BRF (BRFS3) tem lucro de R$ 754 milhões no 4T23

Resultados mais robustos da BRF do foram reflexo, principalmente, de cenário favorável

Fabiano Vaz 27/02/2024 12:11 3 min
BRF (BRFS3) tem lucro de R$ 754 milhões no 4T23

As ações da BRF (BRFS3) lideram os ganhos da B3 no pregão desta segunda-feira, 26, com os investidores na expectativa pela divulgação dos resultados do 4T23 após o fechamento.

As ações da companhia terminaram o pregão em alta de 3,78%, a R$ 14,01, após dispararem mais de 5%. 

Resultados no 4T23

A BRF reportou resultados acima com o consenso do mercado, com uma receita líquida de R$ 14,4 bilhões, o que representa uma leve queda de -2,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado da empresa ficou em R$ 1,9 bilhão, refletindo um aumento anual de 76,3%, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 13,2%, ante 7,3% no 4T22.

O lucro líquido da BRF no quarto trimestre do ano passado totalizou R$ 754 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 956 milhões no mesmo trimestre do ano anterior (4T22).

Os resultados mais robustos do 4T23 foram reflexo, principalmente, de um cenário mais favorável pelos preços mais baixos dos grãos, reduzidos os custos de produção, e a recuperação dos preços das proteínas.

Esses dois fatores somados ao seu plano de aumento de eficiência contribuem para as maiores margens no período. 

A reversão do prejuízo, por sua vez, também refletiu as menores despesas financeiras no período, devido à redução do endividamento e à maior disponibilidade de caixa após o último follow-on. 

Por que a BRF não paga dividendos?

A BRFS3 não paga dividendos desde 2016. Nos últimos anos, a BRF conviveu com a escalada do seu endividamento, queda do market share, sucessivas mudanças na gestão e estratégias e problemas de governança. 

Dessa forma, houve um impacto significativo na lucratividade e na rentabilidade da companhia.

Assim, o consumo de caixa dos últimos anos inviabilizou a distribuição de dividendos aos seus acionistas.

O que esperar de BRFS3?

Após algumas tentativas de reestruturação, a BRF iniciou um novo plano a partir da entrada da Marfrig como sua controladora em 2022.

Com a mudança no controle e na gestão da empresa, o plano de reestruturação focou principalmente na recuperação da rentabilidade e na estrutura de capital.

Os primeiros resultados começam a aparecer, mas com a ajuda de um cenário macro favorável para a empresa.

Apesar dos avanços recentes, ficamos desconfortáveis em relação à capacidade da BRF em sustentar as margens em um cenário menos favorável e com a alta competição do setor no Brasil e no mercado internacional.

Por esse motivo, ficamos de fora das ações da BRF e temos como preferência a Minerva (BEEF3) no setor de proteína.

Não invista em BRFS3, compre BEEF3

Das empresas do setor, temos preferência para as ações da Minerva (BEEF3).

Nossa maior confiança em Minerva se deve principalmente por: (i) diversificação geográfica das operações na América Latina, reduzindo os impactos da sazonalidade e dos riscos sanitários; (ii) foco e liderança no mercado asiático, que possui um grande potencial de mercado, principalmente na China; (iii) e a boa perspectiva com a expansão da sua operação com a aquisições de plantas de abate da Marfrig.

Os riscos da tese são o endividamento, que deve aumentar em um curto período de tempo, após a aquisição dos ativos da Marfrig, e, é claro, pela ciclicidade do negócio que depende do spread entre o preço do animal e o preço da carne in natura.

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