Briga das teles ameaça RJ da Oi (OIBR3)

Bolsas mundiais operam de lado aguardando os dados do payroll

Nord Research 07/10/2022 12:53 7 min
Briga das teles ameaça RJ da Oi (OIBR3)

Nord Insider

Nesta sexta-feira, 07, os índices futuros de Nova York operam ainda sem uma direção definida, aguardando os resultados do relatório de emprego (payroll) de setembro, que serão divulgados às 9h30 (horário de Brasília).

Na agenda econômica, saem os dados de vendas no varejo do Brasil em agosto. Nos Estados Unidos, os investidores aguardam os números da criação de novas vagas (payroll) e a taxa de desemprego americana de setembro. Além disso, serão anunciados os estoques do atacado americano em agosto e a contagem de sondas de petróleo semanal nos EUA.

Principais assuntos de hoje

  • A briga das teles;
  • O imbróglio na Captalys;
  • Segundo turno das eleições: entrevista com Luciano Dias;
  • Meu fundo de previdência fechou. E agora?

Oi (OIBR3): ação despenca com impasse sobre preço de ativos móveis; entenda

A Oi e as concorrentes Claro, TIM e Vivo estão se pegando na Justiça por conta de discordâncias encontradas no contrato de venda dos seus ativos móveis assinado em abril.

De um lado, as compradoras dizem que encontraram divergências em premissas e critérios de cálculo sobre capital de giro e dívida líquida e, por isso, querem reduzir o valor do negócio em R$ 3,2 bilhões.

De outro, a Oi diz que não houve qualquer descumprimento.

O contrato

A Oi acertou a venda da unidade de telefonia móvel para Claro, TIM e Vivo por R$ 16 bilhões, prevendo potenciais ajustes no preço final como parte do contrato.

Tanto que, do valor total, R$ 1,447 bilhão ficou retido para o caso de alguma contestação, como aconteceu agora.

Na Justiça

Claro, TIM e Vivo pediram a devolução de quase R$ 1,8 bilhão, uma vez que o valor total de R$ 3,2 bilhões inclui uma parcela já retida pelas três companhias para potenciais ajustes no valor do negócio.

Em resposta, na terça-feira, 4, a Oi disse que o valor se refere ao montante retido anteriormente pelas três rivais para potenciais ajustes no valor da aquisição, e que ficará em conta vinculada a seu processo de recuperação judicial até decisão da arbitragem.

Pagamento em juízo

Por enquanto, a decisão judicial sobre o montante retido que está em jogo é favorável à Oi.

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Henrique Figueira, manteve a decisão do juiz da recuperação judicial da Oi, determinando que a Claro, TIM e Vivo depositem R$ 1,5 bilhão em juízo.

Por que as ações da Oi estão caindo?

A briga das teles segue pressionando os papéis da Oi (OIBR3), que cederam -28% nas últimas semanas.

Na visão do analista da Nord Research, Fabiano Vaz, os problemas para finalizar a venda dos seus ativos móveis estão prejudicando o processo de recuperação judicial da Oi.

“A conclusão da venda da operação de telefonia móvel é fundamental para a Oi conseguir honrar com os seus débitos. Apesar de ter reduzido a conta de R$ 36 bilhões para R$ 21 bilhões, a dívida ainda é alta”, avalia o analista.

O analista acredita que o processo de recuperação judicial não mostrará avanços até uma decisão da arbitragem sobre o montante retido.

O que acontece agora?

O contrato prevê que Oi ainda pode chegar a um acordo amigável com as compradoras sobre o valor do negócio nos próximos 30 dias.

Caso isso não aconteça, a diferença passa a ser analisada por uma empresa de auditoria independente, a ser contratada por TIM Brasil, Telefônica Brasil (Vivo) e Claro Brasil, que terá 30 dias para entregar o cálculo sobre o valor final do negócio.

O que o imbróglio na Captalys pode nos ensinar sobre gestão e risco?

Ao longo dos últimos anos, com o aumento da Selic, houve uma nova transição entre ativos de risco para a renda fixa.

No mundo de fundos de investimento, esse movimento foi uma rotação de fundos de ações para fundos de crédito.

O analista de fundos da Nord Research, Luiz Felippo, explica que o que mais atrai na classe de fundos de Crédito Privado é que, com níveis de juros altos, existe a sensação de obter retornos interessantes sem sentir o risco.

Não é bem assim


Na prática, seria o milagre do alto retorno e “baixo” risco. No entanto, na última semana, tivemos uma prova de que não é bem assim.

Os cotistas do fundo Captalys Orion FIC Multimercado Crédito Privado, um dos mais antigos da indústria, acordaram com uma perda de -5% na cota.

“A cota negativa é fruto de um processo de marcação a mercado de alguns ativos e provisionamento em dois FIDCs”, avalia Felippo.

Nesse movimento, a gestora perdeu -75% do patrimônio líquido do seu principal fundo — o Orion, equivalente a uma perda de R$ 1,2 bilhão.

Fonte: Economatica

Captalys fecha fundo Orion


A empresa informou, na segunda-feira, 3, o fechamento para novas aplicações no fundo Orion após resgates de R$ 1,2 bilhão.

De acordo com o regulamento, o cotista pode pedir resgate em apenas quatro datas do ano – a próxima é 30 de setembro – e que o prazo de resgate para saques maiores de 1% do fundo é de 180 dias.

Segundo o Estadão/Broadcast, a presidente da Captalys, Margot Greenman, se comprometeu a retornar o capital integralmente aos cotistas.

As perdas ensinam


O nosso analista comenta que é necessário cautela, visto que, por conta da volatilidade, o crédito tem mais risco oculto do que visível a olho nu.

“Em 2020, tivemos o mesmo movimento com os fundos de crédito high grade (o que não duvido acontecer novamente). A ausência de evidência não é evidência de ausência, ou seja, não é porque não tem volatilidade que não tem risco algum”, diz o analista.


Segundo turno das eleições: entrevista com Luciano Dias I Exclusiva para assinantes

O entrevistado do Clube Nord é o cientista político Luciano Dias, da CAC Consultoria.

Dias falou sobre as pesquisas eleitorais, a eleição para o Congresso e os sinais do segundo turno.

No primeiro turno, no domingo, 2, o ex-presidente Lula (PT) recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e o presidente Jair Bolsonaro (PL), 51,07 milhões (43,2%).

O segundo turno está marcado para 30 de outubro de 2022.

Veja, abaixo, 3 perguntas e respostas sobre o segundo turno das eleições de 2022.

1. Pesquisa eleitoral: o que explica a diferença com o resultado das eleições?

LD: “O que houve foi um misto de arrogância intelectual. A história de que eu estou certo sem reconhecer a realidade. Para dar um exemplo: O Datafolha utiliza 45% do eleitorado com menos de dois salários mínimos [...] decidiram fazer pesquisas com mais pobres e menos escolarizados [...] Eles acham que se você botar muita gente com mais renda e escolaridade, beneficia-se o candidato conservador.”

2. As abstenções no primeiro turno farão diferença no segundo turno?

LD: “Como eu disse, no Brasil, só um número importa, que é a margem do estado de São Paulo. Mas isso é um dado especulativo que afeta menos de 1% do voto e não vai produzir uma previsão.”

3. Está comprado na Bolsa?

LD: “Estou comprado em Bolsa porque o Congresso eleito é mais centro-direita. Mesmo que o Lula vença em segundo turno e tente emplacar pautas que promovam a expansão dos gastos, ele seria barrado no Congresso. Com o resultado das eleições no primeiro turno, partidos de direita têm 249 votos na Câmara e 36 votos no Senado. Isso é bom para o Brasil, pois melhora o fiscal”.

Para saber mais sobre o segundo turno das eleições e os seus sinais, clique aqui e assista à entrevista completa.


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Recentemente, a XP Investimentos decidiu fechar o fundo DI "Trend DI Simples" para novas aplicações.

Esse produto é muito utilizado para reserva de emergência por cobrar taxa zero e ter liquidez diária.

E agora? O que fazer com se sua reserva de emergência estava alocada no fundo da XP?

Marilia Fontes convidou o sócio-analista de Fundos da Nord, Luiz Felippo, para bater um papo sobre esse movimento da XP e tirar todas as dúvidas sobre o assunto.

Assista agora no nosso canal no YouTube.


Meme do dia

Fonte: Market Makers via Twitter/ Reprodução

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