BRF (BRFS3) reverte prejuízo e registra alta de 146% no Ebitda no 3T24
A BRF (BRFS3) reportou resultados abaixo do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 15,5 bilhões no 3T24, um crescimento de +12%; um Ebitda de R$ 3 bilhões, +146% de alta; e um lucro líquido de R$ 1,14 bilhão, revertendo o prejuízo no 3T23.
Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.
Destaques dos resultados do 3T24 da BRF (BRFS3)
A BRF registrou um aumento de +2% em seus volumes vendidos, atingindo 1,27 milhão de toneladas no terceiro trimestre. Além disso, o preço médio de venda chegou a R$ 12,20, cerca de +10% maior que no 3T23, quando foi de R$ 11,10.
Com o aumento do volume de vendas e do preço médio, a receita da companhia alcançou R$ 15,5 bilhões, alta de +12% na comparação anual. No período, as operações do Brasil representaram 47% da receita, assim como as operações internacionais.
Os custos totais (basicamente, custos de matéria-prima e insumos) ficaram praticamente estáveis, contribuindo para que o lucro bruto da empresa atingisse R$ 4,21 bilhões no trimestre, aumento expressivo de +70%.
Além dos custos estáveis, as despesas operacionais caíram -7%, em especial pela baixa de -13% das despesas administrativas e honorários. Assim, o Ebitda ajustado da BRF totalizou R$ 3 bilhões, crescimento de +146% na comparação anual.
Com queda de -24% no resultado financeiro (negativo), o frigorífico entregou um lucro líquido de R$ 1,14 bilhão, revertendo prejuízo de R$ -262 milhões no 3T23. Por fim, a BRF ainda registrou uma queda de -73% em sua alavancagem, que ficou em 0,7x.
O que esperar da BRF (BRFS3)?
A BRF passou por uma reestruturação recente, focando em seu negócio principal, aumentando sua eficiência operacional e reduzindo sua alavancagem.
Assim, analisando um período mais curto, a empresa vem entregando um crescimento mais alto em sua receita e ainda maior em seu Ebitda, além de ter revertido seu prejuízo em lucro líquido nos últimos trimestres.
Para os próximos anos, porém, o mercado projeta um crescimento médio mais tímido para sua receita e um Ebitda e lucro estáveis. Assim, a tendência é que eleve suas distribuições de dividendos daqui para frente.
Dividendos e JCP da BRF (BRFS3)
Além dos resultados trimestrais, a BRF ainda anunciou a distribuição de R$ 946 milhões em JCP (juros sobre capital próprio), o que representa cerca de R$ 0,58 por ação. A data com será no dia 26 de novembro e o pagamento no dia 5 de dezembro de 2024.
Qual o dividend yield da BRF (BRFS3)?
Com o pagamento, o dividend yield dos últimos 12 meses é de 2,3%.
Quem é BRF (BRFS3)?
Criada a partir da fusão entre Perdigão e Sadia, em 2012, a BRF é líder no mercado brasileiro de alimentos (40% de market share em processados) e uma das maiores empresas do mundo no setor, com um portfólio amplo de marcas de produtos in natura (aves e suínos), alimentos processados, ingredientes e alimentos para animais de estimação.
A companhia possui um modelo de negócios totalmente integrado, sendo 10 mil produtores integrados e contando com 44 unidades produtivas e 103 centros de distribuição espalhados pelo mundo. Sua localização geográfica estratégica e diversificada eleva a flexibilidade e resiliência de suas operações e resultados.
Vale a pena comprar BRF (BRFS3)?
Apesar da recuperação em seu resultado trimestral e de um ROE relativamente alto, seus múltiplos elevados atrelados à sua baixa visibilidade futura afastam nosso interesse pelas ações da BRF neste momento.
Como faço para comprar ações da BRF (BRFS3)?
Para investir nas ações da BRF é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker BRFS3. Reiteramos que, no momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.