Casas Bahia (BHIA3) tem maior prejuízo da história
A Casas Bahia (BHIA3) reportou resultados abaixo do consenso do mercado, com uma receita líquida contábil de R$ 7,414 bilhões no 4T23, o que representa uma queda de -16% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho mais fraco pode ser justificado pela queda de -12% na receita de lojas físicas e de -21% nas vendas digitais, em especial em seu e-commerce (1P).
Outros destaques financeiros
Com os custos crescendo mais que a receita, o lucro bruto atingiu R$ 2,046 milhões, baixa de -21%, com margem bruta de 27,6% (-1,7 p.p.).
Já o Ebitda ajustado da varejista ficou em R$ 163 milhões, refletindo uma queda de -75% na comparação anual, explicada, principalmente, por fatores não recorrentes que impactaram a redução das vendas e da margem bruta.
O principal destaque (negativo) foi o prejuízo líquido da Casas Bahia no trimestre, que atingiu a marca de R$ 1,090 bilhão – mais de 6x maior do que o apresentado no 4T22 e quase o dobro do que o mercado havia projetado.
O prejuízo deve-se, em especial, ao crescimento do resultado financeiro (negativo) no período, além de fatores ligados ao plano de transformação que a companhia vem atravessando nos últimos trimestres.
O que esperar de BHIA3?
Após entregar um resultado bem abaixo das expectativas no 4T23 e encerrar o ano com um prejuízo líquido acumulado de R$ 2,625 bilhões, a Casas Bahia seguirá tentando buscar uma recuperação operacional e financeira em 2024.
A varejista vem adotando medidas para expandir sua eficiência operacional e retomar sua rentabilidade, como a redução de quadro de funcionários, renegociação de aluguel (e sublocação de espaços ociosos), revisão de estoques, entre outras.
Vale lembrar que, com o plano de transformação em andamento, a companhia visa um incremento de R$ 1 bilhão em seu LAIR (lucro antes do imposto de renda).
As medidas, porém, ainda não trouxeram mudanças significativas. O LAIR, inclusive, foi negativo em R$ 4,201 bilhões em 2023.
Sendo assim, vemos que a Casas Bahia ainda terá que trabalhar muito para retomar números melhores e, principalmente, a confiança do mercado. Com seu resultado em queda livre e ainda sem grande visibilidade futura, recomendo que fique de fora de BHIA3.
Sobre a história da Casas Bahia
Fundada em 1946, o Grupo Casas Bahia, por meio de suas controladas, atua no comércio varejista de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis no Brasil.
Qual o valor das ações da Casas Bahia?
As ações ordinárias de Casas Bahia (BHIA3) eram negociadas a R$ 6,80 até encerramento do pregão do dia 25 de março de 2024.
A varejista realizou um grupamento na proporção de 25 para 1 (de R$ 0,50 para R$ 12,50) no fim de 2023 para elevar a cotação e reduzir a volatilidade de suas ações, mas, ainda assim, os papéis seguem sendo penalizados pela falta de visibilidade da empresa.
Em menos de quatro meses após o grupamento de ações, a varejista perdeu quase 50% de seu valor de mercado.
Qual o código da Casas Bahia na bolsa?
Listada na bolsa de valores no Brasil, B3, a Casas Bahia é negociada na B3 sob o ticker BHIA3.