco Central, a partir de uma conta, para realizar transferências interbancárias ou depositar fundos. Em geral, essas transações são de grande valor.
Qual a relação do CBDC com criptomoedas?
Embora os CBDCs e as criptomoedas possam ter semelhanças em sua forma digital, são diferentes em sua natureza e propósito.
O CBDC é emitido pelo governo e garantido por uma autoridade monetária, que é o Banco Central, órgão que regula o sistema financeiro de um país. Já as criptomoedas são descentralizadas e sua precificação se define com base no mercado.
Logo, no primeiro caso, estamos falando de dinheiro tradicional em formato digital, com uma administração centralizada. Por sua vez, na segunda situação, são ativos financeiros. É fundamental lembrar ainda que as criptomoedas não têm reconhecimento dos países como uma moeda legal, diferentemente do CBDC.
Uma semelhança entre esses itens é que ambos utilizam tecnologias blockchain. Assim, as operações são registradas e verificadas em tempo real, além de contarem com alto nível de segurança.
Qual a relação do CBDC com o Real Digital?
O Real Digital é uma iniciativa de experimentação do CBDC que surgiu em 2020 no Brasil. Entre os princípios, ela integra a oferta monetária em circulação no país e prevê o uso de smart contracts.
No entanto, em agosto de 2023, o Banco Central alterou o nome do Real Digital para Drex. Nesse caso, a letra “D” se refere ao termo “digital”; o “R” representa o “real”; o “E” se refere a “eletrônica”; e, por fim, a letra “X” representa a ideia de conexão.
A previsão de lançamento no Brasil é até o fim de 2024. Para ter acesso ao Drex, será necessária a presença de um intermediário financeiro, como um banco.
No YouTube da Nord Investimentos, você pode conhecer mais profundamente essa nova tecnologia:
Quais as vantagens e desvantagens dos CBDC?
É sempre bom analisar os pontos positivos e negativos para entendermos melhor as implicações da possível adoção de uma nova tecnologia no sistema financeiro e os impactos para a sociedade. Confira abaixo!
Vantagens do CBDC
- Maior eficiência e velocidade nas transações financeiras;
- aumento da segurança das operações financeiras virtuais;
- acesso de classes mais baixas à moeda digital, em vez de dinheiro físico;
- estímulo a pequenas empresas com redução de custos associados a intermediários financeiros.
Desvantagens do CBDC
- Podem surgir custos extras com compliance para monitorar lavagem de dinheiro;
- possibilidade de problemas com infraestrutura, como quedas de conexão com internet e de energia;
- possibilidade de impacto negativo no sistema financeiro tradicional, com a redução da importância de intermediários financeiros e bancos comerciais.
É importante ressaltar que os possíveis contras de uma implantação do Drex, no Brasil, são muito especulativos. Sendo assim, há maior certeza sobre os prós do que a respeito de qualquer malefício que a moeda digital acarreta ao país.
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Resumindo
O que é uma CBDC e como funciona?
O CBDC é uma moeda, emitida por um Banco Central de um determinado país, que existe unicamente no ambiente digital. Ela funciona como uma versão digital do dinheiro tradicional, permitindo transações e pagamentos eletrônicos. Assim como as criptomoedas, o CBDC é desenvolvido com base na tecnologia blockchain.
O que significa a sigla CBDC?
A sigla CBDC significa Central Bank Digital Currency. Em tradução para o português, quer dizer “moeda digital do Banco Central”. Cada país tem sua própria moeda, com um nome específico. No Brasil, o CBDC será a Drex, com implantação prevista para iniciar até o fim de 2024.