Casas Bahia (BHIA3) reverte prejuízo e eleva margens. Veja se é hora de comprar
Os destaques do trimestre ficaram para a melhora gradual dos indicadores operacionais, em especial para níveis e qualidade dos estoques, além de redução de despesas com pessoal.
A Casas Bahia (BHIA3) reportou resultados acima do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 6,5 bilhões no 2T24, uma queda de -13,5%, um Ebitda ajustado de R$ 452 milhões, -3,5% de baixa e um lucro líquido de R$ 37 milhões ante prejuízo de R$492 milhões. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Destaques resultados 2T24 Casas Bahia (BHIA3)
Os destaques do trimestre ficaram para a melhora gradual dos indicadores operacionais, em especial para níveis e qualidade dos estoques, além de redução de despesas com pessoal.
A receita líquida apresentou queda diante da piora no volume de vendas na comparação anual (-11,8%), com desempenhos em quedas em todas as frentes, lojas físicas (-2,5%) e online (-32,7%).
O Ebitda ajustado atingiu R$ 452 milhões no 2T24 e margem Ebitda de 7,0%, superior em 0,7p.p. vs. 2T23. A margem do 2T24 é a maior em 12 meses de resultados da companhia.
O que não está tão óbvio em seus resultados divulgados é a questão do lucro líquido. Basicamente a companhia possui emissões de debêntures em congruência com o seu planejamento de reestruturação, o que faz bastante sentido.
Na situação atual, a companhia reconheceu um não recorrente positivo de R$ 637 milhões em seu resultado financeiro, classificado como “modificação da dívida”. A diferença entre as obrigações financeiras da companhia no pré reestruturação e pós reestruturação geram um ganho temporário, que não deveria ser considerado no momento dado que ele será revertido no futuro com as novas emissões de dívidas.
Portanto, esse resultado não reflete de fato a saúde financeira da companhia.
O que esperar de Casas Bahia (BHIA3)?
O plano de transformação da empresa está dividido em três etapas principais. A primeira fase, que iniciou em junho de 2023 e finalizou em março de 2024, estava focada na geração de caixa a curto prazo e nas mudanças no modelo de gestão.
Nesse período, o objetivo foi a redução de custos de maneira sustentável e a manutenção de uma operação eficiente. A empresa priorizou as margens em detrimento do GMV (Gross Merchandise Volume) e buscou a estabilização de suas operações, o que vimos acontecer nos resultados do 2T24.
A segunda etapa começou em abril de 2024 e irá até maio de 2025, onde serão feitos investimentos seletivos com o foco em fortalecer o core business e aumentar a receita. Nesta fase, as apostas serão cuidadosamente escolhidas para garantir o crescimento sustentável da empresa.
Finalmente, a partir do segundo semestre de 2025, a empresa passará por uma revisão estratégica com foco na expansão e na melhoria da experiência dos canais físicos e online. Haverá investimentos em capacitações críticas para a aceleração do crescimento e a entrada em um novo momento de desenvolvimento.
Até o momento, a companhia tem conseguido avançar em seus processos de reestruturação, ficando acima das expectativas do mercado. Porém, como reforçamos a respeito de sua saúde financeira nos pontos acima, achamos que a companhia está muito aquém do ponto de vista de resultados, e entendemos como um altíssimo risco de investimento. Por esses motivos, ficamos de fora.
Dividendos e JCP de Casas Bahia (BHIA3)
A companhia não anunciou pagamento de proventos.
Qual o dividend yield de Casas Bahia (BHIA3)?
Casas Bahia (BHIA3) não possui informações de dividend yield nos últimos 12 meses.
Quem é Casas Bahia (BHIA3)?
Casas Bahia é uma das maiores redes de lojas de varejo do Brasil, fundada em 1952 por Samuel Klein. Inicialmente, a empresa focava na venda de móveis e eletrodomésticos, mas ao longo dos anos expandiu seu portfólio para incluir uma ampla gama de produtos, como eletrônicos, smartphones, roupas, produtos de beleza, e mais. Casas Bahia é conhecida por seu modelo de vendas a crédito, o que facilita a compra de bens por consumidores de baixa e média renda.
A marca se destaca por suas campanhas publicitárias impactantes e por ser uma referência no varejo físico e online. Em 2009, a Casas Bahia se fundiu com a Ponto Frio, formando o Grupo Pão de Açúcar, que mais tarde se tornou a Via Varejo.
A Via Varejo, que controla as marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com.br, é uma das maiores varejistas do Brasil, com presença significativa tanto em lojas físicas quanto no comércio eletrônico. A companhia havia mudado o nome de Via Varejo para Via, em setembro de 2023 a denominação mudou de Via para Casas Bahia, e o ticker foi alterado de VIIA3 para BHIA3.
Em agosto de 2021, a empresa já havia usado a mesma estratégia. Anteriormente, era chamada de Via Varejo e se tornou simplesmente Via, enquanto o ticker mudou de VVAR3 para VIIA3.
Vale a pena comprar Casas Bahia (BHIA3)?
No momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.
Como faço para comprar ações da Casas Bahia (BHIA3)?
Para investir nas ações da Casas Bahia é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker BHIA3.
Reiteramos que, no momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.
