Prejuízo do Grupo Casas Bahia (BHIA3) chega a R$ 452 milhões no 4T24, acima do esperado
Prejuízo líquido ainda é elevado no 4T24, refletindo o elevado custo financeiro da companhia

O Grupo Casas Bahia (BHIA3) apresentou crescimento na receita líquida de 7,6%, alcançando R$ 7,98 bilhões no 4T24. O Ebitda ajustado foi de R$ 640 milhões, um salto de 300% em relação ao 4T23, com margem Ebitda ajustada de 8,0% contra 2,2% no mesmo período do ano anterior. Apesar da melhora operacional, a empresa ainda registrou prejuízo líquido elevado de R$ -452 milhões, embora tenha sido -54,8% menor que o prejuízo de R$ 1,0 bilhão no 4T23.

Eficiência operacional impulsiona margem e reduz prejuízo
O desempenho do e-commerce ficou abaixo do esperado, com queda de -10% no GMV do 1P online, mas a receita foi impulsionada pelo forte desempenho das lojas físicas, que cresceram 16% e pelo marketplace (3P), cuja receita subiu 24%.
Houve uma expansão da margem bruta, de 27,6% para 30,8%, refletindo melhores estoques, mix e maior penetração dos serviços financeiros. Com ajuda da queda de -2,5% nas despesas e a alavancagem operacional, o Ebitda quadruplicou (margem Ebitda de 8%, +5,8 p.p.).
Contudo, com resultado financeiro ainda segue pressionando bastante os números e a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 452 milhões, que ao menos foi uma redução de -55% do mesmo e veio acompanhado de uma geração de caixa livre de R$ 1,2 bilhão (+70%).

O que esperar da Casas Bahia em 2025?
Para os próximos trimestres, a empresa aposta na expansão da carteira de crediário, que atingiu um recorde de R$ 6,2 bilhões (+15% a/a) e na manutenção da tendência de recuperação das margens. No entanto, os ajustes no marketing e mix podem continuar impactando o crescimento no curto prazo.
Entre os fatores positivos, destaca-se a recuperação operacional, com o avanço na rentabilidade e geração de caixa. No entanto, o cenário ainda impõe desafios, como o impacto dos juros elevados no resultado financeiro e a necessidade de continuar reduzindo o endividamento.
Ações da Casas Bahia dobram de valor antes do balanço
As ações da Casas Bahia saltaram +106% dias antes do balanço, impulsionadas por um investidor montando uma posição relevante no papel. Contudo, BHIA3 ainda recua -99% desde sua máxima, em julho de 2020.

Dívida alta e cenário desafiador: ainda vale a pena investir nas ações da Casas Bahia?
Apesar da gradual evolução das Casas Bahia em sua operação, o endividamento ainda é uma grande preocupação. Além disso, o cenário de juros elevados piora ainda mais a situação, impactando negativamente o poder de compra das famílias brasileiras. Diante desse contexto, recomendamos evitar a exposição às ações da companhia.